FÁBULA DE UM SERVIDOR PÚBLICO
João de Deus, um rapaz simples, vinte anos de idade, sem grandes ideais, fez concurso e ingressou no serviço público do seu país, que tinha estabilidade econômica e financeira, sem inflação. Portanto, não havia necessidade de aumentos salariais.
João de Deus, o nosso funcionário, tomou posse no dia primeiro de janeiro, com o ordenado compatível com a sua classificação profissional e cultural. Por ocasião da posse o rapaz apresentou certificado de conclusão do primeiro grau e o salário $ 200,00 por mês. Por lei, todo empregado era obrigado a recolher 10% da sua remuneração para o fundo de aposentadoria, administrado pela Previdência do país.
Como o Governo do país tinha consciência que no futuro iria precisar daquele dinheiro pagar as aposentadorias do seu funcionalismo, ele tomava o dinheiro emprestado, como fazia no sistema financeiro e pagava, apenas 1% ao mês, correspondente ao que pagava as Cadernetas de Poupança. (Ver quadro demonstrativo tabela anexa).
Como o João de Deus, o funcionário em referência, resolveu estudar para melhorar de situação, ao final do quinto ano de emprego ele apresentou o certificado de conclusão do 2º Grau, submeteu-se a um concurso interno e conseguiu uma reclassificação automática, tendo em conseqüência um aumento salarial de 50% sobre a sua remuneração, que começou a receber em 1º de janeiro do ano seguinte ( Ver tabela e quadro demonstrativo).
Em virtude de lei, a partir do 7º ano de serviço ele passou a ter uma reclassificação automática de 5% sobre a sua remuneração, todos os anos (Ver tabela e quadro demonstrativo)
Com sacrifício, o nosso funcionário continuou estudando à noite, pagando os seus estudos e conseguiu se formar em nível superior, ao final do 12º ano de serviço o João de Deus conseguiu uma nova promoção, assumindo um novo cargo de nível superior, porém no início da carreira daquela categoria, mesmo assim teve um aumento salarial de aproximadamente 100% na sua remuneração (ver tabela e quadro demonstrativo), mantendo a reclassificação automática de 5% todos os anos, conforme demonstram as tabelas.
Ao final dos 35 anos de serviço e contribuição à Previdência, o João de Deus, o nosso funcionário do exemplo, aposentou e deixou de contribuir à Previdência, recebendo, portanto, integralmente o correspondente a remuneração da ativa, inclusive os aumentos da reclassificação automática, conforme demonstrado nas tabelas anexas.
Mas como o Governo não desviou o dinheiro da Previdência para outras atividades e pagou pontualmente e rigorosamente 1% ao mês durante todo aquele tempo, sempre teve dinheiro mais barato do que no sistema financeiro e não teve problemas com a aposentadoria do funcionalismo, conforme demonstrado na tabela do recolhimento do funcionário João de Deus.
Além do Governo não precisar tirar um centavo da arrecadação dos impostos, do dinheiro dos contribuintes e continuou contando com o dinheiro barato da contribuição à Previdência e o funcionário não deixou de receber, integralmente tudo a que tinha direito, quando iniciou a contribuir. Quando o aposentado deixar de receber (morrer), o dinheiro do fundo de aposentadoria fica para o Governo pagar a diferença de outras aposentadorias ou aplicar onde desejar, conforme podemos ver nas tabelas citadas.
ANO SALÁRIO ÍNDICE CONTRIBUIÇÃO
1 200,00 10% 20,00
2 200,00 “ 20,00
3 200,00 “ 20,00
4 200,00 “ 20,00
5 200,00 “ 20,00
6 300,00 “ 30,00
7 315,00 “ 31,50
8 330,75 “ 33,07
9 347,28 “ 34,72
10 364,64 “ 36,46
11 382,87 “ 38,28
12 402,01 “ 40,20
13 800,00 “ 80,00
14 840,00 “ 84,00
15 882,00 “ 88,20
16 926,10 “ 92,61
17 972,40 “ 97,24
18 1021,02 “ 102,10
19 1.072,07 “ 107,20
ANO SALÁRIO INDICE CONTRIBUIÇÃO
20 1.125,67 10% 112,56
21 1.181,95 “ 118,19
22 1.241,04 “ 124,10
23 1.303,09 “ 130,30
24 1.368,24 “ 136,82
25 1.436,65 “ 143,66
26 1.508,48 “ 150,84
27 1.583,90 “ 158,39
28 1.663,09 “ 166,30
29 1.746,24 “ 174,62
30 1.833,55 “ 183,35
31 1.925,22 “ 192,52
32 2.021,48 “ 202,14
33 2.122,55 “ 212,25
34 2.228,67 “ 222,86
35 2.340,10 “ 234,01
36 2.457,10 00% 0,00
37 2.579,95 “ 0,00
38 2.708,94 “ 0,00
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