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Contos-->Geração -- 08/10/2002 - 23:16 (Evandro Carvalho da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Já tinha seus 20 anos quando o viu pela primeira vez passando solitário, cabisbaixo e introspecto pela avenida principal. Vestia uma camisa verde e calças pretas e de longe cheirava uísque barato. Quando se aproximou dele nem se deu conta do frio e de que seus ombros, caprichosamente formosos, estavam cobertos por apenas duas tiras que sustentavam seu vestido azul estampado de rosas vermelhas.
Sua infância foi difícil. Vivia na periferia da cidade principal. Sua mãe vendia o corpo num bordel que cheirava a uísque barato. Seu pai, nunca o viu e nem sabe ao certo quem o era. Sua adolescência foi marcada pela influência da mãe que lhe tentava a todo custo ensinar o mais antigo ofício. Recusou-se de todas as formas imagináveis e tornou-se uma noctívaga alucinada que passou a procurar pelas noites da avenida principal aquele que transformaria a estupidez nos mais ternos e molhados momentos de amor.
Durante o dia dormia na cripta da igreja. Alimentava-se com a caridade do povo. Tomava banho no chafariz da praça quando a mesma, a seu pedido, ficava deserta.
Alcançou a exuberância de sua beleza quando percebeu sua imaculada pele brilhar como diamante numa noite fértil. Sentiu seu mundo de mulher transbordar numa efêmera e alucinada mistura de movimentos, que desdobravam e criavam uma multiplicidade de sensações que saíam de seu corpo com uma naturalidade comovente. Estava no êxtase, numa magnífica transposição para uma outra dimensão.
Foi assim que entregou uma das rosas de seu vestido azul ao homem de camisa verde e calças pretas. Um homem cabisbaixo que cheirava uísque barato e que jamais, nem no poço imenso de sua intimidade, imaginaria revê-la.
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