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Ensaios-->OS MISTÉRIOS ARARAQUAROSOS (6) -- 30/10/2000 - 12:59 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sobre os Mistérios Araraquarosos


Sobre a recepção da peça, Zé Celso escreveu um texto, cujo título decidimos adotar também para este nosso relato: Os Mistérios Araraquarosos, onde busca as razões para o lado negativo da enorme repercussão de sua montagem, querendo ainda desvendar os mecanismos da relação entre ele próprio e sua cidade natal. Sobre as questões relacionadas com as cenas de sexo explícito, com muita propriedade ele relaciona o aspecto sexual com o religioso, ao afirmar:

'Talvez o tabu mais forte seja o religioso, porque encobre o tabu sexual, o da propriedade ególatra do sexual, da qual todas as desigualdades sociais são a herança. Aliás, não é um sentimento religioso propriamente, mas um sentimento doente e medroso diante do belo cáos da vida, onde as coisas não acontecem como nos filmes americanos ou nas novelas.'



O papel do rádio


Um elemento, porém, foi indispensável, para que a peça tivesse tal repercussão. Um programa diário numa das estações de rádio locais, com um locutor dado a um certo destempero verbal e à dubiedade moral. Esse radialista costuma tratar tanto estupradores como estuprados com a mesma violência, ambos são culpados e merecem os nossos piores sentimentos. Esse programa tem hoje um público imenso e propenso a acatar o moralismo muito pouco ético de seu comandante. O radialista explora todas as possibilidades de que dispõe, para se voltar contra a vida intelectual, atacando por exemplo a Universidade sem o menor escrúpulo, culpando os professores universitários (especialmente os de sociologia!) pela degradação moral da sociedade, tratando os alunos como vândalos incorrigíveis, como drogados, todos, e as alunas como prostitutas de luxo. Isso tem gerado reações perigosas de alguns setores contra os universitários na cidade. Suas transmissões fizeram furor, por exemplo, a partir da Semana Santa passada, quando uma aluna do Curso de Economia da Unesp foi estuprada e assassinada com requintes de grande perversidade. O radialista chegou a sugerir que uma moça dessas, caminhando sozinha pela rua às onze da noite, não poderia ser mesmo “boa coisa”. A aluna estava voltando para casa. A moradia estudantil fica num bairro não tão longe do centro, mas isolado o suficiente para permitir tal risco. Foi esse radialista quem, tendo assistido à peça no domingo, passou a comandar do seu microfone essa inusitada recepção araraquarense da montagem de Mistérios Gozosos..
Vale retomar aqui Hannelore Link (ver acima), neste nosso caso em que a recepção reprodutiva parece assumir uma de suas possibilidades bastante conhecidas, que é a recuperação ideológica. O referido radialista reproduz aquilo que conseguiu ou quis ver, sem se aprofundar devidamente em sua reflexão sobre o espetáculo. Numa de suas falas, ele afirmava não ter experimentado nenhum choque perante o espetáculo, coisa aliás ultrapassada, já conhecida por ele de muito tempo atrás.
Às vezes, ele mesmo procura um resquício de boa índole em suas mal costuradas frases e em suas palavras usadas com impropriedade. Uma ouvinte, por exemplo, queria manifestar no ar, ao vivo, sua opinião. O radialista pergunta se ela havia assistido à peça. A resposta é negativa. O radialista acrescenta que ela então não poderia dar nenhuma opinião, que as pessoas não deveriam ficar por aí a repetir coisas ditas por ele em seu programa. Fica realmente difícil saber com quem se está falando, num caso desses em que beiramos já a auto-paródia.
Programas radiofônicos como esse existem hoje em toda parte. Nos Estados Unidos, é o que se sabe pelos noticiários dos jornais, eles possuem hoje uma enorme audiência, estando muitas vezes cercados por organizações pouco democráticas e sendo responsabilizados por gestos criminosos e por organizações para-militares de direita, com toques de racismo e de violência contra a liberdade de expressão. Devemos considerar ainda que o rádio é um meio quente, para usar a terminologia de McLuhan , em oposição à televisão, um meio frio, onde as coisas tendem a se diluir mais facil e rapidamente. Isso explica o poder de convencimento e a interação imediata criados por esse meio. Pode-se afirmar que, em Araraquara, esse radialista é hoje uma das pessoas mais poderosas, com um poder de barganha jamais sonhado por nenhum político ou lider religioso. Que dizer então da Universidade, que deveria ser a detentora de uma liderança intelectual. Mas esse já é um outro assunto. O certo é que esse radialista costuma 'peitar', para usar a expressão mais popular, a Faculdade de Ciências e Letras da Unesp local. O que, para o grosso da população, tem um sabor de vitória contra essa elite do mal, esses privilegiados que compõem a Universidade e gastam, como o encenador Zé Celso, dinheiro público para dar vazão a seus instintos depravados. Mesmo que alguns professores tenham se esforçado por esclarecê-los, usando para isso a mesma via do citado comunicador, o seu programa diário numa estação de rádio da cidade. Ainda que, pelos jornais, os diretores das várias unidades da Unesp de Araraquara tenham se desdobrado (por ocasião do assassinato da aluna) para construir uma resposta, cujo tom era evidentemente conciliatório: engrandecendo as virtudes de seus alunos e reclamando compreensão para com atitudes que classificam como “arroubos de juventude”.



