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Ensaios-->EVANGELHO SEGUNDO LUCAS - Sombras de Reis Barbudos -- 28/07/2000 - 16:31 (Leonardo Almeida Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Teologia
A minhoca cavoca que cavoca
Ouvira falar da grande luz, o sol
Mas quando põe a cabeça de fora,
A mão a segura e a enfia no anzol.
José Paulo Paes


Naqueles incríveis anos setenta, tempo de milagre econômico, de ufanismo, de sombras e dor, de censura extrema e de idealismo alimentado à clandestinidade e diálogos codificados, a literatura - as artes de uma maneira geral - tornou-se, como era de se esperar, e numa espécie de ironia histórica, o santo do pau oco de nossa resistência à opressão. Se nas Minas Gerais dos séculos XVII/XVIII os pequenos ícones serviam para o desvio de ouro e irreverente afronta ao poder colonizador, agora, em plena vigência do famigerado AI-5(1), os escritores repensavam seus textos de maneira a, não abrindo mão de sua arte, retratar seu tempo de repressão e totalitarismo, introduzindo códigos, formas e sabores estilísticos que, furando o bloqueio da censura ditatorial, transportavam o ouro da memória, a denúncia, o 'nós acusamos'.
O isolamento imposto pelo regime militar aos intelectuais brasileiros, atitude que vem bem ao encontro da estratégia de qualquer regime totalitário (2), tinha como objetivo imediato disseminar o medo, a desinformação e a impotência política, e era de se esperar (pelo menos nisso apostaram os generais e civis da quartelada), que, como as minhocas da epígrafe deste trabalho, não se ousasse buscar o sol pelo medo do anzol. Ledo engano o daqueles senhores da Companhia Melhoramentos do Brasil (3). Justamente pela repulsa ao anzol (ou fuzis), nossos escritores ousaram trazer à luz seus textos mais significativos, embutindo em suas narrativas um sol poderoso, que iluminou aquele período nefasto de nossa história.
Costuma-se ouvir por aí que nossos criadores eram mais criativos sob a censura, que as obras daqueles anos terríveis eram mais fortes, fecundas. Não me cabe aqui discutir a validade desse argumento-chavão, mas apenas e tão somente destacar que, diante daquele quadro de repressão total, nossos artistas tiveram de lançar mão de uma nova estética, um novo código, capaz de, driblando o olhar vesgo dos censores, romper o crivo da censura e ao mesmo tempo, sem abrir mão da qualidade artística, alcançar o leitor afoito pela palavra de seus poetas, escritores, intelectuais de todas as áreas.
Talvez nossos censores, de farda ou não (e nesse caso, os piores), não acreditassem no papel formador (ou denunciador) da literatura, do teatro ou da poesia, ou mesmo, num atestado de burrice extrema, não dominassem o código que passou a ser utilizado pelos nossos escritores naquele período. Abusando de metáforas e alegorias, grande parte dos textos nomeavam a coisa (a ditadura militar) por outra coisa, e assim reconstruíam na ficção o real que estávamos vivendo. E mesmo quando essa referência era mais que evidente, como no caso de 'As meninas', de Lygia Fagundes Telles, ou 'Reflexos do Baile', de Antonio Callado, preferiram os 'fiscais da redentora' apostar na inutilidade do texto literário como instrumento de denúncia, ou na sua pouca penetração nas massas oprimidas (4).
Antonio Callado, que de calado tinha apenas o sobrenome, nos brindou com 'Reflexos do Baile', texto em estilhaços que recompostos nos trouxeram as vozes que 'eles' insistiam em calar. Há no texto a junção perfeita de forma e conteúdo, onde, inseparáveis, apontam para atmosfera absurda de repressão e frustração política, um diálogo de surdos, uma espécie de 'Central do Brasil' dos anos de chumbo, com seus bilhetes, diários, cartas (5). Torquato Neto, não sucumbindo à solidão daqueles tempos tumultuados - e mais uma vez destaco o texto de Hannah Arendt: Solidão não é estar só. Quem está desacompanhado está só, enquanto a solidão se manifesta mais nitidamente na companhia de outras pessoas.' (6) - suicidou-se em 1971. Caetano Veloso e Gilberto Gil exilaram-se em Londres, Chico Buarque na Itália, e o resto de nós, minhocas brasileiras, caímos, de um dia para o outro, nas muradas ruas de Taitara.
Há um ditado popular que diz, referindo-se a uma pessoa que vê coisas que não existem ou que não encontram fundamento numa suposta realidade, que fulano está pondo chifre em cabeça de cavalo. A literatura é, sem sombra de dúvidas, o melhor cavalo para que ponhamos os chifres de cor, formato, peso, cheiro, textura que quisermos. É claro que nem todo chifre que lhe impusermos lhe cairá bem, e é óbvio que quanto melhor for o texto-cavalo, maior o leque de chifres disponíveis a serem utilizados. Além disso, devemos ter em mente que essa questão de chifres em cabeça de cavalo está muito ligada também à qualidade do criador de cornos, à sua sensibilidade, à sua aproximação ao animal, sua abordagem ao cavalo-texto. Os escritores, notadamente aqueles que sofreram na carne a repressão, e aqui começo a direcionar meu texto para a obra de José J. Veiga, intencionalmente pareciam escrever seus 'cavalos' para que nós colocássemos os chifres apropriados. Alguns desses 'chifres' eram óbvios, outros nem tanto, e acho até que a grande maioria dos cornos que andaram colocando nesses 'cavalos' nunca foram pensados por seus autores. Mas isso não vem ao caso, o que proponho é um mergulho no fantástico mundo de Taitara e sua terrível experiência, relatada pela visão testemunhal do pequeno Lucas, em 'Sombras de Reis Barbudos' (SRB), romance de José J. Veiga, lançado em 1972, numa época de entradas e saídas, de desaparecimentos, de medo, silêncio e estádios de futebol lotados. Vou arriscar alguns chifres nesse cavalo de linguagem simples, mas de profundeza abissal, às vezes arisco, outras nem tanto, mas um cavalo corredor que rompeu a censura dos anos setenta, e com ousadia enfrentou o anzol daqueles pescadores violentos.
O romance, com seu inegável diálogo com o 'realismo mágico/fantástico', avança muito além dessa escola 'fashion' de nossa latinidade exótica. José J. Veiga monta seu texto a partir das memórias de um menino que acompanhou toda a instalação de uma famigerada Companhia de Melhoramentos de Taitara.

