(Ao poema de Antonio Brasileiro)
A fumaça que foge
pelas chaminés da padaria
perfuma o telhado das casas que dormem.
A solidão, companheira dos meus olhos,
caminha no meio da multidão de sombras e postes.
No passo dessas ruas reconheço meu drama,
componho minhas tramas, sinto meus poemas.
E recito em voz baixa, surdamente baixa,
os mistérios de um tempo sem rancores...
Revelações de um homem sem palavras, perfumado de sensações.
Na praça o sono. O sono calmo dos que não sonham.
No meio da noite
gatos e guardas, ao som de apitos violinados,
tecem a música de uma madrugada qualquer.
Publicado na Antologia Poética da UNIVAP, 2001. São José dos Campos - São Paulo.
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