Sobre a opinião dos artistas locais


Também se classificariam como exemplos de ‘recepção reprodutiva’, aquelas formuladas nas opiniões de alguns artistas locais. Pelo que se lê em alguns dos artigos publicados no jornal 'O Imparcial', eles preferem ignorar as distâncias que separam suas tentativas, por natureza frágeis e precárias, de fazer teatro no interior, de realizações como a de Mistérios Gozosos, feita por alguém que precisou deixar o seu meio para viver produtivamente. Vejamos o que diz Zé Celso em seu texto: 'Eu nunca tive a chave da minha cidade natal, posso dizer que estou com ela agora, de uma maneira nunca imaginada. Sempre foi o lugar do mundo, desde que saí aos dezessete anos, onde me senti mais só. Saí numa ventania de julho como estas que começam a bater agora de repente enquanto escrevo.' Alguns dos opinantes, e nisso acabam involuntariamente se juntando ao radialista acima, preferem trabalhar em cima de clichês maldosos, como a suposta senilidade do diretor, como a sugestão de que ele tenha se instalado para sempre na atmosfera dos anos 60 (ver acima). Em entrevista concedida à Folha de São Paulo, em 01/08/95, o diretor afirma: 'Há um grande ciúme cultural dos anos 60.' E completa: '[...] o lado dionisíaco da cultura está sob o peso de uma contra-revolução' . Essas opiniões pecam sobretudo pela presunção, que de resto põe invariavelmente a perder as realizações de alguns dos opinantes. Alguns preferem alardear um 'indispensável' conhecimento técnico, a famosa 'carpintaria' do teatro. Teria faltado um melhor trabalho de direção, arrisca alguém, detectando problemas de dicção, por exemplo. Outro articulista, tendo já superado todos esses problemas fora de época, prefere ignorar a encenação, para, incólume, preferir recomendar uma exposição de um artista local, homenageado naquela semana. Houve quem tentasse salvar a reputação do diretor, reconhecido internacionalmente. Até no rádio, no programa acima referido, houve tentativas de apresentação de atestado de bom-mocismo, coisa que certamente Zé Celso sempre andou longe de pretender. Houve, mesmo entre pessoas mais próximas à produção e à inspiração do evento, vozes já intimidadas, a admitir que desta vez o diretor teria ido longe demais.
Houve também, é claro, vozes favoráveis, algumas com argumentação bastante consistente, apontando para a recuperação do teatro dionisíaco, do espírito do teatro grego, reconhecendo a coragem e a competência da encenação. Houve quem considerasse positivamente aspectos da representação: a música, a ruptura com o palco italiano (?), o desempenho de alguns atores, a iluminação.
Para falar de aspectos técnicos, de nossa parte achamos necessário ressaltar um fato inegável: apesar do belíssimo efeito de muitas das suas cenas ali no recinto do Teatro Municipal de Araraquara, apesar da inventividade da adaptação ao espaço e às condições locais, o espetáculo, como se sabe, foi concebido para um espaço bastante diverso, o do novo Teatro Oficina. Foi concebido para ser visto de cima, como num sambódromo. Portanto, muito do efeito do espetáculo, aquela que seria a visão do pássaro, se perdeu. Os espectadores em Araraquara ficaram condenados à visão das rãs, com as cabeças abaixo da passsarela sobre a qual transcorriam as cenas e se movimentavam (freneticamente) os atores. Um pouco incômada essa posição, é preciso dizer. É incômoda essa sensação de estar sempre a perder alguma coisa. O certo é que a concepção original do espetáculo acabou bastante comprometida.
Mesmo assim, quem sabe e pode voar, podia pressentí-la. Foi o que fizeram os fotógrafos do jornal O Imparcial, que usaram as possibilidades de se locomoverem com a câmera, realizando uma cobertura impecável. Algumas fotos foram tomadas do alto, das cabines de iluminação.
Foi à visão de algumas dessa fotos reproduzidas no jornal, que pudemos na verdade perceber algo que, durante o espetáculo, sem uma consciência muito clara do que fosse, de certa forma nos incomodava. Na saída, ao final, quase nos sentíamos tentados a confessar um certo desagrado. Enfim, ao longo da semana seguinte, a cobertura jornalística veio nos proporcionar uma nova e melhorada visão da montagem, acrescentando por assim dizer elementos ao que iria se cristalizar para nós como sendo a nossa recepção pessoal de um acontecimento teatral, cuja proeza foi conseguir projeção para muito além das fronteiras do próprio Teatro Municipal. Como, de resto também, toda a repercussão causada pelo espetáculo.
Nesse caso, poderíamos arriscar a formulação, de que a nossa recepção - direta, uma vez que estivemos presentes ao espetáculo - não se completou ali no momento da representação. O nosso horizonte de expectativa não vinha acrescido, naquela segunda noite, de tudo o que a primeira apresentação já havia suscitado. E fica difícil pensar a recepção, no caso, sem toda a cadeia de recepções indiretas, de mediações, de influências posteriores ao acontecimento vivido. Talvez, num caso particular assim, pudéssemos falar também de uma história da recepção a curto prazo, para dizer que a nossa recepção (aqui, enquanto texto, neste trabalho, também uma ‘recepção reprodutiva’ no sentido de Hannelore Link) é a história da recepção do espetáculo em Araraquara, ao longo de quase dois meses, com o acréscimo de alguns desdobramentos ainda posteriores. Isso nem sempre é possível, num centro maior, onde tudo acaba por diluir-se ou fica restrito a uma relação indireta das pessoas com os meios de comunicação apenas. Neste caso, é possível concluir ainda pela validade da recepção indireta, a dos não-espectadores. De certa forma, Araraquara inteira ganhou asas e pode sobrevoar o espetáculo. Muito embora alguns espectadores tenham ficado irremediavelmente e para sempre agachados, na posição das rãs. Muitos, na verdade, não se deram conta das verdadeiras proporções assumidas pelo acontecimento, deixando-se aprisionar apenas por impressões de momento ou pelas expectativas (frustradas ou não) que traziam.
Uma cena parece ter desencadeado a ira santa do clero e dos católicos praticantes da cidade: Cristo descasca uma banana e profere as palavras da consagração: 'Tomai e comei, este é o meu corpo.' A comunhão é distribuida então, com a banana, na altura do falo do Cristo, a ser comida, pedaço a pedaço, por cada um dos personagens da peça. No caso, poderíamos falar de efeitos colaterais indesejáveis da recepção indireta, uma vez que muitos apenas ouviram o relato desta cena. Deliberadamente, estamos tratando de levar ao extremo e ao absurdo todas as nossas suposições, sendo esta uma forma de testar algumas quantas certezas.