'De repente os muros, esses muros. Da noite para o dia eles brotaram assim retos, curvos, quebrados, descendo, subindo, dividindo as ruas ao meio conforme o traçado, separando amigos, tapando vistas, escurecendo, abafando.' (7)

É da visão de Lucas que tomamos conhecimento das mudanças que ocorrem na pequena cidade, mudanças terríveis que acabam por transformar a pacata comunidade num enorme campo de concentração, onde se dará a luta entre a repressão (fiscais da Companhia) e a resistência da população.
Embora tal enredo nos remeta à situação do Brasil dos anos setenta, o texto vai muito além da discussão caseira de militares e guerrilheiros de um Brasil silencioso; embora possamos interpretar o tio Baltazar como um João Goulart bem intencionado e maneta, e a ausência de sua mão esquerda nos desperte para o esfacelamento da esquerda brasileira naquele momento, não vejo com bons olhos o reducionismo que tal interpretação representa. Seria cravar um 'chifre' muito pobre num cavalo tão nobre e poderoso. Visto de uma maneira geral, no seu todo, Sombras de Reis Barbudos é uma enorme alegoria, que comporta a representação de algo muito maior que o regime de 64 no Brasil. Segundo Durand (8), 'A alegoria é a tradução concreta de uma idéia difícil de se atingir ou exprimir de forma simples.' Daí porque, mesmo que o autor tenha intencionalmente construído Taitara como representação direta do Brasil, o seu texto vai além de nossas fronteiras físicas, alcançando elementos metafísicos e discutindo-os livremente: poder, repressão, liberdade, humanismo, tirania, violência, dogma, resistência, todos esses conceitos desfilam pelas memórias de Lucas, um adolescente que muito bem representaria nossa inexperiência com a democracia. Lucas é na realidade o homem em eterno devir, que aprende, na sua luta diária com a tirania, a sobreviver e resistir à opressão. Lucas somos nós em nossa batalha diária contra Leviatan. Melhor escolha para nos dar voz, naquele momento escuro, não poderia ter sido feita por José J. Veiga, pois reside justamente nessa suposta inocência a coragem de cavoucar a terra e enfrentar o anzol. Quantos Lucas não adentraram matas portando fuzis, trajando sua face até há bem pouco tempo imberbe na clandestinidade urbana, no Araguaia, no sertão da Bahia? Quantos jovens Lucas integram a lista de desaparecidos do projeto 'Brasil Nunca Mais'? E é esse menino-personagem-alegoria que, em sonho, antecipa a espera da festa dos Reis Barbudos. Que reis seriam esses? Os magos, Gaspar, Belchior e Baltazar (homônimo do tio de Lucas), que levaram presentes (Lucas recebeu um relógio de presente do tio) para o Salvador, o iluminado, o redentor da raça humana? Sim, seria um bom chifre para o meu cavalo. A festa dos reis barbudos apontaria para a esperança (matéria do qual nos alimentamos) de uma festa de redenção de Taitara (Brasil, Terra, Humanidade), uma festa que celebraria o nascimento de um novo tempo, de um novo homem (seria Lucas essa esperança?). Ao portar o relógio presenteado e dominar o tempo da memória, arma que totalitarismo algum consegue apagar, o homem em formação no adolescente, resistindo a toda repressão, seria sim a pedra de toque de nossas esperanças. Já começo a divagar, voltemos ao chão.
