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cronicas-->Aos pais do Brasil -- 10/08/2002 - 19:57 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um gesto, por mais singelo que seja, é motivo de agradecimento.
O sentimento de emoção não é contido e os olhos umedecem com a presença dos filhos e netos.
Um modesto presente derruba corações cheios de amor e gratidão. Uma simples lembrança provoca lágrimas em faces rudes e serenas de carinho e afetos inesquecíveis. Com uma despretensiosa atitude homenageamos nossos pais, que serão eternamente gratos. A simples presença dos filhos é motivo de felicidade.
Gostaria de homenagear cada pai desse Estado e desse Brasil despedaçado. Aproveito a oportunidade para refletir acerca dessa data tão significativa para nós pais prestativos e filhos dedicados.
Saúdo o pai camponês, que bate enxada na horta e gasta rugas nas lavouras da vida. Possui um olhar distante enquanto o suor corre-lhe pelo rosto. Deslumbra, para os filhos um grandioso futuro em meio a perspectivas escassas. O pai trabalhador dos centros urbanos, batalha de dia, a noite encontra ànimo e forças para balançar o berço do recém nascido. Enfrenta madrugadas para buscar um antitérmico para o filho febril. Suas horas insones são preenchidas pelo tique-taque do relógio em cima da cómoda. O pai operário que traz calos nas mãos e faces cansadas da dura jornada de trabalho. Almoça bóia fria, mas tem o coração quente que acalenta e braços fortes que protegem.
Saúdo os pais sem-terras, símbolos de luta e perseverança. Saúdo os pais desempregados que lutam todos os dias e voltam cabisbaixos ao lar. Lànguidos, encabulados e culpados pela falta do pão na mesa. Saúdo os pais, como o meu, que não estão mais entre nós, mas continuam vivos em nossas memórias. Presentes em cada gesto, em cada olhar, nos escritos e nos pensamentos. Vastas saudades preenchem o vazio dessa ausência por mais que nossos corações supliquem clemência.
Saúdo os pais de bombacha na pampa imensa. Os pais da caatinga do nordeste sofrido. Saúdo os pais das florestas, do pantanal e da serra. Saúdo o pai que chora, que afaga e espera. O pai que encanta, almeja sonhos e se levanta. O pai que finge alegria quando a tristeza se debruça em sua alma e envolve sua paz.
Saúdo, de modo muito especial, os pais educadores. Também símbolos de persistentes trajetórias e vitórias memoráveis. Trazem no àmago de suas atitudes a indignação diante das mordaças que tentam calar sua voz.
Não calam a voz, provocam a mente e inspiram a pena.
Enfim, somos pais que cumprem horários, cidadãos que lavram o chão. Somos pais que reivindicam salários, povo que sova o pão. Somos pais humildes proletários, cidadãos que dizem não.
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