Tempos atuais. Tempos tecnológicos. As informações, atualizações, upgrades, desenvolvimento científico... tudo corre muito rápido. Humanos há milênios atrás, humanos hoje. Somos os mesmos e nossa adaptação à velocidade frenética das mudanças nos tempos tecnológicos é árdua.
Quem tem tempo, hoje em dia, para o lazer de qualidade? Para aprender uma nova língua, linguagem, esporte, por prazer e não por necessidade de currículo? Quem tem tempo para ler? Ainda mais: ler poesia?
Sou adepto da “teoria” de que o mundo é poesia. O poeta, apenas um observador, que traduz essa beleza em estética. Há poesia em uma flor (e também no espinho), há poesia na lua (e também no sol), há poesia em uma caneta, em um campo, em prédios, em nós mesmos: há poesia em tudo. Leitores são aqueles que são capazes de receber e entender essa mundividência, capazes de promover uma cosmovisão de si próprios nesses elementos, que acompanham a existência humana.
Quem lê poesia nos dias atuais? Aves raras: quem tem poesia em seu íntimo, dialogando com a poesia que há nas coisas. Aqueles que possuem alma estética e sabem olhar para a plurisignificação, que permeou e permeará o mundo humano, desde os tempos mais remotos, até os tempos vindouros. |