O texto, bem humorado e leve, apesar de toda atmosfera opressiva, que nos remete aos textos sombrios de George Orwell (9), nos guia confortavelmente pelas descobertas que o pequeno Lucas vai fazendo. Algumas terríveis como o terror do surgimento dos muros ('Com tanto muro para encarar quando estávamos parados e rodear quando tínhamos de andar, a vida estava ficando cada dia mais difícil para todos,..' (10), o isolamento como estratégia do totalitarismo (11) ('Depois até a porta do sonho foi fechada quando a Companhia cercou as estradas. Com isso ficamos isolados do mundo, gente de fora não ia querer entrar sabendo que não podia sair.(12), as proibições que começaram a surgir na cidade, os fiscais da companhia, a opressão constante e crescente ('De um dia para outro, sem nenhum aviso, ficou perigoso até perguntar ou informar as horas a um desconhecido.' (13), a chegada dos urubus:

'Porque acharam eles (os urubus) de se concentrar logo aqui? Estariam prevendo algum acontecimento proveitoso para eles e naturalmente prejudicial para nós?'
O urubu, uma ave devoradora de entranhas como o abutre, é , segundo Jean Chevalier e Alain Gheerbrant (14), 'um símbolo de morte entre os maias. Mas por alimentar-se de corpos em decomposição e de imundícies, também pode ser considerado um agente regenerador das forças vitais contidas na decomposição orgânica e em resíduos de todo tipo, ou seja, um purificador, um mago que garante o ciclo da renovação, transmutando a morte em nova vida.'
A figura desses pássaros negros é sintomática em algumas obras daquele período, notadamente na música popular (15). No texto de José J. Veiga, aparecem, a princípio, como símbolos de mau agouro, como alegoria do caos e da sombra, como alterego da fatídica Companhia, que não sabemos o que faz, para que faz, como faz, e que por isso mesmo é mais assustadora e poderosa. Mas no relacionamento dos oprimidos de Taitara com essas aves se dá a grande 'sacada' do autor, a transmutação da figura funérea do urubu em instrumento de resistência, na medida em que os habitantes dominam essas aves, e , afrontando a proibição da companhia, as utilizam como animais domésticos, a domesticação da morte e a construção do sujeito que resiste às várias formas de pressão. Os urubus, como os ratos de Graciliano Ramos/Luís da Silva em Angústia, vêm compor o dialogismo vida/morte, repressão/resistência, dor/alegria, alienação/consciência. Não é por outro motivo que, justamente por causa do episódio do surgimento dos urubus em Taitara, o pequeno Lucas toma sua primeira e importantíssima decisão consciente de afrontar o pai (o paradigma da repressão, o fiscal fardado) e parte, audacioso e ciente de sua atitude, para informar aos colegas a intenção da Companhia de apreender os binóculos e lunetas que utilizavam para observar os animais. A ave de mau agouro é causa direta da formação política e do crescimento do menino Lucas.
Há um chifre importante que estou esquecendo de destacar, o da farda de Horácio, o pai de Lucas. Lê-se no texto que, empregado da Companhia com atribuições de fiscal, o personagem cria para si uma farda que, no desenrolar de suas atividades asquerosas, acaba por se tornar o próprio símbolo do poder e da repressão:

