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cronicas-->Boi-de-mamão -- 12/08/2002 - 18:05 (Hilton Görresen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
BOI-DE-MAMÃO


Tenho em meu currículo a participação em um boi-de-mamão. Os garotos de hoje talvez nem saibam o que é isso: tem criança que só conhece boi em forma de hambúrguer. Antigamente, essa manifestação folclórica era comum em minha cidade, nos inícios de ano. Tinha como principais personagens, além do próprio boi, o toureiro, o doutor e o cavalo-marinho, uma espécie de vaqueiro, que laçava o boi e o levava embora, em meio à cantoria dos participantes.
A gente mesmo construía o boi e os outros bichinhos com bambu,usando um mamão verde, onde enfiava os chifres, emprestados do pai do Juca (que ninguém duvide da mãe do Juca, uma jóia de senhora, os chifres eram apenas enfeite de parede).
Eu desejava fazer o papel do cavalo-marinho, pois era bom nas brincadeiras de laço, duvido que não conseguisse laçar os chifres do boi de primeira. Mas os garotos maiores - os donos do boi - preferiram o Carioca, que já possuía roupa de vaqueiro. Na verdade, nem era isso; era uma vestimenta de pastor português que o Carioca usou na procissão em homenagem à Virgem de Fátima. Mas que era parecida, era. Fui, então, escalado para ser o doutor, que era chamado quando o boi morria. Tinha de dizer algumas asneiras - e finalmente ressuscitar o boi com uma injeção (a seringa era uma bomba de bicicleta). Mas acharam que não tinha jeito para doutor, tinha a voz meio baixa. Me esgoelava todo e a turma lá de trás não ouvia bulhufas.
Fui rebaixado ao papel da cabra. A função da cabra era ir pra cima do público, fazendo mééé, mééé. Ninguém tinha nada a reclamar de meu mééé. Mas acharam que eu era uma cabra muito preguiçosa, tinha de me sacudir mais. Resultado: colocaram outro em meu lugar e fiquei sendo o dublê da cabra. Quando o cara ia fumar um cigarrinho, eu assumia seu lugar debaixo da cabra e ia pra cima do povo.
No final, depois dessa humilhação, não quiseram pagar minha parte na arrecadação de dinheiro. Ora, diziam, vá amolar o boi.
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