Para usar a terminologia de Iser, os vazios da representação acabaram sendo preenchidos por todo esse imenso barulho que tomou conta de Araraquara. Preencheram-se os vazios com os elementos que compõem o horizonte de expectativas (Jau& 61538;) da população (da cidade? do mangue? do Brasil?): moralismo de fachada, catolicismo às vezes nem tão praticante e nem tão cristão, a violência que está por baixo da vida social oprimida por problemas materiais prementes e por questões sociais gravíssimas, a mercantilização da vida afetiva e sexual, reação contra um filho da cidade capaz de tamanha ousadia (a mãe do diretor é católica e freqüenta a paróquia da matriz local).
Poderíamos nos perguntar se tudo isso ainda tem a ver com a arte, com o teatro. Mas parece que, independentemente de um contato direto com os objetos da arte, existe também, sempre, uma fruição de segunda mão, que faz com que cheguem até nós, perdidos em qualquer rincão do mundo, os ecos das realizações mais diversas ocorridas nos grandes centros. E não é de outra forma que chegam até nós ecos de teorias e de posturas intelectuais estrangeiras. E isso determina também, irreversivelmente, a história de suas recepções. O próprio diretor tratou de mediar a recepção de um texto datado de 1950, interpretando-o à luz do nosso horizonte de expectativas hoje, na metade dos anos 90, e, no caso das apresentações em Araraquara, lançando mão de tudo quanto compõe a sua história pessoal, sua relação com a cidade, um inevitável acerto de contas com o seu passado católico e integralista, sua solidão de criador num ambiente hostil e avesso a mudanças e experimentações. Sua mera presença no espaço do Teatro Municipal já seria o bastante para acirrar velhas querelas locais. A chamada elite econômica, que também se quer elite cultural, costuma lançar seus tentáculos contra o pouco ainda possível de vida cultural na cidade, dominando alguns espaços e colocando entre áspas o adjetivo 'cultural' atribuído a certas realizações. Costumam celebrar entre si alguns ralos eventos, onde invariavelmente são atores e público a um só tempo. Sentem-se bem assim, e justificados dentro dos limites do seu meio (assumida e cultivadamente reduzido) e do seu pouco abrangente horizonte de expectativas.
Mistérios Gozosos levantou assim questões nunca antes ventiladas, tabus intransponíveis. Como o próprio Zé Celso tão bem formulou em seu texto Os Mistérios Araraquarosos, sexo apenas não bastaria para levantar tamanha polêmica. Ocorre que a encenação, e o texto obviamente também, materializa todos esses tabus, numa mistura letal de sexo e religião, enfim, trabalha com tudo aquilo que pulsa dentro de cada cidadão, espectador ou não-espectador. Daí, a enorme repercussão, daí o escândalo, daí a ira dos bem-pensantes. Tirado o verniz das relações sociais todas, afastados os tabus que oprimem e pervertem todas essas relações, resta a dura e luminosa realidade do mangue, 'o belo caos do mundo' , para usar uma expressão do próprio encenador.
Com isso, pensamos ter descrito o acontecimento, sugerindo ao longo da descrição algumas possibilidades de interpretação. A proposta da Estética da Recepção, com a inclusão do receptor, do espectador no caso do teatro, parece dar conta, aqui também, da inclusão de todos esses elementos extra-teatrais, que outras teorias do teatro simplesmente recusariam, por exteriores ao fato teatral propriamente dito. Segundo pensamos ter demonstrado, o próprio encenador, instância mediadora no processo da recepção, sendo ele o privilegiado intérprete do texto que pretende fazer chegar até nós, parece ter trabalhado com todas essas possibilidades, inclusive as do choque e do escândalo, para ter nas mãos, como afirma depois, de maneira inusitada e inesperada, as chaves de sua cidade .
O próprio encenador já há muito optou por um engajamento existencial sem limites: teatro é vida, te-ato, vida que te agarra, que te prende. Para ele, a relação de palco e platéia ultrapassa a geografia estreita de um Teatro Municipal, com seu palco italiano:

