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Artigos-->RECORDAÇÕES EM BRANCO -- 17/11/2010 - 21:27 (Eloi Firmino de Melo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


RECORDAÇÕES

EM BRANCO



Marcela repetia

A mesma história:

A graça e a beleza

Em sua equipe,

Aquelas belas moças

Consignadas

Ao regime informal

De um bom serviço.



E recordava as

Âncoras arriadas

E a cidade assumindo

A cor do branco;

Branco da farda,

A cor dos uniformes,

Branco da pele

Dos seus visitantes.



O olho azul de terras

Bem distantes

Tinha um destino que

Os levava ao Leste,

Uma guerra longínqua

Em que buscavam

Expor a força

E o poderio bélico.



Aqui paravam

Para um bom desfrute;

O derradeiro, talvez,

Que a guerra é incerta.

Depois partiam

Sem deixar raízes,

Cortando as águas

Desse mar aberto.



As operárias da noite

Festejavam

A presença oportuna

De estrangeiros.

Era o poder de

Compra duplicado

Pelo valor daquelas

Cédulas verdes.



Nos bares ou bordéis

Do cais do porto

Um mar de saias

Para os visitantes.

Os gestos e os sotaques

Se cruzavam

Entre bebidas,

Músicas e danças.



Pretendentes locais,

O bolso murcho,

Alimentam em silêncio

Algum despeito.

O melhor do

Produto disponível

Sempre guardado

Para os estrangeiros.



É que o dinheiro (se sabe)

É feito o sangue;

Irriga o mundo e

Quando chega farto,

Faz irrigadas pelas

Conseqüências

As receitas deixadas

Nas farmácias.



Que os vírus,

Os bacilos, as bactérias,

Bombas minúsculas

Essas, microscópicas,

Representavam

Os estopins ocultos,

Com explosões previstas

Em suas covas.



Nossas âncoras

Nativas no intervalo

Despejavam também

Os seus marujos;

Prata da casa

A comandar a festa

Pelos espaços próprios

Dos desfrutes.



Depois chegava

A hora do retorno

Com as coisas todas

Postas nos lugares;

E a nuvem branca

De marujos pronta

Para aportar nas praias

De outros mares.



Esta cidade se

Vestiu de festa,

Sem se dar conta de

Existir a guerra.

Indiferença que

Mascara as cenas,

Cobrindo o palco com a

Omissão dos gestos.



Marcela que adorava

Ver o branco

Agora esconde

Um quê de decadência.

Aqueles dias fartos

Viram sombras,

Por entre a mesa magra

E as mãos carentes.

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