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Infantil-->ECOLOGICAMENTE CORRETO -- 29/04/2002 - 21:34 (Valéria Tarelho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ECOLOGICAMENTE CORRETO

Fazia um dia lindo, o Sol brilhava no límpido céu azul; os pássaros voavam em bando
de lá para cá, de cá para lá, batendo suas asinhas sem parar.
Vendo aquela cena da janela, Alvinho resolveu dar um passeio no jardim.
Melhor: decidiu fazer um pic-nic e passar a tarde lendo estorinhas deitado na grama verdinha
do jardim de sua casa.
Pediu para a mamãe preparar seu lanche: queria 10 biscoitos, 1 fruta e uma limonada bem fresquinha para a hora da sede.
Com seu bonezinho jeans e sua cestinha de lanches, lá foi nosso herói mirim rumo à sua aventura do dia: explorar o jardim.
Mal sabia ele a surpresa que o aguardava...aquela tarde seria inesquecível!
Apenas uns 20 passos separavam o jardim da casa, mas para Alvinho era um longo caminho que percorreu sozinho. Que aventura, que façanha!
Assim que chegou estendeu uma toalha vermelha sobre a grama verdejante. As cores o fez lembrar do semáforo que tem na avenida.
Ele sabe que só pode atravessar sobre a faixa quando acende a luzinha verde e, quando pisca o amarelo, deve ficar à espera, pois logo virá o vermelho e ele terá que aguardar pelo verde para passar.
Mas no jardim não havia carros nem nada com o que se preocupar...tudo é tão belo e inofensivo, somente flores coloridas e pássaros felizes a voar.
Havia flores de todas as cores: azuis, amarelas, rosadas, alaranjadas, brancas, avermelhadas, só não havia flores pretas. Por que será?
Conhecia todas pelos nomes: Rosa, a rainha das flores; Violeta, muito popular; Margarida, o bem-me-quer/mal-me-quer dos amores; Azaléia, Hortência e o Cravo que não pôs-se a chorar porque estava de bem com a Rosa.
Num cantinho ensolarado, ladeado de Onze-Horas, havia uma enorme flor que ao meio-dia girava buscando a luz do Sol.
Essa flor grande tem cor amarela e no centro um grande círculo marrom. E gira, gira, gira...gira em busca do Sol, gira banhando-se em luz, gira, gira o Girassol!
Alvinho sentiu-se feliz com toda aquela beleza e agradeceu ao papai do céu por ter criado a natureza.
De repente, um ruído estrondou no ar...RRrrrRRRRrrrRRRRrrRRRR. Alvinho não sentiu medo porque aquele barulhinho ele conhecia. Era sua barriguinha a roncar...era hora de lanchar!
Abriu sua cestinha de palha e pegou uma maçã tão vermelha quanto a toalha que forrava o gramado. A maçã era redonda, casca brilhante e saborosa; das frutas que conhecia, era a mais apetitosa!
Depois comeu os biscoitos...1,2,3,4,5,6,7,8...chega, 10 é muito, não aguento! Vou guardar estes dois para depois - pensou Alvinho.
Comeu tanto e tão depressa que sentiu um soninho chegando. Mas antes tinha que recolher o lixo que havia espalhado: havia muitas cascas cascas e farelos jogados por todo lado.
Terminada esta tarefa deitou-se na grama verdinha, que o fez lembrar da limonada que havia na sua cestinha. Ah...mas aquele soninho era maior que a sede que sentia…ia tirar um cochilinho!
As pálpebras foram pesando, os olhinhos se fechando, os ruídos ficando loooooonnngeeeeee, lá no fuuuuundo... zzzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzz zzzzzzzzzzz
Caiu Alvinho em sono profundo, mas durou pouco o sossego!
Despertou logo em seguida com uma passeata de formigas marchando em sua barriga.
À frente das formiguinhas-soldado, ia a capitã dona Saúva que determinou: Alto lá, pelotão!!!! E a marcha parou de sopetão.
Segurando uma bandeirinha branca, a capitã seguiu em frente sozinha. Escalou o nariz de Alvinho sem ter onde se apoiar... subiu, subiu, escorregou mas não desistiu, continuou subindo e caindo até que o topo atingiu!
Tanta dificuldade tinha um motivo: o formigueiro corria perigo e somente um ser humano como Alvinho poderia combater o inimigo!
Temerosa, mas sem alternativa, dona Saúva explicou ao menino o que acontecia:
- Com tanto inseticida, herbicida, formicida, fungicida, pesticida pulverizado no jardim ninguém aguenta, não tem saída...morreremos envenenadas ou então de asfixia, não duramos mais um dia!
Alvinho não estava acreditando que ouvia uma formiga! Esfregou os olhos e ela continuava lá, piscou umas cem vezes e ela não se movia! Ficava ali parada, na ponta de seu nariz, de bandeirinha branca na mão e uma carinha infeliz!
Prestando mais atenção ao que acontecia ao seu redor, notou que o pequeno exército de formigas estava muito maior.
E não eram apenas formigas que estavam sobre sua barriga, tendo o céu como teto : havia uma nuvem de insetos e bichinhos de jardim!
Foi um zum, zum, zum danado...libélulas, abelhas, vespas, marimbondos...todo mundo alvoroçado querendo uma solução!
Dona lagarta apressada para tecer seu casulo disse, muito pálida:
- Como poderei me transformar em uma linda borboleta e embelezar o seu jardim se morrerei ainda crisálida?
Dona Joaninha, toda pintadinha foi quem falou das flores:
- Quem irá polinizar as flores para encher o mundo de cores se eu não bater mais minhas asinhas?
Com visível desconsolo Dona Minhoca pôs-se a falar, embora ninguém soubesse de que lado estava sua cabeça:
-Quem irá drenar a terra se eu não abrir galerias? Como se oxigenará o solo caso eu desapareça?
Por fim, abrindo caminho entre os demais, deu cem passos à frente a velha centopéia, o mais estranho dos animais! Já imaginaram uma centopéia de muletas?
_ Dizem que sou pessonhenta, mas de "pes" só tenho os pezinhos e sonho chegar aos noventa. Precisamos sobreviver, salve nosso planeta, nos ajude amiguinho!

