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cronicas-->Uma vida pelo telefone -- 17/06/2000 - 17:06 (Humberto Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Introdução
Marina Rodrigues Grilo, 76 anos, antiga funcionária da Companhia Telephónica Brasileira (CTB), é a homenageada desta edição do Persona. Numa época em que para se fazer uma ligação para São Paulo demorava quase seis horas. Nessa época as empresas telephónicas eram também privadas como hoje.
Os pais de Marina eram o senhor José Hilário Grilo e Adolfina Rodrigues Grilo, santa-ritenses como ela, que nunca saíram da cidade para morar além das montanhas do Vale do Sapucaí. Sua residência se encontra na rua professor Joaquim Augusto de Souza, mais conhecida como a Rua do Gouvêa e tem como moradora essa ilustre cidadã de Santa Rita do Sapucaí mais de 50 anos. A vida cotidiana de Marina Grilo se confunde com a Rua do Gouvêa.
A telefonista Marina Grilo é mãe da hoje diretora e professora de matemática da Escola Estadual Sinhá Moreira, Kátia Grilo. Essa senhora que trabalhou como telefonista durante 32 anos é avó de três netos e dona de uma simpatia característica do povo mineiro.

"Hoje é facinho se comunicar por telefone, antigamente era uma dificuldade imensa"
Com essa frase dona Marina Grilo define que as telecomunicações hoje é uma brincadeira de criança se comparado com as dificuldades dos anos 40, 50 e 60. Só que o que pouca gente sabe é que o telefone só veio a ficar mais acessível e com um bom funcionamento quando o Governo, através dos militares, estatizou o sistema de telecomunicações do país. Até então eram inúmeras empresas telephónicas que operavam no Brasil. Somente com a estatização é que passou a existir apenas uma empresa de transmissão: a Embratel e as demais teles estaduais, subordinadas ao governo federal.
Marina Grilo foi admitida pela CBT em 7 de julho de 1943. Na época, o país estava sendo regido pela ditadura do Estado Novo, que começava a ruir e iam surgindo focos de oposição ao regime autoritário mantido por Getúlio Vargas. A saída de Marina se deu pela extinta Telemig no dia 21 de março de 1975.
De acordo com Marina Grilo, ela sofre uma surdez no ouvido direito de tanto receber sons e barulhos constantes naquela época em que a transmissão pelo telefone não era de boa qualidade.

"O jeito mineiro é assim sossegado..."
Na tranquilidade da fala, na paciência dos gestos e na maneira calma como conta os seus casos, Marina Grilo se diz contente por morar em Santa Rita do Sapucaí. A vida pacata, tranquila e sem nervosismo com a qual leva é completamente diferente de quando ela exercia a profissão de telefonista.
A vida ao pé do telefone de dona Marina Grilo foi a mais longa passagem com a qual ela se mostrou para a sociedade. Tranquila nos gestos ela ri a todo momento em que lembra de um fato curioso que tenha acontecido. Ela costuma dizer que conhece tão bem quanto tão mal a cidade em que sempre morou. Não reconhece mais os todos os moradores da Rua do Gouvêa. A vida para ela é levada dessa maneira mineiramente como ela costuma dizer. Para que se estressar, se podemos fazer as coisas sossegados?

Texto publicado no jornal Minas do Sul no dia 17 de junho de 2000
Escrito no dia 15 de junho de 2000
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