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Poesias-->UM VELHO SENHOR -- 04/01/2003 - 02:35 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




ENCONTRO COM UM VELHO SENHOR

( falácias do natal )



Encontro um Velho Senhor, desagendados

dia, hora, mês, sequer algum evento.;

mantém os olhos tristes, membros arqueados

sem me deixar escolha, algum alento.



Olho-o bem fundo, dentro d’alma

mas sem se impacientar, serenamente,

fita-me de alto a baixo, e aquela calma

invade-me soberana e imensamente.



Coube-nos conviver durante uma jornada

cheia de atropelos, sins e nãos,

de modo que na ausência de escada

prevalecessem apenas, corrimãos.



Apreendo um pouco mais suas mazelas

durante milhares de segundos percorridos

vitórias, algumas, sim, mas com seqüelas

marcas inexoráveis em seus sentidos.



Ah velho ano que te postas de joelhos,

perante tantas espirais de uma estada

feliz (ou infeliz?) quem te aceita conselhos

gratuitamente ofertados na enxurrada!



E será sempre assim: nasces, vives, feneces

feito as folhas no paço da existência,

em meio ao caos, à barbárie e interesses

desse mundo, ébrio mundo em decadência.



E te respeito a ti e a teus acólitos,

horas, dias e noites quente-frias,

ainda que desconheça tais propósitos

de me tolheres algumas alegrias.



Me despeço então da idiossincrasia,

desse noticiário incolor, maniqueísta

eu mesmo, sob mim e alguma tirania

donde extraí motivo mais simplista.



Está bem. Aceito teu louvor de morte

iminente tal como acontece amiúde,

e se repete e repete, fraco e forte,

sob um terrível som distante de alaúde.



E mais se me dissessem, descreria

que renasces de cinzas, Fênix outra vez

atravessando o corpo de algum dia

a te reter no estômago do mês.



Inclinar-me a cantar-te em fim de festa

é inútil, infantil, dói-me por isso,

sento-me à luz que passa sob a fresta

dessa última esperança em teu feitiço.



Dezembro é teu maior pesar e moribundo

não me engana teu canto gregoriano,

mantra singular, monótono, profundo

quando se enceta ao cair do pano.



Adeus. Fique contigo esse motivo brega,

inventado no marketing da hora

embalagem idiota, cuja entrega,

encontra-me quando já me fui embora.



Morre e renasce com e sem percalço,

ficarei por aqui enquanto agonizas,

a contemplar-te a dor no cadafalso,

se é mesmo disso que precisas.





WALTER DA SILVA

Aldeia Camaragibe Pernambuco

28 de dezembro de 2002.

Inserido em “OS RITOS DA AURORA” ®

















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