Alvinho nunca havia percebido o mundo que havia escondido em meio às folhas e flores existentes no jardim.
É um mundo encoberto, praticamente invisível se não olhar bem de perto!
Prestando mais atenção, viu uma fila indiana de formigas cortadeiras avançando em sua direção. Parecia que movia-se o chão, mas eram pedaços de folhas
que carregavam sem esforço para servir no almoço.
No ar, um som diferente, um ruído estridente: era um grilo a estrilar: - cri-cri-cri...cri-cri-cri...
Que coisa incrível! Esse cri-cri-cri eu nunca ouvi por aqui - pensou Alvinho.
Tinha ouvido sim, só não havia percebido que havia esse mundinho de pequenos bichinhos que habitam seu jardim.
E você, já ouviu o som do grilo?
E foi assim, perdido em pensamentos do que havia descoberto que ouviu uma voz ao longe:
_Alvinho! Alvinhooooooo!!! Está anoitecendo, venha para dentro!
A voz era familiar... -parece a da mamãe, ele pensou.
- A mamãe a me chamar...
De repente, num sobressalto despertou!
Olhou a sua volta e nada, nenhum grilo, nem escaravelho. Havia sonhado acordado ou comeu biscoitos demais e teve um pesadelo?
Deu 20 pequenas passadas e estava de novo na sala, olhando a paisagem lá fora através da janela de vidro. Tudo tão belo e perfeito, poderia ser destruído?
Não encontrou respostas para suas dúvidas, mas tinha uma certeza:
Papai do céu trabalhou durante 6 dias incessantes: pintou o mundo de cores, criou florestas e mares, animais vivendo aos pares, o Universo infinito, as estrelas cintilantes. E, num instante de magia, curvando-se o céu se abria num sorriso de agradecimento. Iluminando o firmamento, um fenômeno surgia: era um arco reluzente, formado por 7 cores em perfeita harmonia num dégradé transparente.
Deus criou o arco-íris e nos ofereceu de presente para alegrar nossos dias, para afastar a tristeza!

Vamos retribuir esta dádiva preservando esta beleza! Vamos unidos lutar em defesa da mãe natureza!


**Um detalhe, meu amiguinho: no jardim de Alvinho e em todos os jardins não existem flores pretas porque o colorido das flores é que atrai os pássaros e insetos para que o milagre da polinização se realize. A natureza é perfeita, tudo tem um "como" e um "porque".
Depende de nós o futuro do planeta!**



Valéria Tarelho
abril/2002
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