242 usuários online |
| |
|
Poesias-->A MALDIÇÃO E A BENÇÃO -- 23/12/2002 - 16:46 (Alexandre Marcos Seolim Rodrigues) |
|
|
| |
Uma manhã vermelha ardeu.;
Chamas queimaram véus e flores.;
O branco não enxergou o preto.
O preto não reconheceu o branco.
Templos tornaram-se quartéis.;
A fé encaixou-se na moldura da religião
E agora é arma.
Fiéis são soldados.
O odor podre da intolerância
Espantou o perfume da fraternidade.
Vizinhos plantaram ódio em seus jardins
E trancaram seus lares
Para quem trazia nos pés
Poeira de outro costume.
Um homem mirou o céu rubro
E bradou, estremecedor:
- É de tudo isto que EU gosto! Este é o MEU mundo!
E governou.
Esse mundo adormeceu sob os canhões,
Tendo pesadelos de doença e morte,
Mas a alvorada foi luz,
Um vento de aroma doce varreu as cinzas.
Da cegueira curou-se o branco
E o preto recobrou a memória.
Templos são agora lavouras
E a fé cultivada não é modelável, não é explosiva,
Mas protéica e saborosa.
Fiéis são lavradores de um novo amor.
A fragrância da igualdade
Cobriu os ares , águas e campos.
Vizinhos derrubaram cercas
E estenderam tapetes,
Recepcionando a paz.
Um Ser, de energia intensa, inigualável,
Despiu o universo de todo preconceito
E falou mansamente:
- É de tudo isto que TODOS NÓS gostamos. Este é o NOSSO mundo!
E nos deu a mão,
Para que pudéssemos
Reconstruir uma obra suprema:
A VIDA!
PARA UM AMOR QUE CHEGOU À NOITE>
|
|