A '3ª Onda' é conhecida como a 'era do conhecimento'. Segundo os arautos e as sibilas de alguns anos atrás, seria um período que traria grandes avanços à humanidade, a fome acabaria, haveria enfim paz para todos.
Paradoxalmente, o que temos assistido nos últimos anos é exatamente o contrário. O que deveria ser uma paz holista, universal, um avanço sem precedentes para a humanidade, apesar de suas diversidades sociais e culturais, transformou-se num primitivo tribalismo. Hoje, apesar de vivermos a 'era do conhecimento', o que mais se observa é o completo desconhecimento e desrespeito pelo outro, pelo vizinho, pelo ser humano que vive ao nosso lado. É a era das gangues e das patotas, para impor, pelo medo e às vezes pelo terror, o mais vil individualismo humano.
Por mais que hoje tenhamos acesso às informações, à cultura em geral, mais primitivos estamos nos tornando. As artes plásticas se tornaram lúgubres borrões de tintas e esculturas grotescas, deformadas, o ideal da beleza foi jogado no lixo. Os filmes de 90 minutos apresentam 89 minutos da mais pura violência. Os gibis de outrora foram substituídos pelos RPG, Dragões e outros seres primitivos, todos apresentado feições grotescas e crispadas de ódio, os olhos lançando chispas mortais. A música clássica acabou junto com a morte dos românticos e dos clássicos, como Mozart e Beethoven. A música popular sucumbiu de vez no mundo todo, o rock está cada vez mais embalado na violência e nas drogas. No Brasil, depois de Noel, Pixinguinha, Caetano, Gil, Jobim, Chico, assistimos a chegada do armagedon fatal: o funk.
A '4ª Onda', ora em andamento, espelha muito bem o mau uso que o ser humano está fazendo do 'conhecimento'. Como Adão, que provou da maçã julgando que seria onipotente como Deus, o ser humano de nossa era está provando o 'conhecimento' e se julgando acima da Verdade. Essa 2ª expulsão de Adão do paraíso está levando a humanidade a mais uma Torre de Babel, ao mais puro nihilismo.
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P.S. Teve gente que lamentou a morte trágica do grupo musical 'Mamonas Assassinas'. Eu também. O grupo poderia ter-nos brindado, mais adiante, músicas brilhantes como 'Baile do Mela-cueca', 'Melô do Caga-pau' e outras obras-primas do gênero.
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