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Ensaios-->Giuseppe Verdi: 2001 será o ano dele! -- 18/01/2001 - 18:27 (Rosângela Scheithauer) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
GIUSEPPE VERDI: 2001 será o ano dele!

(Rosângela Scheithauer)


O ano de Giuseppe Verdi será sem dúvida 2001. Durante este tempo o mundo o focalizará, haverá festivais, exposições, premieres e novos livros. Tudo porque o popular Giuseppe Verdi faleceu há 100 anos! A ele devemos obras espetaculares como „Rigoletto“, „Aida“ e „Otelo“. A beleza de suas músicas é contagiante e permanece na memória. Se analisarmos bem, na maioria de suas óperas a figura principal morre no 3° ato – e em lugar algum se morre tão majestosamente como em suas óperas!
O que me inspirou a escrever sobre Verdi foi um livro recentemente publicado na Áustria pela autora alemã Eva Gesine Baur, também soprano. Diz que uma das principais frases de Verdi foi: „Sou um camponês“. Esta frase a deixou curiosa para investigar mais sobre a vida do grande gênio. Não demorou muito para que descobrisse que ele jamais fez o protótipo dos prominentes compositores de sua época, não apenas criativo, mas dotado de uma grande simplicidade, um mero ser humano que nunca se fez superior aos outros. Verdi foi um grande popular, detestava os conglomerados e sentia-se à vontade na sua solitude. Considerava-se igual aos demais habitantes de seu pequeno povo na região do Po, mantinha-se distante da arrogância e dos luxos de um Richard Wagner.
Aos 35 anos Verdi transferiu-se para a província, pois dizia-se „homem da terra“. A esta altura havia composto „Nabucco“ e „Ernani“ e seu nome já era famoso entre Paris e São Petersburgo. Os italianos o idolatravam, era uma figura símbolo da união e independência para seu país. Seu próprio nome era considerado um referencial da nação – „Verdi“ significava „Vittorio Emanuelle Re d`Italia“ (Vitório Emanuel, Rei da Itália). „Verdi“ foi um programa político em todos os cantos das casas italianas já que os italianos desejavam um rei e esse sonho pode ser formulado através do nome Verdi.
Devido ao seu grande amor pela terra e campo, Verdi comprou uma enorme propriedade, hoje chamada Villa Sant`Agatta. Não era uma mansão e sim uma velha casa, Verdi a restaurou, reconstruiu e a transformou em um tipo de fazenda com própria produção de leite e criação de cavalos –era apaixonado por cavalos. Havia também todo tipo de aves e Verdi fazia questão de cuidar de tudo com suas próprias mãos. Gostava de ir pessoalmente ao mercado comprar plantas e flores, depois as plantava em seu jardim. Passava horas cuidando de sua horta, fazendo pequenos consertos na casa, cimentava paredes, até ladrilhava o chão.
Certa vez disse a um amigo: „Você pode dizer que o meu „Otello“ não é bom para nada e que sou mau compositor, mas nunca diga que sou mau pedreiro!
Verdi foi também um grande amante das mulheres. Sua primeira mulher, Margherita Barezzi, morreu com seus dois filhos quando Verdi tinha apenas 26 anos de idade. A mulher de sua vida foi a cantora Giuseppina Strepponi, a Callas de seu tempo. Esta mulher teve um passado dramático, não foi feliz no amor, teve 3 filhos ilegítimos de diferentes cantores. Conheceu Verdi durante a primeira apresentação de „Nabucco“ onde fez o papel feminino principal, a Abigail, dirigida por ele. Nesta „premiere“ declarou seu amor pelo compositor, o primeiro homem que amou de verdade. No campo, entretanto, Giuseppina foi muito mal tratada devido ao seu passado e seus filhos ilegítimos, fato que Verdi nunca conseguiu perdoar em seu povo. Giuseppina era aficionada à vida turbulenta de Milão, não conseguindo acostumar-se à tranquilidade de Sant`Agatta. Quando jovem Giuseppina foi muito bela e possuidora de um incrível charme, porém com o passar dos anos e os bons tratos culinários da região do Po engordou e tornou-se „matrona“.
Muitos históricos dizem que Verdi foi fiel durante toda sua vida, porém, de acordo com Eva Baur, não é verdade. Arrigo Boito, o escritor de alguns textos de Verdi como por exemplo „Otello“ e „Falstaff“ disse: „O único fato escandaloso sobre Verdi é que na sua vida particular nunca houve nenhum escândalo“. Entretanto, Verdi nunca foi honesto ou fiel, por muitos anos manteve um relacionamento com a então internacionalmente famosa cantora húngara Teresa Stolz. Ela era mais jovem que Giuseppina, porém não mais bonita. Quando Verdi a conheceu era gorda e seu queixo era um „papo“ que se prolongava até o pescoço. Cantava e falava em péssimo italiano, Verdi não queria ouvi-la atuando em suas óperas, porém, ela era a diversão em pessoa, uma verdadeira „bon-vivant“, tinha prazer em rir, amava a vida. Tinha um complexo paternal incorrigível, seu primeiro amante – um colega cantor – já era bisavô. A maioria de seus amigos eram todos bem mais velhos, o próprio Verdi tinha 21 anos a mais e casado. Incrivelmente, apesar das rivalidades e ciúme entre as duas mulheres, acabaram amigas. O sábio Verdi as uniu. Giuseppina faleceu em 1897, quatro anos antes de Verdi. Teresa foi quem segurou as mãos do gênio morto no caixão– uma cena como em suas próprias óperas.
Verdi tinha outra paixão: a culinária. Uma de suas especialidades era „Risotto a milanese“, arroz com açafrão e queijo parmesão, muito apreciado por todos os amigos para quem fazia questão de cozinhar. Sua intenção era fazer desta especialidade um „Prato Nacional“.

