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Artigos-->Corpus Christi em Matão -- 21/07/2000 - 00:28 (Julio Cesar Ribeiro da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Comemoração mais tradicional da cidade aconteceu no último dia 22 de junho, com enfeite de dez quarteirões, camelôs e comércio local aberto





A festa de Corpus Christi tem suas origens na Europa Medieval, devido à preocupação eucarística, em oposição a heresias (doutrinas contrárias aos dogmas da Igreja Católica). O Papa Urbano IV se manifestou sobre o assunto em 1261, estendendo a festividade a toda a Igreja com a publicação da bula “Transitarus de hoc mundo”. Todavia, existe registro da festividade no século XI, duzentos anos antes do documento papal.



Em Matão, Corpus Christi se confunde com o próprio nascimento do município, desde o auge do Arraial do Senhor Bom Jesus de Matão, há mais de 100 anos. Inicialmente, as famílias colocavam toalhas rendadas, mantas, colchas e lençóis nas janelas de suas casas, juntamente com arranjos de flores.



Depois, as ornamentações ganharam as ruas da cidade e, há setenta anos, o apoio oficial. Na década de 1980, a Festa de Corpus Christi em Matão era uma das maiores atrações turísticas do interior paulista, com caravanas de cidades e Estados, além de uma presença considerável de turistas estrangeiros.



Matão se destaca nos enfeites de ruas devido à utilização de materiais como o pó-de-café, o cedrinho, palhas de arroz, flores, folhas, areias, terras e vidros moídos, entre outros. Enquanto a maioria das cidades que também festejam a Eucaristia usa roupas e panos estendidos ao chão, com fins comerciais ou filantrópicos.



Dividem-se, conceitualmente, entre quadros e tapetes os enfeites de rua de Matão, apesar de estarem todos praticamente ligados. Os quadros têm traços exclusivos, feitos por artistas da cidade. Os tapetes, que tomam quase toda a extensão das ruas enfeitadas, usam moldes e a distribuição generalizada de materiais.



O matonense José Enge Filho, 78 anos, contribui com projetos e confecções de moldes desde o início da década de 1950, quando montou sua oficina. Atualmente, passa a arte de trabalhos em metal aos filhos Luiz Carlos e Márcio José e aos netos Renato Augusto e Paulo Eduardo.



“A prefeitura arca com os custos dos moldes metálicos. Mas a família se dedica com amor, valorizando o lado humanitário da festa de Corpus Christi. Desde que me conheço por gente, o meu pai sempre participou dos enfeites de rua e colaborávamos com a colheita de materiais como bico-de-papagaio e cedrinho”, comenta Luiz Carlos Enge.





Percursos e comércios



Dez quarteirões foram enfeitados no centro de Matão, neste ano, no Corpus Christi (veja abaixo). Foram utilizados materiais mais tradicionais como terra, areia, pó-de-café, serragem, cavaco de madeira, cedrinho, bagaço de cana-de-açúcar, folhas e flores, como também vidros moídos, que foram introduzidos posteriormente na festa. Ainda houve dez mil flores de papel crepom, aproximadamente, para o enfeite da Avenida Sete de Setembro.



Confeccionaram quatros no chão, nas esquinas dos quarteirões enfeitados, artistas plásticos locais: Helena Okada, Eliana Saraiva, Tânia Gorgatti, Marcínio Silva, Neuza Coronel, Chico Gabozo, Maria Teresa Rossi, Juju de Oliveira e Maurício Pereira, entre outros. No meio dos quarteirões, também houve quadros, os quais ficaram sob a responsabilidade de movimentos da Igreja Católica, de escolas e da Casa da Cultura de Matão.



Os enfeites de rua têm como tema a Campanha da Fraternidade de cada ano. Reflexões ecumênicas, em 2000, abordam a expressão “Dignidade e Paz”. Esse foi o mote principal para os quadros e composições de “tapetes” pelas ruas de Matão. Os moradores da cidade começaram as ornamentações na madrugada do feriado de Corpus Christi, comemorado no último dia 22 de junho.



Uma das novidades foi a abertura do comércio local, que sempre se opôs aos ambulantes (camelôs) que vêm de outras regiões especialmente para as festividades. As barracas dos camelôs atraem os moradores e visitantes, por causa dos preços à vista e da tradição de feiras.



“A abertura do comércio é uma tentativa de acompanharmos as tendências mundiais de turismo. Esperamos que para próximo ano essa idéia esteja mais estruturada, inclusive com a participação das lojas nos preparativos da festa e com promoções para o dia. Acreditamos que o comércio da cidade deu mais vida às festividades, atendendo principalmente ao setor de alimentação”, comentou José Antonio Fragali, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Matão.



A ornamentação, independente de sua técnica ou estilo, é realizada para a procissão do Santíssimo, do Corpo de Cristo. Para alguns, a ornamentação de ruas e o cortejo são costumes populares. Para outros, no entanto, é um momento de profunda reflexão religiosa. Nessa dualidade, convivem turismo, comércio, arte, tradição e fé.







Quarteirões que foram enfeitados



1.º) Rua José Bonifácio, entre as avenidas XV de Novembro e Sete de Setembro, enfrente a Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus;

2.º) Avenida Sete de Setembro, entre as ruas José Bonifácio e Rui Barbosa, da Casa da Cultura à Nossa Caixa Nosso Banco;

3.º) Rua Rui Barbosa, entre as avenidas XV de Novembro e Sete de Setembro, enfrente ao antigo cinema;

4.º) Rua Rui Barbosa, entre as avenidas 28 de Agosto e XV de Novembro, enfrente ao Hotel Leiria;

5.º) Rua Rui Barbosa, entre as avenidas Tiradentes e 28 de Agosto;

6.º) Avenida Tiradentes, entre as ruas Rui Barbosa e José Bonifácio;

7.º) Avenida Tiradentes, entre as ruas José Bonifácio e Cesário Motta, enfrente a Escola Adelino Bordignon;

8.º) Rua Cesário Motta, entre as avenidas Tiradentes e 28 de Agosto;

9.º) Rua Cesário Motta, entre as avenidas 28 de Agosto e XV de Novembro, enfrente ao Inss (Instituto Nacional de Seguridade Social); e

10.º) Avenida XV de Novembro, entre as ruas Cezário Motta e José Bonifácio, ao lado da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus.



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