Manifesto à doutrina Egoísta
(concebido a quatro mãos)
“Venho oferecer-lhes grandes idéias. Escutem-nas e meditem nelas. Embora nem todas agradem, podereis pelo menos aceitar algumas e assim terei eu contribuído de algum modo para o progresso das Luzes e ficarei contente.”
Marquês de Sade
Quando penso em egoísmo, penso como opção de vida, não como sentimento. Egoísmo é minha filosofia, minha bandeira; tenho repugnância por bandeiras, mas creio que esta palavra é a que melhor expressa tal ideologia.
Acho inadmissível as ideologias seguidas por muitos. São absurdas, hipócritas e sem sentido. Os indivíduos se mostram cada vez mais absortos e alienados da realidade. Busca-se qualquer meio de fuga, de submissão, de...
Acredito que o indivíduo que se submete à submissão não merece viver, não que a vida seja uma dádiva, mas deve-se eliminá-lo para que não corrompa os virtuosos e autênticos.
Não sigo leis ou estatutos. Sigo antes, minhas próprias leis, sou soberano de mim mesmo. Somente meu ego me rege, fora dele não me comprometo com crenças, idéias ou conceitos.
Não existe moral!, a menos que eu julgue que aja uma. Não existe crença ou verdade única, a menos que julgue ser necessário. Nada existe além do que eu quiser. Nada faço além do que desejar. Tal é o conceito de egoísmo que creio: um país cujo único governador é si próprio. O soberano de si mesmo somente recebe ordens ou imposições de quem julgar necessário.
Tenho repugnância dos que rejeitam seu poder, são fracos, descartáveis. Tais indivíduos serão excluídos e exterminados para darem lugar à raça forte e soberana de si: a raça egoísta! São palavras fortes, eu sei, mas somente as ouve que as deve ouvir.
Admito que a natureza torna impossível a liberdade absoluta, mas esta liberdade, mesmo que alguns a considerem “limitada”, é liberdade; a liberdade humana. Não somos servos nem senhores, somente egoístas.
Os egoístas somente tem isto em comum: o fato de escolher. Antes de qualquer escolha existe uma, necessária e primeira. A primeira escolha que o egoísta deve-se fazer é se deve-se continuar a viver. Todas as outras escolhas serão em decorrência desta. Primeiramente escolho estar vivo, posteriormente faço as escolhas correspondentes a um ser vivo. Se escolho não viver, não mais preciso fazer escolhas...
Hoje acordei, pelo simples fato de querer acordar.
Trabalhei, pelo simples fato de querer trabalhar.
Andei, pelo simples fato de querer andar.
Falei, pelo simples fato de querer falar.
Vivi ... porque assim o desejei.