Abaixo, para os interessados, a receita „Risotto a milanese“

100 gr. de manteiga, 1 cebola picadinha, 400 gr. de arroz para risoto (grãos graúdos), 1 ½ litros de caldo de galinha, 2 pitadas de açafrão e 120 gr. de parmesão ralado.

Colocar a metade da manteiga na panela e lentamente deixar fritar a cebola. Adicionar o arroz e mexer com uma colher de pau. Ferver o caldo de galinha e aos poucos adicioná-lo ao arroz, mexendo sempre com a colher de pau até que o arroz esteja quase cozido („al dente“). Dissolver o açafrão em um pouco do caldo, adicioná-lo ao arroz, temperar com sal, juntar o resto da manteiga e, por fim, o queijo parmesão. Mexer tudo e servir imediatamente.

Verdi sabia o que era bom!



VERDI: O que está circulando no mercado


- Conjunto de 2 CD`s entitulado „Viva Verdi-Coletânea de suas óperas“. É um tipo de CD dedicado aos „iniciantes“ às óperas de Verdi, inclusive com uma biografia do compositor.

- CD entitulado „Great Recordings of the Century“ com a ópera „Don Carlo“. Graças a Plácido Domingo e Montserrat Caballé esta bela ópera jamais envelhecerá.

- CD do tenor argentino José Cura entitulado „Verdi Arias-Philarmonic Orchestra“. Este CD garante momentos de puro prazer aos amantes da música erudita.

- CD „La Traviata-London Symphony Orchestra“. A primeira apresentação desta ópera em 1853 em Veneza foi um fiasco. Hoje é uma das mais amadas pelo público. Para os fans de Verdi, esta gravação com Edita Gruberova e Neil Shicoff é puro „highlight“.

- Livro „Verdi, sua vida e sua obra“ (Julian Budden).

- Livro „As mulheres de Verdi“, do autor Robert Widl. Descreve os relacionamentos de Verdi com as mulheres bem como a transformação de pobre menino camponês a maior compositor italiano.



Shows, Óperas ao vivo e exposições

Berlin
De 7.1 até 24.2.2001 serão apresentadas 14 óperas de Verdi nos seguintes teatros: Staatsoper Unter den Linden, Deutsche Oper e Komische Oper .Entre as principais estão: „Othelo“, Staatsoper, dia 28.1; „Rigoletto“, Komische Oper, dia 18.2.2001.

Munique
De 16 a 28.1.2001 na „Bayerische Staatsoper“. Destaque será a ópera „Falstaff“, uma nova produção de Elke Gramss e Zubin Mehta – premiere no dia 17.1.2001.

Viena
A „Staatsoper“ (teatro nacional de ópera) apresentará entre 8 e 31.1.2001 as mais famosas óperas de Verdi, entre elas „La Traviatta“, „Mcbeth“ e „Jerusalem“.

Stuttgart
Dia 20.1.2001 no teatro nacional „Staatstheater Stuttgart“ será encenada a ópera „Don Carlo“ com Jossi Wieler.

Essen
Dia 10.2.2001 no teatro Aalto, apresentação de „Luisa Miller“ sob a regia de Dietrich Hilsdorf.

Leipzig
De 10.3 a 7.4.2001 na Casa da Ópera – „La Traviatta“ e „Falstaff“ entre as principais.


Milão (Exposição)
„Giuseppe Verdi-Sua vida e sua obra“ - Exposição dos trabalhos do gênio italiano, portraits, fotos, documentos e até mesmo a reconstrução de seu quarto.
No „Palazzo Reale“ até o dia 25.2.2001


Verdi na Internet: www.villaverdi.org





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