Não te exasperes,
Fecha os olhos para me reconhecer.
Sou o escuro que teu olhar clareia
A mudez à qual tua voz dá som.
Sou essa paz que tu ajudas a construir
E que mesmo assim não entendes.
Sou tua metade e teu dobro,
Tua direita e esquerda,
Sou a horizontal que se deita a teu lado
E a vertical que te acorda com um suave beijo.
Sou teu interior, tua alma,
Mas também o teu fora, tua cara.
Sou necessidade, carência,
Sou suprimento e vida.
Sou teu preto, branco, colorido.
Teu índio, apache, teu fugido.
Teu fogo, uma ave, um ruído.
Teu mago, teu dono, teu amigo.
E sou mais, sou infinito,
Porque sou tudo, compromisso,
Em teus desejos é que existo.
Eu sou o amor e te bendigo.
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