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Artigos-->Da oficina para o estúdio -- 14/05/2011 - 23:09 (Eduardo Amaro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Luthier, violeiro e compositor: Luciano Queiroz, um assisense que saiu da oficina para o estúdio, revela-nos o seu ofício e a sua arte.



Luciano Queiroz é um "luthier", ou seja, um fabricante de instrumentos de cordas, especializado na fabricação, manutenção e restauração de Viola Caipira, Violão, Cavaquinho e Bandolim. Ele utiliza matéria-prima de alta qualidade, dando um acabamento de primeira linha em seus produtos. Cada instrumento, feito individualmente, torna-se único. O escritor e repórter Eduardo Amaro entrevistou esse talento da cidade de Assis e traz, na reportagem abaixo, os detalhes sobre o ofício e as ideias de Luciano Queiroz.



Eduardo Amaro: Luciano, como a profissão de luthier entrou na sua vida? Dê-nos uma idéia do que é a Luteria (esse termo já está no dicionário Aurélio... é aceito também apesar de não constar oficialmente Lutheira ou Luthieria) e fale como você se apaixonou por essa profissão tão incomum.

Luciano Queiroz: Desde muito pequeno sempre tive grande vocação para exercer trabalhos manuais, seja construindo alguns brinquedos em madeira, utilizando couro em outras peças, metal e outras coisas. Quando tinha meus 15 a 16 anos, comecei a me interessar por tocar um instrumento, e por um caminho do destino me enveredei pelos caminhos da viola caipira. Como o caminho dos trabalhos manuais nunca deixou de existir pra mim, foi de uma forma muito natural que comecei a fazer pequenos reparos e regulagens em meus instrumentos. Pra começar a fabricar realmente o instrumento foi só uma questão de tempo a amadurecimento pessoal. Como ainda não pensava na luteria como uma profissão realmente, mas sim como hobby, decidi cursar Zootecnia e me formei pela Unesp em Jaboticabal, SP. Comecei a exercer a profissão e junto ia praticando a luteria nas horas vagas. Em menos de quatro anos levando as duas profissões juntas foi preciso escolher uma delas para me dedicar integralmente. Hoje não vejo uma outra história pra minha vida que não fosse essa.

Eduardo Amaro: Para que possamos ter uma ideia, quais são as etapas no processo de fabricação de um instrumento musical?

Luciano Queiroz: Tudo começa com a escolha e seleção das madeiras que irão compor o instrumento. Utilizo somente madeiras nobres, oriundas de diversas partes do mundo, de todos os cincos continentes. Cada espécie de madeira se comporta de uma forma diferente com relação à sua existência e sonoridade, e é justamente esse conjunto que faz a qualidade superior do instrumento. Não existe um instrumento feito com apenas uma espécie de madeira. São necessárias pelo menos quatro a seis madeiras diferentes na confecção. Depois que a escolha é feita começa o preparo em si. Inicio o processo trabalhando a curvatura da lateral que vai formar a silhueta do instrumento. Depois disso vem o trabalho com o fundo e o tampo da caixa harmônica, posteriormente o braço e o acabamento. Falando assim é até simples e rápido, mas é um processo que demoro em torno de 25 dias do começo ao fim. Exige muita dedicação e paciência para fazer um instrumento com qualidade profissional.

Eduardo Amaro: Além de fabricar os instrumentos, você os toca. Seu novo trabalho, Da oficina para o estúdio, revela-nos o músico que há em você. Fale sobre esse álbum, suas impressões sobre ele.

Luciano Queiroz: Esse é um trabalho que foi feito em tempo recorde. Como em qualquer pessoa que toca um instrumento ou compõe, existe a idéia de um dia colocar seu trabalho num disco. Porém eu nunca tinha feito absolutamente nada para tentar fazer essa idéia virar realidade. E muita gente me cobrava isso. No início de 2009 essa idéia veio tomando forma, mas foi somente na metade do ano que veio a decisão final de produzir esse trabalho. Gravamos nos meses de junho e julho e em Novembro o disco já estava pronto para distribuição. É um trabalho autoral, instrumental de viola caipira. Nele coloquei algumas de minhas composições, procurando valorizar a riqueza da cultura brasileira tradicional. Apesar de algumas composições e ritmos que não se encaixariam nesse rótulo, não acho que deixe de ser um disco caipira, que valoriza a cultura paulista como um todo. Além da viola que executo em todas as composições, conto com a participação de grandes músicos como Índio Cachoeira, Marcelo Berzotti e Mingo Jacob, todos de São Paulo, além do amigo Claudemir Alevato aqui de Assis. O disco foi produzido por Ricardo Vignini em São Paulo, um nome que vem despontado muito no segmento de música regional.

Eduardo Amaro: Quais são as formas de contato com você? Website, Myspace... como as pessoas interessadas podem adquirir o seu trabalho?

Luciano Queiroz: A Internet hoje é um grande aliado para o contato profissional e pessoal. A maioria das pessoas entra em contato comigo primeiro pela Internet e depois por telefone. No meu site pessoal, além de ser possível visualizar fotos de meus trabalhos, existe um material muito grande sobre a cultura regional como um todo. Para quem se interessar em conhecer um pouco mais do meu trabalho basta visitar meu site, www.lucianoqueiroz.com, e navegar pelas páginas dele. Na página de contatos no site também tem todas as outras formas de me localizar, como telefone, myspace, e-mail, etc.

Eduardo Amaro: Agradeço muito pela entrevista, ter um grande talento diante da minha pessoa é algo impagável. Aproveite o espaço para agradecer quem apóia o teu trabalho.

Luciano Queiroz: Agradeço primeiramente a Deus, Nossa Senhora e São Gonçalo que sempre arrumaram um jeito de me mostrar o trajeto que eu tinha que percorrer. Agradeço muito à minha família e principalmente aos meus pais e minha esposa que sempre me apoiaram nos caminhos que decidi seguir. E a todas as pessoas que ajudam de alguma forma, seja comprando um instrumento, ajudando na divulgação, etc. Cada uma delas tem o seu valor e o reconhecimento de minha parte.

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