'Se meu pai era o chefe deles, como às vezes parecia, porque só ele andava fardado? Não devia ser ao contrário, o chefe ter regalia de se vestir como quisesse? Um dia que meu pai chegou muito alegre, satisfeito mesmo da vida, criei coragem e fiz essa pergunta. Ele riu e respondeu:
- Sou obrigado não, Lu. Essa farda eu mesmo inventei. Impõe mais respeito. – Girou para mostrar a farda. – Bonita, não é? Você precisa ver como a cambada me trata. Só faltam se mijar.' (16)

. Há nessa passagem referência direta com o machadiano 'O espelho', onde a segunda alma de Horácio, sua farda, acaba por dominá-lo de tal maneira que ao final, ao abandonar a Companhia, ele não será mais nada, nulidade, zero, descartável. Seria por acaso essa farda um símbolo direto dos militares no poder? Prefiro apontar para a própria natureza de uma farda, que uniformiza procedimentos e posturas, costurados por rígida hierarquia e disciplina, recheada por dogmas e ideologias inquestionáveis. A farda seria então, bem mais que a figura de um exército oficial, a representação da alma de qualquer totalitarismo, seja religioso, político, partidário. O perigo dessa farda imaginária, e ao mesmo tempo tão real, comprova-se nos Pogroms soviéticos, nos campos de Aushwitz, na Revolução Cultural de MaoTse Tung, nas fogueiras da Santa Inquisição, nas sabatinas do congresso americano da década de 50 com o senador MacCarthy, nas cruzes flamejantes do Mississipi. O que une todas essas maravilhosas obras da bestialidade humana é justamente a farda invisível que impregnou todos os indivíduos que as executaram. Uma farda que os tornou senhores de uma tarefa histórica, unidos sob uma grande e inatacável idéia, messiânicos cegos, cheios de boas e infernais intenções (17).
É simplesmente emocionante notar que os habitantes de Taitara, e principalmente o nosso Lucas, apesar de toda a repressão, todas as absurdas proibições impostas pela Companhia, de se sentirem como 'cavalo arreado esperando o dono é bicho triste, não tem vontade própria, só pode ir para onde é levado – exatamente como nós em nossos caminhos entre muros' (18), encontram força e formas as mais diversas para resistir, seja pichando paredes, saltando muros, sorrindo dos fiscais, portando lunetas e binóculos, voando...e os personagens alados que povoam as páginas do texto não são meramente protótipos da alienação, embora admita ser um chifre possível para o cavalo. Longe dessa alegoria estão os cinco minutos de sol na prisão, o que se vê nesses elementos é justamente a possibilidade de, mesmo sob tanta opressão, alçar vôo acima das grades, dos muros, das proibições e da própria Companhia: a viabilidade do sonho, a concretização da utopia.

'Hoje ninguém estranha, todo mundo está voando apesar da proibição, só não voa quem não quer ou não pode ou tem medo.'(19)

Na pior das hipóteses, a ironia machadiana de reconhecer ser melhor cair das nuvens que de um quarto andar. Não é por outra razão que, proibidos de fitar os céus e observar os homens pássaros, os habitantes de Taitara persistem vendo suas sombras oscilando no chão, como a dizer-lhes que o vôo é possível e, mais que isso, necessário. Poderíamos supor tais elementos como representação dos exilados, dos guerrilheiros, dos 'desbundados', mas em qualquer um desses possíveis cornos prevalecerá, em meu ponto de vista, a idéia de uma tomada de consciência, da revelação de algo possível, factível: a quebra de grilhões. Ícaros sobrevoando Taitara, além dos muros (ou da caverna, na alegoria Platônica).
Sombras de Reis Barbudos é um romance vigoroso, de uma simplicidade assustadora. Lucas é o portador da memória, e não por acaso trás esse nome. Eis o que diz Lucas, no prólogo de seu Evangelho:

