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Poesias-->Abrupto -- 22/12/2002 - 21:11 (Paulo Bruekers Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Olha... Olha...

Me fermentaram

Quanto pêlo brotou sem me avisarem

Quanta marca de vida encontro

Detalharam a verruga e os salpicos pelo sol

Vacinaram-me contra a pequenez

E agora tenho dedos gordos



O tempo me fermentou

E agora tenho coxas gordas

E membros pesados



Não me entro em muito lugar

Não me pertencem

Embora me segurem pela cabeça, inenarravelmente



Saudaram-me quando andei na trilha de semente natural, que me levou pra longe do chão



Vejo tudo alterado

E não rezo a noite

Eu rezo à noite:

Perdão,

Eu não tenho culpa de me mascarar

Quero que tu me reconheças

Mas a madeira está apodrecendo

E além de tudo

Não posso ouvir, mas

Meu coração está pela metade

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