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Ensaios-->Cordão Umbilical -- 05/03/2001 - 21:39 (Maria Antonieta Figueiredo Mello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CORDÃO UMBILICAL


Diz o dicionário: órgão semelhante a um cordão, que liga o feto à placenta e lhe assegura a nutrição por meio de vasos sanguíneos durante a gestação.
E o que diz a vida ? O cordão invisível liga mãe e filho para o resto da vida.
Vínculos eternos, bélicos ou não. Umbilical ou umbelical ?
Nutrir vem do latim nutrire. Dar alimento. Desenvolver, educar, instruir.
Proteger, aumentar, alentar.
Alentar é dar ânimo, coragem, dar fôlego.

No útero quente e escuro tudo parece em paz.
Nove meses para se formar, crescer, ser amado.
Um amor incondicional. Nada pede em troca.
Dá fôlego para romper o escuro, abrir pulmões, gritar, descobrir o mundo.
Nunca mais o aconchego de antes. Tudo claro e barulhento.
Uma tesoura corta as duas vidas que eram uma.

O mundo novo, uma voz suave canta, embala.
Um seio quente nutre. Colostro único na vida nova. Tudo parece perfeito.
Um ser tão pequeno sabe quem é a mãe. Ninguém nasce mãe, já nasce filho.
As mãozinhas seguram o dedo enquanto mama. Uma maneira de dizer não me solte, não me deixe. Um sono manso no colo quente. Um novo aconchego.
Choro de fome, choro de falta, de perda. Aprende a sorrir, reconhecer as vozes. Aprende a ver. Começa a enxergar seu mundo.
O tempo passa devagar e tudo muda tão depressa.

O ser humano é único. Dependente, frágil. Precisa ser protegido sempre.
Isso é ser racional ? Pedir amor e proteção a vida inteira ? Mas aí já não é condicional ? Tem que chorar pra comer. Tem que agradar pra ser amado.
Mundo cheio de regras cruéis. Opções impossíveis. Omissões tão possíveis.
Lei do mais forte. Do mais belo. Do sábio. Do esperto.
Instinto maternal. Esse irracional. Não mede perigos e riscos.

Aprendemos com a vida. Aprendemos com os filhos que nascem.
Antes dentro de nós. Um pulsar de vida maravilhoso, inesquecível.
Cada dia aprendemos mais. Amor que transborda nas lágrimas do primeiro choro.
Transborda no leite escorrendo do seio. No segundo e terceiro e tantos choros.
Aprendemos a reconhecer todos eles. Sons de amor e de alegria.
A primeira palavra, o primeiro engatinhar, o primeiro passo.
Queremos ser os primeiros a ver e ouvir.
A primeira história, a primeira música, o primeiro gol, o primeiro mergulho.
Descobertas todos os dias. A primeira dor, a primeira perda, o primeiro amor.

Filhos nos ensinam sempre. Cada um mestre diferente. E todos do mesmo ventre.
Ensinam a olhar pra frente. Sofrer contentes. Soltar amarras. Mostrar as garras.
Não ter mais medo. Guardar segredos.

Cordão invisível. Umbilical. De amor eterno. Incondicional. Amor materno.

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