'Muitos já tentaram compor a história do que aconteceu entre nós, assim como nos transmitiram os que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da Palavra.' (20)

E o nosso Lu, registrando sua/nossa saga sobre a Taitara universal:

'Pensei que ia ser fácil escrever a nossa história, estando os acontecimentos ainda vivos na minha lembrança.' (21)

José J. Veiga, ao criar o menino Lucas, o pequeno escritor, ousou colocar a cabeça para fora da terra, enfrentar o risco do anzol, e trazer à luz a nossa história, nos fazendo acreditar na possibilidade do vôo e na viabilidade do ser humano. Essa é a 'boa nova' (22) de Sombras de Reis Barbudos.

NOTAS

1 'AI-5 em diante, assiste-se ao triunfo de outra política cultural que, com certas variações, se manteria até a divulgação da Política Nacional de Cultura em 1975, em pleno governo Geisel. E o que caracteriza esta segunda estratégia? Um comportamento bem mais repressivo do que nos primeiros anos do governo militar. Uma política de supressão: expurgos de professores e funcionários públicos, apreensões de livros, discos, revistas, proibições de filmes e peças, censura rígida, prisões.' Flora Sussekind, in Literatura e vida literária, Jorge Zahar Editor, 1985, p.16.
2 Arendt, Hannah, in Origens do Totalitarismo - 'O isolamento e a impotência, isto é, a incapacidade básica de agir, sempre foram típicos das tiranias.' (p.526)
3 Veiga, José J., Sombras de Reis Barbudos, Bertrand Brasil, 1997, 22a ed.
'Quem podia imaginar naquele tempo de alegria e festa que um sonho tão bonito ia degenerar nessa calamitosa Companhia Melhoramentos de Taitara?' p. 2
4 'A utopia do 'Brasil Grande' dos governos militares pós-64 é construída via televisão, via linguagem do espetáculo. Sem os media e sem público, a produção artística e ensaística de esquerda se via transformada assim numa espécie de Cassandra. Podia falar sim, mas ninguém ouvia. A não ser outras idênticas cassandras.' Flora Sussekind, op.cit. p. 14.
5 Central do Brasil, filme de Walter Salles que, metaforizando a busca do pai, aborda a procura pelo Brasil perdido, através de cartas de populares.
6 Arend, Hannah, op.cit. p.528
7 SRB, p. 27
8 Durand, Gilbert, in A imaginação simbólica, Cultrix,1988, p.13
9 autor que disparou sua arte contra o totalitarismo stalinista em obras como 1984 e A revolução dos Bichos
10 SRB, p.27
11 'Já se observou muitas vezes que o terror só pode reinar absolutamente sobre homens que se isolam uns contra os outros e que, portanto, uma das preocupações fundamentais de todo governo tirânico é provocar esse isolamento. O isolamento pode ser o começo do terror; certamente é o seu solo mais fértil e sempre decorre dele.' Arend, Hannah, op.cit. p.526
12 SRB, p.114
13 SRB,p.66
14 Dicionário de Símbolos, José Olympio Editora, 1995
15 '..e os urubus passeiam a tarde inteira entre os girassóis', Caetano Veloso em Tropicália, 1968
'Carcará, pega, mata e come', João do Vale, Carcará
16 SRB, p.28
17 'O governo totalitário só se sente seguro na medida em que pode mobilizar a própria força de vontade do homem para forçá-lo a mergulhar naquele gigantesco movimento da História ou da Natureza que supostamente usa a humanidade como material e ignora nascimento ou morte', Hannah Arendt, op.cit.,p.526
18 SRB, p. 100
19 SRB, p.131
20 Bíblia Sagrada, Editora Vozes, 1982, p.1237
21 SRB, p.02
22 Evangelho vem do grego 'euangelion' e significa 'a recompensa pela boa notícia trazida', ou a própria 'boa notícia'. No Novo Testamento indica a 'boa nova da salvação trazida por Jesus Cristo'.

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