'Em São Paulo representamos esta peça entre a Praça da Sé e o Solar da Marquesa de Santos, no carnaval. Os meninos que cheriavam cola na Praça ensinaram Eduléia a cheirar para fazer a cena em que ela entra cheirando o saco de leite vazio. Os meninos de rua assistiram a todo o espetáculo como a uma solenidade religiosa, sabiam que era como eles também.'

Ela aspira a uma vida mais intensa, como parecia ser a vida na Grécia ao tempo das grandes tragédias. Zé Celso procura atingir essa plenitude perdida. Como artista de vanguarda que sempre foi e continua sendo, não abdica da tentativa de atingir a todos com as suas propostas teatrais, mesmo aqueles que, por razões muito conhecidas, jamais teriam a possibilidade de entrar no Teatro Municipal de Araraquara, mesmo com ingresso gratuito, como foi o caso dessas duas representações. Zé Celso conseguiu produzir assunto para todo e qualquer boteco da cidade.
Curiosamente, apenas a Universidade não se manifestou. Por isso, no dia 03 de agosto de 1994, cuidamos de organizar, dentro de um evento mensal chamado OXOUNOSSO , que reúne a comunidade universitária local em torno da produção cultural do campus e da cidade, um painel com fotos e artigos sobre a encenação, ou seja, toda a recepção veiculada pela imprensa local, além de entrevistas do encenador para os jornais da capital. Enquanto o público entrava para assistir a OXOUNOSSO, ouvia-se uma gravação da rádio local, com o famoso radialista a falar do espetáculo, a arriscar suas interpretações tendenciosas. Pudemos ainda assistir a um compacto de 30 minutos, tirado das filmagens da peça feita por um video-maker local. Enfim, fizemos um esforço para que não passasse em branco, dentro da Universidade, um acontecimento com tal repercussão. 'Os mistérios araraquarosos: OXOUNOSSO presta aqui uma homenagem a esse grande criador que é o autor/ator/diretor Zé Celso Martinez Correa. O recesso escolar impediu que este grande momento do teatro brasileiro, este fenômeno da recepção teatral ocorrido na cidade de Araraquara durante a “Semana Luis Antonio Martinez Correa” de 1995, tivesse também a merecida repercussão dentro do campus universitário. É o momento de assumirmos a nossa parte nesta instigante e, às vezes, curiosa polêmica, para garantir uma leitura adequada da encenação e de seus desdobramentos. [...] Acho que gozamos todos, muito, e há tanto ainda por gozar. Tomara! E, é claro, há quem prefira os dolorosos, não é mesmo?'
Foi notável o fato de que nenhum dos nossos intelectuais ou teóricos, alguns reconhecidos mesmo por sua dedicação à literatura e mais especificamente ao teatro, tenha se dignado a manifestar publicamente sua opinião. São poucos mesmo, como já afirmamos neste trabalho, aqueles que vivem e participam da vida cultural da cidade. E, neste caso, esses poucos preferiram exercer o seu direito à isenção e à cautela.



[O próximo será o último capítulo desta publicação. Juntamente com ele, o leitor terá acesso às notas que seguem o texto em rodapé.]







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