À meia-luz o nosso quarto se revela
Aquilo que o mundo não imagina
Suspendes o vestido e mostra-me
O corpo que completa a essência feminina
E me sinto um priviligiado em ver-te
Como apenas seu espelho vê
E deitamo-nos. A boca tua procura
Todos os meus pontos e fraquezas
Roças os teus bicos no corpo aceso
E apalpas o que me está teso
Com a mão que me acaricia levemente
E a boca que me engolira previamente
E então não sou mais o homem que era
Sisudo e sem alma. Triste e amargurado.
Sou a vítima que se entregou à sua fera
Voluntariamente estou diante de ti deitado
Para ser pasto da tua volúpia e da tua líbido
E ser por ti amado e por teu amor ungido
E a meia-luz mostras-me tua nascente e tua foz
Enquanto à meia-penumbra revela-te leoa feroz