Foi um isolamento escolhido. A questão dos quarenta anos. Parece quase idade nenhuma mas estou chegando lá. A vida esta começando e eu tenho que me preparar para ela. Vim ao meu Sítio meio que hibernar. Fazia tempo que não passava inverno em lugar frio e voltei a sentir as delícias do frio. Vinhos, sopas, vontade de ficar junto com pessoas queridas.
Trouxe na bagagem o poderoso chefão I, mas uma versão remasterizada com inúmeros depoimentos do Copolla e dos atores que hoje são estrelas mas que na época não eram ninguém. Resolvi fazer isso pois achei que seria um ótimo paralelo. A família reunida, que fazia muitos anos, não passamos juntos aniversários, meu pai fazendo anos logo também. Porque não ver um filme grandioso? Eu tinha assistido fazia muito tempo. Para dizer a verdade, o número II ainda não vi. E achei realmente muito bom ver com a família. Meu pai como bom italiano se desmanchando com as cenas na Cicília. Curtimos muito. A cena do cavalo, Marlon Brando memorável. Eu ainda não entendi porque artistas bons são tão bons nas telas mas péssimos na vida real. Isso fica como uma discussão posterior. Al Pacino, Durvall e toda turma tão maravilhosa. Eles dando depoimentos que a Paramount tinha um segundo diretor preparado para assumir, que ao queria Marlon Brando e nem Al Pacino... E com tudo isso a gente vai pensando como é bom ser meio cabeça dura para as coisas realmente saírem. Meio Felipão, meio Copolla fui forçando para vermos todos juntos aquele velho novo filme. E não é que fizemos um silencio apenas quebrado pelas cenas mais agitadas, mais marcantes. Todos reunidos para reviver um passado cinematográfico de um filme que marcou época. Assim foi minha entrada aos inícios dos 40 anos. Vivendo uma emoção única de algo que vamos demorar para poder refazer. Algo inesquecível.
