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Artigos-->MANIA DE LIVROS_A VERDADE É UMA MENTIRA DITA MIL VEZES -- 10/02/2002 - 08:38 (denison_obras selecionadas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
- Você consegue ler no carro?

E no avião?

- Nos dois. Um médico disse que fazia mal, então troquei de médico.



Este diálogo temperado de humor é parte de uma entrevista que teve como investigação principal o amor aos livros. De um lado, 16 crianças entre seis e sete anos. Do outro, o bibliófilo mais famoso do País e o maior da América Latina, o ex-empresário e intelectual José Mindlin. O Grupo Verde, de São Paulo, visitou a sua casa, em São Paulo, em outubro de 1998, e a experiência, digna de registro, está em "José conta suas histórias".



O simpático livro traduz, em forma de textos e desenhos, a impressão dos autores-mirins diante de um universo formado por mais de 25 mil volumes, um verdadeiro monumento à cultura, repleto de raridades. A turma se preparou com afinco para o encontro com o entrevistado, que se apresentou acompanhado da esposa, Dona Guita. A sintonia entre o senhor de 83 anos, à época, e a garotada foi completa. Meninos e meninas desfrutaram da sua intimidade e ouviram recados preciosos, como “ler também é uma forma de brincar”.



Coordenaram o trabalho as professoras Silvia Helena Rea e Cláudia Virginia Lopes. Tendo como cenário uma casa ampliada em função dos livros e acrescida de um anexo, para onde se mudou em 1948, o intelectual revelou à criançada, entre outras curiosidades, possuir um catálogo da imensa biblioteca dentro de um disco rígido - que não cabia mais nada além disso - e ter começado a comprar livros aos 13 anos. Quando saía da escola, ia às livrarias. Ao voltar para casa, olhava todos os que tinha e fazia uma lista daqueles que gostaria de ter.



"José conta suas histórias"- que eu indico aqui como leitura - é a síntese de um encontro iniciado com a visita da neta Helena e de seus amigos, ávidas por conhecerem o mundo de um homem de livros. Aos pequenos, o intelectual contou uma porção de histórias, e surpreendeu-as com o segredo de que “Os livros crescem de noite. Cada noite que passa, ficam mais velhos”.

“Um homem com vocação de monge, mas que nunca seguiu sua vocação, provavelmente por não gostar muito da idéia de celibato”, se auto-define: o bibliófilo. Para ele, a experiência com o público infantil foi inédita e ele diz ter se impressionado com o estado compenetrado das crianças ao entrarem na sua casa, olhando para os livros com evidente curiosidade. “Creio que consegui inocular nessas crianças o vírus do amor ao livro”, confidenciou, como se acabasse de cumprir uma missão.

Quando vemos um homem como José, percebemos que, por mais que sejam esquisitas nossas manias por livros, há sempre quem nos ultrapasse nelas.

Isso faz lembrar minha mania de, sempre antes de chegar à praia do Porto da Barra, na Bahia, passar por um sebo numa rua próxima à praia e ficar folheando por 20 minutos alguns exemplares clássicos e minha namorada fica impaciente pelo meu hábito, onde sempre rebato: "esta mania de folhear antes de ir à areia me energiza, saio daqui refeito".

Ela: "mesmo que não compre nada?"

Eu: "A questão não é comprar, é passar por lá, sentir as páginas, sentir o cheiro, o peso.

E esta coisa de maníacos por livros faz-me lembrar também meu nobre amigo Roberto D Ávila, único porteiro de prédio que lê livros ao invés de assistir à televisão durante o exercício de seu trabalho; me disse comprar livros que muitas vezes nem lê somente para ter o prazer de tê-los, mesmo que nunca sejam lidos um dia. Este jovem porteiro é tão viciado em comprar livros que levaria 5 anos para ler todos os de sua coleção - o problema é que ele não pára nunca de comprar, então nunca terá estes 5 anos livres.

Lembrei-me do prédio do Rio. O prédio ocupado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), no bairro do Catete, na zona sul do Rio, será a sede do Centro de Cidadania Barbosa Lima Sobrinho, a ser construído pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Lá serão reunidos o acervo do jornalista, que morreu em agosto do ano passado; o prédio abrigará o acervo da biblioteca dele, com 22 mil livros e 5 mil documentos. Pode uma mania dessas? 22 mil livros!!!



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