No mafuá da usura, preso em candura,
estiolado no cipreste, estava o macaco silvestre.
Mas o que fizeste, pobre mico do agreste?
Só por tua beleza e negrura, se vê sem soltura? Não te amargura o mal que te investe?
Pobre macaco silvestre!
O orgulho negociante que o poder tem nas mãos
não se compadece. O quê fizeste?
Malfadado macaco silvestre?
A luta pelo dinheiro, poder e sexo, desmerece.
Desanca e não enaltece. Prende e arrebenta até envilece. Pobre de tí macaco silvestre.
Esqueceu-se da selva de onde vieste!
Mas na prisão, em que tudo fenece, pior é a vida e não te apetece.
Não desejavas contigo macacas silvestres?
Usura liberta o macaco. Usura apieda-te e não investe. Usura: liberta o macaco silvestre!
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