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Cordel-->O PAI É UM EX PATRÃO -- 09/08/2003 - 10:14 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O PAI É UM EX PATRÃO

Eu já fui patrão um dia
E hoje sou empregado,
Vivo sem ter regalia,
Pelo dever sou forçado
A realizar o trabalho
Para o qual fui contratado.

Eu pego firme no malho
E bem cedo no batente,
Nem um só dia eu falho,
Labuto diariamente
Pra sustentar o patrão
Que é muito exigente.

Assim ganho o meu pão
Com o suor de meu rosto
E devo satisfação
A quem me deu este posto,
Para servi-lo, portanto,
Trabalho com muito gosto.

Embora eu não seja santo,
Cultivo um grande amor
Pelo dever sacrossanto
De ser um batalhador;
Pela causa do patrão
Morro se preciso for.

Se isso é uma paixão,
Não me considero fraco,
Pois sei que não luto em vão,
Tampouco sou puxa-saco,
Nesta causa me empenhei
E confio no meu taco.

Estou cumprindo uma lei
Chamada retribuição,
Jamais eu esquecerei
Que um dia fui patrão,
Isso não é privilégio
E sim um dever cristão.

Quem não aprende em colégio
Pelo mundo é instruído
A saber que é sacrilégio
Ser um mal agradecido,
Assim devo gratidão
Para meu patrão querido.

De meu pai eu fui patrão
Durante o tempo que estive
Sob a sua proteção,
Desse modo me mantive
Até a maioridade,
Quando deixei de ser livre.

Hoje lembro com saudade
Do tempo que atrás deixei,
Perdi minha liberdade
Logo assim que me casei
Para tornar-me empregado
Do filho que eu gerei.

Este é um dever sagrado,
Por isso não me apavora,
Eu trabalho de bom grado
Pra meu filho toda hora,
Dele eu sou simplesmente
Um empregado agora.

Um dia foi diferente,
Hoje minha sorte é esta,
Enquanto estou no batente,
O meu patrão só faz festa,
Vive só na mordomia,
Trabalhar é o que me resta.

Na lambança eu vivia
No tempo que fui patrão,
Hoje no meu dia-a-dia
O trabalho é solução,
Repete-se o estribilho,
Surge outra vez o refrão.

Eu era apenas um filho,
Agora também sou pai,
Avante sigo no trilho
Pelo qual longe se vai,
Um gemido ao caminhar
Do meu peito às vezes sai.

Sou o chefe de meu lar,
Por ele dou minha vida,
Não deixo nunca faltar
Para meu filho a comida,
Também lhe dou meu carinho
Com a alma agradecida.

Muitas vezes um espinho
Fere-me como um cravo,
Lembro então de meu paizinho,
Que lutou tal como um bravo;
Sei que um dia terá fim
Esta luta que ora travo.

A vida é mesmo assim,
Deixo claro a vocês,
Meu pai fez tudo por mim,
Agora é minha vez,
Pois o amor é um laço,
Ao meu filho hoje eu faço
O que ontem meu pai me fez.

BENEDITO GENEROSO DA COSTA
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