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Contos-->Réquiem -- 20/10/2002 - 00:08 (Gabriel Valmont) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Acordo para a morte. Acordo cedo para a morte. Barbeio-me, visto-me, calço-me. É o fim. Não é necessário deixar carta alguma pelo simples fato de não existir destinatário. Vou morrer, deixarei de existir, minha angústia se transformará em vento.
É meu último dia: um dia.
No café da manhã, preparo torradas com geléia, preso na inércia. Este apartamento é menor que o outro; me sinto só. Uma leve brisa circula o meu pescoço, chegou a hora de ir embora.
Ligo para o Sérgio, viajou, deixo um recado na secretária eletrônica; há dias que eu mando o mesmo recado.
Volto para o quarto para arrumar a cama; escovo os dentes com o que sobrava da pasta; desligo o despertador, não será mais necessário acordar cedo; deixo o dinheiro do aluguel em cima da mesa. Abro o guarda-roupa. Com qual roupa morrer? Me cubro com um terno preto.
Pego as chaves de casa, fecho as janelas e bato a porta devagar para não assustar os vizinhos. Enquanto espero o elevador eu tento pensar se estou esquecendo de algo.
Oh, sim, retorno para deixar a identidade em casa, não quero levá-la comigo.
O elevador chega cheio de pessoas que eu costumo ver toda manhã. Dou um "Bom dia" e sorrio inútilmente.
Tudo funciona como sempre.
Saio para rua. É hoje. Vou morrer.

Fim.