As vozes, em trio, proferem Amém.
E é uma só voz, contínua.
Desde sempre e sempre: Amém.
Ouve tu agora, como se encostando o teu lado na porta.
Ouve vagaroso, com tua orelha morta.
Com o ouvido atento, perfaz as sonoridades.
Há voz que percebes ubíqua,
na aparência de se espalhando,
aqui e ali já estando.
E outra que vem recatada,
quase muda e quase nada,
somando-se àquela, extensa.
Juntando-se, é a mesma a primeira.;
a segunda se aprimora. De tímida,
eis que é sonora. Mas lenta,
com certo vagar. Como se sendo tranqüila,
certa, inteira cumprida,
também personalíssima e absorta em seu cantar.
A voz, que no instante é una,
não tem em si distinção.
São quatro que dizem as palavras,
mas é uma só canção:
perpétua, plena e redonda,
longiplana sobre os vales: É dada a consumação.
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