A Páscoa já passou faz quase uma semana, mas a nossa Páscoa, solitária, em meio à imensidão do Pacífico, está logo à nossa frente para a visita de hoje. Os chilenos tratam-na por Isla la Pascua e os seus habitantes primevos chamam-na de Rapa Nui, carinhosamente, O Umbigo do Mundo...

São 163,6 km2 de território e cerca de 3.800 habitantes nesse grande isolamento que, espero, os tenha prevenido de serem alcançados pelo corona-vírus... A distância para o Chile é de 3.690 kms, e para Tahiti, mais 4.190 kms. Água toda vida...

Embora avistada pelo pirata Edward Davis em 1687, a descoberta deu-se em 05 de abril de 1722,  por Jakob Roggeveen, justamente um Domingo de Páscoa e, daí, o seu batismo . Em 1888 a ilha foi anexada pelo Chile.

A história, ou propriamente, a pre-história da ilha, ainda sendo desvendada, foi bastante tumultuada. As dozes tribos que a habitavam, vindas provavelmente da Polinésia, viviam em aparente harmonia, até que se estabeleceu uma corrida louca para a construção de cabeças monolíticas, cada vez maiores  do que as das tribos rivais, o que redundou no esgotamento dos recursos naturais da ilha, notadamente a sua vegetação. De estimados em cerca de 10.000pessoas, tão-somente  111 nativos sobrevivem...E os glifos misteriosos de Rorongorongo continuam à espera de uma decifração...

A exploração da ilha por estrangeiros, chilenos, sobretudo, com a criação intensiva de ovinos e outras manadas contribuiu para acelerar o agravamento da situação dos ilhéus...a terra criada por setenta vulcões é hoje de uma aridez de dar dó, e nó... não se acha uma única árvore
nativa...

Por outro lado, a pista aeroportuária local é tão extensa que poderia permitir o pouso de uma espaçonave como a Space Shuttle...ou algum ônibus espacial vindo de Marte...?
abandono e desespero.