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Humor-->Demissão Injusta -- 28/03/2000 - 15:27 (Fernando Antônio Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O fato me foi contado pelo companheiro Marcos Martins, um dos bons profissionais nordestinos, consultor de nomeada na área da sua especialidade. Com a identificação de todos os personagens, tintim por tintim, aqui tornados fictícios por uma prudente questão de recato.
O fato, recente, aconteceu entre um executivo desquitado de pouco e a sua secretária, antiga estagiária da diretoria da empresa, um mulheraço de vinte e tantos anos, nunca raimunda tão somente. Fatalidade ou imprecisão analítica, abestalhamento da terceira idade ou infantilidade geriátrica, o fato aconteceu, arrebentando de rir o cinturão dos mais expansivos e fundindo a cuca dos conquistadores menos ousados.
Os dados complementares ficando por conta da imaginaçào sempre nota mil dos leitores, “o caso eu conto como o caso foi”, aqui homenageando com a frase o meu querido amigo vereador Paulo Cavalcanti, dignidade comportamental e coerência política até pelos adversários reconhecidas.
No dia do seu aniversário, o dito executivo saiu para os escritórios da empresa com o diabo no couro. Acordou-se, tomou uma ducha, sacudiu fora o bagaço intestinal, barbeou-se no capricho, sorveu devagar um alentado copo de leite e ninguém da sua casa o cumprimentou pelos sessenta anos de nascimento, naquela data. Nem a mulher, sempre enfezadinha e toda ai-ai-ai com seus intermináveis achaques menopáusicos, lembrou-se do niver do coitado. E nenhum abraço de ôi dos filhos, três, sempre ispertamente carinhosos em véspera de receber mesada. Nem da menina, a única, saliente toda, já fazendo Relações Públicas perto no Náutico Capibaribe. Até a empregada, vinte anos de casa, oriunda da fazenda dos pais, pau prá toda obra, vez por outra ainda prestigiada, esqueceu o natalício do pobrezinho.
No trajeto, mandando todo mundo praquele lugar, imaginou-se o último dos moicanos, rejeitado todo, pior que o Henrique Cardoso, na Cinelândia do Rio, recentemente. E com mais de mil estancou o carro no estacionamento pré-determinado, para ele reservado tão logo assumiu a direção maior do conglomerado.
Destravada a porta do gabinete de trabalho, um “Parabéns, Dr!” de sopetão, gentileza pura, brotou dos lábios carnudos da danadona da secretária. E logo acompanhado de uma proposta mais demolidora que um teibei do Maguila antes do seu afolosamento total diante daquele americano gota serena: “Com um dia tão lindo como esse, poderíamos almoçar juntos, lá em casa, onde, já me antecipando, preparei uma galinha cabidela do jeito que o senhor aprecia”. E prá fundir a cuca do chefe: “Não se preocupe, dispensei a mensalista, para que o senhor possa ficar lá sem qualquer perturbação”.
O resto, o leitor já pode reconstruir. Meio-dia e meia, residência da boazuda, casal já na segunda dose escocesa, a frase atração fatal: “Dr. Fulano, acho que vou até lá dentro colocar algo mais confortável. Volto já. Fique à vontade”. A ordem foi cumprida mais que escoteiramente, num décimo de minuto, até às meias, a vela mestra tornada como nunca entusiasticamente desfraldada, a tremular mais que bandeira hasteada em dia de feriado oficial.
E eis que de repente, não mais que de repente, a secretária retorna, nas mãos um bolo repleto de velinhas acessas, cantando um entusiasmado parabéns prá você, com a mulher e todos os filhos dele, para quem estava ali carecendo de todo apoio...
Da minha parte, já passei até um telegrama de solidariedade para a coitadinha da secretária demitida.
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