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Contos-->Os Dentes do Dentista -- 28/10/2002 - 02:23 (Iracema Zanetti) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Os Dentes do Dentista
Iracema Zanetti

Quando jovem, era dono de uma dentadura perfeita, invejável. Conhecido por todos como: O moço dos dentes de pérolas. Até ele sentia orgulho e prazer ao ver, refletidas no espelho, as jóias que enfeitavam sua boca.

Trabalhava como vendedor, numa indústria gráfica, onde os dois donos e sócios, também admiravam aquela beleza.

Pediam a ele que abrisse a boca e sorrisse
muito ao visitar os clientes porque seus dentes eram um cartão de visita para a empresa!

Um dia, um dos sócios perguntou-lhe:
__Esses dentes são seus, ou do dentista?
Ao que ele respondeu sorrindo:
__ Por enquanto são meus, não sei até quando.

Ganhava um salário irrisório... não tinha condições financeiras para consultar um
dentista! Com o passar do tempo a situação foi piorando.
As pérolas foram amolecendo e caindo da sua boca.

Com a morte de um dos donos da gráfica, foi
convidado a tomar o lugar do falecido, como sócio! A situação melhorou a olhos vistos, porém, a oportunidade chegou tarde demais!

A essas alturas, a bela dentadura natural, havia ido pro brejo... e as preciosas pérolas que
restaram em sua boca, foram trocadas pelos dentes do dentista.

A vizinha da casa ao lado, mulher de um barbeiro do bairro, era encantada com ele.
Não falava, mas seu entusiasmo quando o via, era latente, deixava transparecer a admiração que sentia por ele.

Todas as manhãs, abria a janela, exatamente no horário em que ele saia para o trabalho... e dizia sorrindo:
__Bom dia! Bom dia, senhor Alfredo!
Ele respondia abrindo aquele sorriso lindo e simpático.

Isso acontecia infalivelmente todas as manhãs.
Às vezes ela ia mais longe, se atrevia um pouco mais... e esperava-o no portão para dirigir-lhe o
cumprimento.

Ao conversar com a esposa dele, ficou sabendo que no dia seguinte, um domingo, seria seu aniversário.
Faria quarenta anos!

Não deu outra, a vizinha deu uma de perua... e da jjanela... ela o viu arrumando o jardim.
Foi até a casa dele, pediu licença... e abriu o portão para cumprimentá-lo!

__Bom dia senhor Alfredo! Feliz aniversário! Parabéns... que idade maravilhosa...
Ahhh... quarenta anos!!!
Pelo que vejo o dito popular está mais que correto!
Dizem que a vida começa aos quarenta...

Ao agradecê-la... ele sorriu escancarando a boca... era seu jeito de dirigir-se
às pessoas.

Mas naquele dia, se a tivesse travado, teria sido bem melhor!

Quando ia segurar-lhe a mão que ela lhe estendia, ficou desapontado com seu gesto repentino ao afastar sua mão da dele...
Ela só teve tempo de bater violentamente o portão e sair correndo!

Descuidado... o pobre do Sr.Alfredo, bem no dia do seu aniversário esqueceu de colocar a dentadura!

Nunca mais ela o cumprimentou...
Simplesmente... mudou de bairro!!!

yareah@terra.com.br






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