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Artigos-->A caixa preta da Petrobrás -- 08/02/2011 - 12:19 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Assunto: A CAIXA PRETA DA PETROBRÁS



Meus caros,



Acidente grave passa a ser incidente?





A caixa-preta da Petrobrás



Leia um dos editoriais do Estadão de hoje:



Há uma caixa-preta na área de comunicação da Petrobrás. Por iniciativa da

empresa, só notícias boas merecem ser dadas a conhecimento público, com

preferência para os recordes de produção e novas descobertas na área do

pré-sal. Desde a última semana do ano passado, a Petrobrás informou que

bateu recordes na produção diária de petróleo e gás natural, na produção de

gasolina e de asfalto, registrou aumento de reservas e divulgou uma nova

descoberta de óleo na Bacia de Santos.

Quase sempre, esses dados são considerados fatos relevantes, comunicados aos

acionistas, publicados em jornais e registrados pela Bolsa. Mas quando as

notícias são ruins, a Petrobrás esconde o quanto pode.



Na última sexta-feira, a empresa estatal limitou-se a confirmar que a

Plataforma Cherne 2 (PCH-2) na Bacia de Santos está paralisada desde o dia

19 por causa de um incêndio, que não deixou vítimas. Vinte dias depois do

acidente, a assessoria da Petrobrás informou que “está preparando” um

comunicado a respeito, mas não divulgou a data em que isso ocorrerá. Com

tanta delonga, até parece que a nota oficial, além de ser aprovada pelo

presidente da empresa, deve passar pelo seu conselho de administração, pela

Agência Nacional do Petróleo (ANP) e, quem sabe, até pela presidente da

República, Dilma Rousseff.



A Petrobrás age como se o País ainda estivesse mergulhado nos anos de

chumbo. Felizmente, o Brasil tem uma imprensa atenta ao que se passa e que

ouve as queixas dos que moram ou trabalham nos locais atingidos.

No caso, foi o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Norte Fluminense

que, com presteza, informou a irrupção de um incêndio de “grandes

proporções” no módulo 5 da PCH-2, com duração de mais de uma hora. É natural

que a companhia institua uma comissão para investigar o que chama de

incidente, contando para isso com a colaboração da Marinha. Mas isso não

justifica, em absoluto, a ausência de uma nota oficial dando conta do

ocorrido.



A demora para informar constitui um desrespeito não só à população, que tem

o direito de ser informada, como aos investidores. Como empresa de capital

aberto, a Petrobrás tem compromisso assumido com normas de transparência na

condução de suas operações. Quanto a isso, a empresa apresentou a desculpa

capenga de que não informou o episódio aos investidores por não considerá-lo

relevante, uma vez que seu impacto na produção é pequeno (9.300 barris/dia

de petróleo, representando 0,5% do total). Ainda assim, segundo o

Sindipetro, o incêndio na plataforma poderia ter resultado em uma tragédia,

uma vez que o “sistema de dilúvio” (contra incêndio) não funcionou.



A tentativa de esconder o fato alimenta as suspeitas de que as plataformas

mais antigas da estatal não estão operando em condições de total segurança.

Não é a primeira vez que se verifica um acidente desse tipo em plataforma

marítima da Petrobrás. Já houve um princípio de incêndio na P-35 e, no ano

passado, a ANP interditou a P-33 por falta de segurança.



Se houve um injustificável atraso na divulgação do último acidente, há

pressa em que a plataforma danificada retome o funcionamento normal, o que,

como foi noticiado, deve ocorrer já neste início de fevereiro.

Presume-se que, até lá, esteja concluído o relatório sobre as causas do

acidente e, principalmente, que já tenham sido tomadas as medidas

necessárias para reforçar a segurança e prevenir incêndios, o que é

duvidoso. Não se sabe igualmente se a ANP, se foi notificada, fez ou fará

inspeção no local.



O que se pode concluir é que a Petrobrás não quer perder tempo em elevar a

sua produção, principalmente em uma fase em que o óleo está em alta no

mercado internacional. Este é um objetivo compreensível, mas não pode ser

perseguido custe o que custar. Como este jornal tem insistido, a Petrobrás

não deu sinal, até agora, de que tem um plano de emergência para a hipótese

de acidentes graves na produção offshore, incluindo a da camada do pré-sal,

sendo desnecessário lembrar as consequências catastróficas que eles podem

acarretar.



Por Reinaldo Azevedo





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