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Cronicas-->O sobrinho -- 14/08/2002 - 00:01 (Hilton Görresen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O SOBRINHO

A irmã telefonou de Brasília: o Paulinho está de férias, vai passar uns dias aí com vocês. Tava certo, há quantos anos não via o sobrinho, devia estar um rapagão. A cidade era pequena, não tinha muita coisa para fazer, mas havia boas praias, ainda não poluídas. Espero que ele goste daqui - falou.
Dias depois, recebia um jovem clarinho, com barba preta bem cuidada. Vinha cheio de malas e sacolas coloridas. O marido achou que tinha um jeitão meio esquisito. À noite, apossou-se do telefone e passou horas conversando, fazendo beicinhos e olhares enternecidos.
Dia seguinte, pra irem à praia, apareceu com bermudão vermelho, havaianas bordadas e um chapéu de abas largas enfeitado por uma peninha. A camisa, multicor, trazia escrito no peito - Don´t love a girl. Love only a boy. A tia parou estupefata. Nem na televisão havia visto tamanho festival:
-Você não pretende sair assim, não é, Paulinho?
-O que que tem, tia?
-A cidade é pequena, o pessoal muito antiquado. Vão falar um bocado. Por favor, você não trouxe algo mais discreto?
-Ah, não, tia! Esta roupa foi comprada nos States. Uma fortuna em dólares.A senhora não quer que me vista como um jeca de cidadezinha.
Parou mais um pouco, deu uma olhada na camisa.
-O que é agora, tia?
-O que está escrito nesta camisa?
-Nada de mais, só aquele negócio de amor ao próximo. Está na Bíblia - só não disse de que próximo se tratava.
Procuraram a praia mais deserta. Ainda assim, alguns banhistas deram um olhar disfarçado. Mesmo quando se despiu, o corpo branco, só com uma sunguinha vermelha.
Chegava em casa, se apoderava do telefone. Contava tudo que acontecia, tintim por tintim. Fazia observações irónicas. O tio chamou a mulher:
-O negócio não está bom, ouvi sem querer na extensão e era voz de homem. Pendurar-se no telefone, tudo bem, mas andar por aí com calça justa e sapato de saltinho...? O pessoal do serviço já está me gozando.
-Deixa estar, ele logo vai embora. É meu sobrinho, não posso expulsá-lo - falou desanimada a mulher.
No outro dia Paulinho acordou tristonho: tia, não aguento mais ficar aqui sozinho. Quero pedir uma coisa. Claro, disse ela, o que você quiser (deve estar querendo dinheiro pra ir embora ). Pode pedir.
- Posso trazer meu namorado pra cá, até o final das férias?
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