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| Poesias-->O vento revolta-se -- 25/12/2002 - 09:39 (Paulo Bruekers Oliveira) |
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Venta o ventre
Venta o túmulo
Sarcófago noturno
Que guarda corações
Venta o verde
Vem murmuro
Vê fagulha no escuro
E a madeira se faz muro
Venta o vô
O couro impuro
Acostumado
Venta o vocal
Da virgem sensual
E dá-se forma a fumaça
De seu fumo
Venta o vaso rachado
Vazio sujo e duro
Venta seu verniz caro
Claro a secar
Venta o vazio
Vitamina do som
Do badalo da batuta
Venta o velo de ouro
Da ovelha do mouro
Venta o novelo louro
Venta o vergão
Branco e vermelho
No peito
Venta o veneno
Da cobra romana
Portuguesa, alemã
E norte-americana
Venta o verso vacinado
De trabalho artesanal
Escrito manual
Venta seu verbo
Vento velho varrido
Batalhão imbatível
Veraneio invisível
Foi inverno soviético
Venta 666 páginas
E a vela preta
Que não se apaga
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