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Ensaios-->PLANO SEGURANÇA -- 07/07/2000 - 18:26 (Luiz Torres da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



PROGRAMA DE SEGURANÇA PÚBLICA
As armas de um presidente

Os jornais noticiam o Plano Nacional de Segurança Pública, com o qual o governo eliminará a violência nacional que extrapola todos os índices de tolerância e exige providências efetivas, imediatas e dóla, digo, reais. E isso sem grande repercussão. Em três anos essa preocupação estará erradicada e o ministro da justiça será destaque no Guynnes Boock’s por recorde de permanência no cargo. Somente por isso !
Antídoto que combate todos os venenos – mesmo os produzidos pelo próprio governo, o destaque se faz presente como sempre. Três bilhões em dois anos e meio para combater os efeitos de uma causa iniciada há seis. Havendo verbas – em dinheiro vivo, não existe problema insuperável ! Os governantes deveriam ser pobres para resolver problemas à base do salário mínimo. Sendo ricos ou abonados acham que com dinheiro ‘resolvem” qualquer “parada”. Pelo menos foi o que ressaltou o ministro expositor do plano, frente às câmaras de tv’s.
Nomear milhares de novos policiais – em diversas áreas, preocupará tanto os bandidos que, segundo devem ter concluído os planejadores, renunciarão ao crime e se candidatarão às milhares de vagas que o plano anuncia, correndo para um emprego com carteira assinada ou mesmo informal que, segundo um ministro, até que é uma solução razoavel.
Instalar vinte e uma novas delegacias para a polícia do ex - Tuma – menos de uma por Estado e admitir três mil e quatrocentos “federais” vai ser a implosão do narco e do arma tráfico. Por precaução – que nunca é demais, será intensificada a construção de cadeias e ampliada a margem de hospedagem ( 8 mínimos/ preso /mês ).
Também por precato e para evitar discriminações entre portadores, nenhuma arma será registrada nos próximos seis meses e as que já o tenham sido tornar-se-ão clandestinas, sujeitando seus possuidores às penas da lei: crime inafiançável, excluindo-se, apenas, aquele amoral que tenha ligação com gabinetes superiores.
E, finalmente, a prioridade absoluta e inadiável: o programa R e l u z . Implantar um milhão de novas luminárias para acabar com os coniventes ou convenientes “escurinhos”, sempre tão agradáveis e procurados! Especialistas no assunto - como os estupradores, poderão projetar a localização mais adequada. Segundo pensa o autor do artigo “Só se for para começar” (22/06 C.B.) “os bandidos vão adorar. Poderão escolher com mais precisão as suas vítimas, olhando melhor o cidadão bem ou mal vestido, assim como o carrão importado”.
Necessário seria analisar-se tão objetivas soluções propostas ? Cremos que não. São convincentes e racionais dispensando considerações. A dotação financeira diz tudo e resolverá tudo. Mas . . . não poderia ter um destino mais seguro, como, p.ex. destina-las para contratação desses marginais e contraventores entregando-se-lhes a manutenção da ordem e segurança públicas nas favelas, nas zonas bancárias e nos centros de diversão e lazer - esses em noites de lua cheia ? Com salários condizentes aos do tráfico não se estariam minimizando causas e efeitos ? Essa plêiade não se tem mostrado bem mais eficiente que as instituições repressivas ? Dando-lhes esses empregos não se estariam reduzindo as causas do crime, da contravenção e das balas perdidas ?
Ou, quem sabe, seria melhor oferecer-lhes crédito para estabelecerem-se legalmente, comprando ou importando – também legalmente, as drogas e armas que venderiam sob “registro”? Naturalmente saberiam reduzir a concorrência, eliminar problemas fronteiriços e diminuir a marginalidade.
E se, também, a instalação das luminárias fosse entregue a presos primários, em troca de liberdade condicional ? Além da economia, reduziria a super lotação e a despesa do Estado - uma vantagem adicional do plano em causa. Haveria outra solução menos onerosa ainda: o incentivo à criação de “vagalumes”, ou pirilampos, reduzindo custos e dando uma característica incomum aos “escurinhos”, mesmo demandando um pouco mais de tempo.
Essas soluções não dispenderiam menos verbas ? Apesar dos pesares deve-se reconhecer a eficiência das soluções encontradas pelos capazes planejadores. Podemos apenas lamentar nossa já incontida incredulidade.
Resta saber, porém, se essas verbas serão liberadas e empregadas exatamente nas etapas estabelecidas; estávamos propensos a admitir a exceção mas. como sempre, o ministro da Gestão nos desilude, afirmando que a lei fiscal é ameaça para o programa, permitindo-nos concluir que o governo continua brincando de planejar e “gestar”.
Suas primeiras experiências nos levaram a uma moeda fictícia e uma dívida interna de quase seiscentos bilhões em cinco anos, mas, segundo suas estatísticas, a inflação sumiu e junto com ela o SUS, a produção, o emprego, a nacionalidade, a moral, a vergonha, a namorada, a concubina e a dignidade. Enfim, em tudo que planejam os governantes o custo sempre recai nas costas da sociedade ou faz do povo seu eterno “ boi de piranha” - que sente no casco o resultado não alcançado. Acabar com o “escurinho“ não será uma “violentação” ? Ouça-se Cupido.
O Plano por certo produzirá muitos outros benefícios, fazendo-nos esquecer o lado mau que tanto preocupa. O aumento do efetivo policial já assegura a tranqüilidade. Os candidatos farão cursos pitônicos – para, como visionários diplomados antever o pensamento dos que vão se tornar violentos; de obstetras – para atender parturientes em viaturas ou no chão dos hospitais do SUS, sem leito e sem macas – de assistentes dos portadores de HAID’s – sem coquetéis ou remédios e outros tantos que ao governo, obviamente, não pode ou deve preocupar-se. Mas o reforço policialesco será a auto-afirmação desse mesmo governo em sua preocupação com a segurança e o bem estar da população. E, para não dizer que não falamos de flores, devemos ressaltar a tranqüilidade e o alívio que os agentes de segurança nos proporcionarão, podendo, até desestimular o desperdício de ovos – em moda nos desfiles de respeitáveis autoridades, também públicas.
Plano nacional de segurança pública – Planseguro, a sigla que consagrará uma equipe de governo, sem dúvida alguma !!!
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