Usina de Letras
Usina de Letras
90 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62237 )

Cartas ( 21334)

Contos (13264)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50635)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4769)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140809)

Redação (3307)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6192)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->A VIAGEM DOS MEUS SONHOS (SAUDADES DA INFÂNCIA) -- 12/10/2000 - 23:03 (Marcos Freitas de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Certa vez eu respondi uma enquete de um amigo, e dentre as perguntas teve uma que me chamou muito a atenção, era a seguinte: Qual é a viagem dos seus sonhos? Logo me veio as lembranças da minha infância, quando chegava as minha férias escolares, eu seguia com meus pais para o norte do Paraná, para visitar os meus avós, eu logo conclui que a viagem dos meus sonhos ela estava realizada, mas infelizmente não vazia mais parte da minha realidade, me lembro muito bem quando fui pela primeira vez no norte do Paraná, eu deveria Ter uns 3 anos, desembarcamos na cidade de Terra Rica, uma cidade totalmente agricula, poucas ruas asfaltadas, o meio de transporte mais intenso era as bicicletas, um tanto gozado ver aquelas senhoras, com saias enormes em cima de uma bicicleta, cena rarisima aqui em São Paulo, durante o caminho todo eu ficava perguntando para o meu pai qual era a casa do meus avós, e ele sempre dizia, quando eu a avistar eu te aviso, e quando ele falou qual era a casa, eu nem tive tempo de pensar, comecei a correr em direção a ela, quando eu cheguei perto, avistei o meu avô com aquele chapéu de camponês cuidando de sua horta, eu cheguei gritando, fazendo uma festa por ver o meu avô novamente, meu avô era dono dos olhos azuis mais lindo que eu já vi, era um senhor dos seus 70 anos, mas tinha uma beleza toda especial, descendente de italianos, e conhecedor de beleza por experiência, logo a minha avó sai para fora da casa para me dar um forte abraço, os dois estava muito eufóricos por receber o meu pai, filho deles, naquela que foi sua casa durante muitos anos.
Naquela viagem eu aprendi ser mais criança, não largava os meus avós por nada, lembro-me muito bem de uma pé de laranja que tinha no fundo da casa, minha irmã mais velha sugeriu uma laranjada, todos gostamos da idéia, mas quem ia subir na arvore, uma das minha irmãs? Elas nunca subiriam, pois achavam que isso era um papel de homem, e lá fui eu, pegar laranjas, quando já tinha pegado o suficiente para fazer uma boa laranjada, aparece a minha avó na porta, ela se assustou em me ver naquela arvore alta, e gritou: - Meu filho o que você esta fazendo ai! Eu levei um belo de um susto quando eu a vi, e não teve outra, eu cai da arvore, causando um forte impacto entre as minha costas, e o chão, eu tinha duas saídas naquele momento, me fazer de neto dengoso, e começar a chorar, ou encarar o fato com realidade e dar uma bela gargalhada, eu não tinha me machucado, só estava assustado, e quando eu a vi toda preocupada perguntando o que tinha acontecido, eu soltei uma bela risada, em sinal de que nada havia acontecido, e ela me levantou e me abraçou, eu gostava muito da casa dela, era toda de madeira, super aconchegante, a casa tinha dois banheiros, um interno, que tinha esgoto, e outro externo, conhecido como mictório, ela sempre me falava para eu nunca usar o banheiro do quintal, mas eu paulista nato, queria mais conhecer o diferente, e só usava o mictório, foi experiências marcantes, tenho muita saudade das historias dos meus avós, não sei se todas eram verdade, mas eram emocionantes, envolvente, queríamos sempre saber mais, que a historia fosse sempre adiante, acho que todas as pessoas pelo menos uma vez na vida conversou com um velhinho que soube viver, e em virtude disso se tornaram idosos maravilhoso, eu tive o privilegio que Ter dois velhinhos desses, tenho muita saudades deles.
Lembro-me da virada do ano 2000, minha família seguiu para comemorar com os parente do Paraná, eu estava dentro daquele carro pensando na última vez que eu havia chorado como criança, estava sentado em um túmulo qualquer de um cemitério do Sul do Paraná, numa cidadezinha chamada Itauná do Sul, cidade onde meus avós foram enterrado, chorava em virtude do enterro de minha avó, que morreu depois de um ano e um dia que meu avô faleceu, depois de tanto tempo a saudade veio a tona, e justo dentro daquele carro, eu estava me perguntando o porque da morte, hoje depois de algum tempo me encontro mais conformado, sei que a morte é necessária, mas é difícil aceitar. E quando eu estava respondendo aquela enquete do meu amigo, eu respondi que a viagem do meu sonho era ir no norte do Paraná, e dar um forte abraço no meu avô e na minha avó, sei que isso não será possível, mas tenho no meu coração a lembrança daqueles velhinhos, lindos e maravilhosos, que uma dia eu pude dar mais que um, mas uma serie de abraços.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui