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Ensaios-->MERCADO DE TRABALHO -- 11/10/2001 - 22:29 (vicente martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

MERCADO DE TRABALHO
NA ÁREA DE LETRAS
Vicente de Paula da Silva MARTINS

Copyright© 2001 de Vicente de Paula da Silva Martins

“ O estudo de Letras, no seio de uma
sociedade como a nossa, deveria tornar manifesto à
mente de todo cidadão”.
Teoberto Landim
( in O Povo, 26/05/1996)

SUMÁRIO

1. Introdução 2. O impacto da globalização sobre o mercado de trabalho de Letras 3. O papel dos profissionais de letras na sociedade brasileira. 3.1 As Diretrizes Curriculares voltadas para o ensino profissionalizante. 3.2. O Provão(1998-2000) e o Mercado de Trabalho de Letras 4. As ofertas de trabalho nos classificados dos jornais 4.1. Vagas para o ensino de idiomas 4.2. Vagas para serviços educacionais 4.3. Comentários aos anúncios dos jornais 5. Estratégias para busca e permanência no Mercado de Trabalho de letras: à guisa de conclusão. 5.1. Criação do escritório-escola do Curso de Letras 5.2. Conhecimento dos direitos dos professores 5.3. Elaboração do Curriculum Vitae Eficiente 6. Bibliografia compulsada 6.1. Webliografia capturada

Resumo:

A presente trabalho objetiva apresentar dados preliminares da pesquisa “ MERCADO DE TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE LETRAS”, que consiste no trabalho de coleta, sistematização e análise de anúncios de jornais ( O POVO, DN, Folha de São Paulo, O Globo) contendo ofertas de trabalho para os profissionais de Letras. Os dados coletados, no período 2000-2001, nos levam a acreditar que houve uma crescente expansão de ofertas e oportunidades de trabalho no ensino de idiomas e na prestação de serviços lingüísticos, aumentando as expectativas e perspectivas de inserção dos letrados ao mundo do trabalho.

Palavras-chave: mercado de trabalho – profissionais de letras – globalização – professor – ensino de língua –classificados - educação básica – economia – LDB – CLT

1. Introdução
Inicialmente, agradeço à Coordenação do III Encontro dos Estudantes de Letras (ECEL), na pessoa do Daniel do Nascimento e Silva, bolsista do PIBIC/CNPq e coordenador acadêmico deste evento, a lembrança do meu nome e convite on-line para participar, como palestrante e representante do Curso de Letras da UVA, de Sobral, da mesa-redonda “ Profissional de Letras: desafios e perspectivas de valorização”.
Como todos sabem, Sobral fica a 220 quilômetros de Fortaleza, pelo menos quatro horas de viagem, distância que dificultou, no primeiro instante um contato pessoal com os coordenadores do III ECEL, todavia, tal situação foi contornada pelas facilidades apresentadas pelo correio eletrônico, que concretizou o convite e as providências necessárias para nosso encontro hoje
Na oportunidade, Gostaria de fazer minhas saudações acadêmicas aos colegas, professores e futuros professores, da UECE, UFC, URCA, e UNIFOR, em especial, aos meus alunos do Curso de Letras da UVA, e aos colegas da mesa-redonda professor Plínio Rógenes França Dias (UECE), que apresenta comunicação sobre “ Micro e macrovisões da área de Letras: da formação à profissionalização”; da professora Áurea Suely Zavam (Unifor), autora do trabalho “Atuação do professor de língua materna” e da professora Nukácia Meyre Araújo de Almeida (UECE) que traz uma reflexão sobre “ Professor : sacerdote ou profissional ?”
A presente comunicação objetiva apresentar dados preliminares da pesquisa “ Mercado de trabalho dos profissionais de Letras” , que consiste no trabalho de coleta, sistematização e análise de anúncios contendo ofertas de trabalho para os profissionais de Letras, veiculados nos Classificados dos jornais cearenses (O Povo e Diário do Nordeste), Jornais Folha de São Paulo, O Globo, Jornal do Brasil e O Estadão e nos sites de emprego na Internet, no período de 02 de maio de 2000 a 02 de setembro de 2001.
O levantamento feito, nos classificados dos jornais cearenses e da Região Sudeste, revela que aos profissionais de Letras, na área de serviços educacionais e lingüísticos, são oferecidas boas chances de trabalho e emprego, possibilitando sua inserção no mercado de trabalho como professores da educação básica (da educação infantil ao ensino médio), educação superior (graduação e pós-graduação de instituições públicas e privadas), consultores (pedagógicos e lingüísticos), assessores, secretários, entre outras funções que estão surgindo na sociedade informática.
A pesquisa revela que, no Ceará, seguindo uma tendência de todos os grandes centros urbanos do País, está havendo uma valorização do conhecimento de idiomas estrangeiros (inglês e espanhol, principalmente) pelo mercado de trabalho, de modo a se constatar, nos anúncios de jornais, a abertura de várias escolas de línguas, conseqüentemente estão surgindo vagas nesse setor.
A partir dos anúncios dos jornais, verificamos que o profissional de Letras também pode trabalhar na área de prestação de serviços, sendo professor particular de línguas para funcionários de empresas empenhadas em aperfeiçoar seu pessoal.
A pesquisa mostra que os maiores empregadores continuam sendo as escolas privadas de nível fundamental e médio. Os formandos de letras que pretendem empregar-se como professores universitários, nas instituições de ensino, públicas ou privadas, dedicando-se à pesquisa e ao ensino de Letras, precisa fazer, pelo menos, especialização, em seguida, mestrado e doutorado.
2. O impacto da globalização sobre o mercado de trabalho de Letras
É útil começar uma reflexão sobre o mercado de Letras, na era da globalização, provocando algumas questões e reflexões pertinentes a este momento muito especial de início de século. Não é por acaso, que a partir dos anos 90, surgiu, no meio universitário, uma atmosfera acadêmica de especulações sobre a atuação dos profissionais de magistério no novo milênio. Assim, gostaria de, nesse clima, especular um pouco sobre a atuação dos profissionais de Letras na sociedade pós-industrial.
De logo, levanto algumas questões fundamentais para nossa reflexão:
& 61623; Teremos nós, letrados, espaço profissional na sociedade informática ou na globalização de mercados?
& 61623; O ensino de línguas (materna e estrangeira) sobreviverá ao desenvolvimento tecnológico persistindo o atual modelo convencional (ênfase na metalinguagem) trabalhado em nossas salas de aula?
& 61623; Como fica a situação dos professores da rede pública de ensino, enquanto servidores estaduais, portanto, participante da estrutura do poder público, na nova organização do capitalismo pós-industrial?
Para responder a estas questões, permitam-me que me aproprie de três referências teóricas para este trabalho, a saber: Capitalismo desorganizado, de Claus Offe (Brasiliense), A sociedade de informática, de Adam Schaff (Brasiliense) e O Culto da Informação, de Theodore Roszak (Brasiliense).
Com certeza, na sociedade informática, nós, profissionais de Letras, não vamos desaparecer enquanto especialistas do ensino de línguas materna e estrangeira. Perderemos, sim, a natureza do nosso trabalho que vai transcender os limites escolares e chegará ao novo mercado de trabalho, isto é, o mercado de serviços. Claus Offe diz que nesse processo passaremos a participar de uma espécie de “classe de serviços”.
É possível, porém, que haja uma perda de identidade histórica de “professor” e com ela todas as prerrogativas inerentes à tradição do magistério (aposentadoria especial, por exemplo) e passaremos a ser instrutores de português, inglês, etc. atendendo a uma clientela muito variada que vai da formação de um profissional de instrução de escolar ao guia de turismo.
No que toca ao mercado de trabalho, o que eqüivale a dizer espaço de atuação profissional de Letras, no século XXI, as expectativas são otimistas, melhor dizendo, são predominantemente otimistas, pelas seguintes razões:
a sociedade informática carecerá cada vez mais de instrutores (ou professores) de símbolos e signos lingüísticos e que lidem com pessoas na perspectiva de atenuar o trabalho individual, pesado, da produção de material;
será intensificada o treinamento das habilidades associadas à Escrita e à Leitura (lamentavelmente, em detrimento da Fala e da Escuta, duas habilidades fundamentais na comunicação social) e
os profissionais de Letras atuarão na formação de trabalho (na área de turismo, em particular, uma vez que na sociedade informática as pessoas terão mais tempo para o lazer) resultante da política social provocada pelo Estado de Bem-Estar Social que vai procurar evitar a crise do desempenho estrutural. Em resumo, ganharemos muito com a chamada expansão do setor de serviços.
A demanda por serviços na área de Letras continuará a crescer como, por exemplo, o de retreinamento ocupacional através de cursos por correspondência de leitura e escrita e cursos de línguas. É uma realidade que, nós, professores e alunos, já no início deste século, já nos comuniquemos mais intensamente em nossas próprias casas através de nossas webmails.
É possível imaginarmos ainda a seguinte situação virtual para o futuro dos letrados, já com indícios de práxis bastante reais nos nossos dias: o professor de Português, em particular de Redação escrita, não só dando notas aos alunos eletronicamente mas também se comunicando com eles a qualquer hora do dia ou da noite e, talvez, observando, via on-line, se um texto está sendo bem estruturado, obedecendo uma planilha previamente negociada entre professor e aluno e processado tudo na tela do vídeo, fazendo sugestões que possam auxiliar à distância.
A escrita, na perspectiva de um Theodore Roszak, exigirá a intervenção docente uma vez que qualquer tentativa randômica, isto é, de produção textual aleatória, comunicará palavras, informações, menos idéias e significados que levem em conta as intenções do emissor. E nós, sabemos que, por trás de um texto bem escrito, exige muito suor, muito ziguezague, ida e volta e um olhar, uma leitura preliminar do professor e seu jeito de acompanhar o sucesso ou o insucesso do aluno tem muito a ver com a aprendizagem.
O ensino de línguas, da escrita, em particular, exige da escola do futuro o professor nos moldes modernos de hoje: observador, leitor das intenções dos alunos e seu maior interlocutor. Enfim: a escrita e a leitura são duas habilidades escolares que trazem consigo uma espontaneidade biológica, dependem de um fluxo natural, numa palavra: dependem do diálogo humano livre.
Se analisarmos o contexto da sociedade informática sob a ótica capitalista, ou melhor, dos fabricantes dos computadores, a situação do ensino da Escrita e da Leitura, no século XXI, será avassaladora: os computadores farão tudo, inclusive ajudar na produção significativa de um texto escolar. No entanto, há nessa especulação mais folclore do que verdade.
De qualquer maneira, sua propaganda no meio escolar poderá trazer conseqüências funestas, entre as quais a de fazer que um profissional, por exemplo, letrado, creia que a escrita pode ser realmente, uma questão de processamento de informação e não de idéias e mais uma vez reafirmo: um texto vai além de informações.
A sintaxe de um texto não é apenas uma relação sintagmática de, substantivos e adjetivos, verbos e sujeitos, mecânica; daí, dificilmente os computadores esgotarem, no futuro, todas as possibilidades de relações de interdependência da frase (concordância, regência e colocação) porque mais do que coerência de regras ou de imposição de normas ou coerções gramaticais há intenção, estilo, de natureza imaginativa, criativa, subjetiva e que surpreende todas as determinações da realidade objetiva ou descritiva.
Para não demorar mais sobre essas especulações, diria que está claro que, no Século XXI, profissionais que hoje estão se formando em Filosofia, História e Letras terão grande espaço no mercado de trabalho.
Seremos nós, que dentro ou fora da escola, auxiliaremos as pessoas a perguntarem sobre as suas perspectivas de vida e nós, de Letras, seremos ainda mais significativos, porque todas as profissões do futuro são baseadas no literacy (capacidade de ler e escrever).
Por fim, diria que somente com a lectoescrita, isto é, com as habilidades de leitura e escrita, as pessoas serão capazes de acessar os livros, as idéias dos livros contidas ou não nos computadores, insights éticos e visão social do mundo que a lógica da inteligência artificial não conseguirá decifrar a partir de um rubor, de uma piscadela ou de um gaguejar que revelem a natureza do problema do estudante e sejam ponto de partida para o magistério do professor-aluno.

3. O papel do profissional de Letras na sociedade brasileira

A partir dos anos 90, o MEC, propondo um de amplo processo de avaliação da instituições de ensino, previsto na Lei n.º 9.131 (24/11/1995) e , mais tarde, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394, de 20/12/1996), passou a se preocupar com o papel social do profissionais de educação na sociedade brasileira e levantaram questionamentos como se os formandos de hoje estariam preparados para o mercado de trabalho.
O Artigo 1º, da portaria n.º 011, de 04 de janeiro de 2001, que traz as diretrizes para o ENC-2001 (Provão, como ficou mais conhecido) traduz bem a preocupação do MEC com relação ao mercado de trabalho para os profissionais de Letras. Os itens b, c e d trazem referência sobre a formação profissional dos letrados.
Entre os objetivos do ENC para os Cursos de Letras, são citados os seguintes: 1) integrar um processo de avaliação continuada da formação pessoal e profissional do graduado em Letras (item b); 2) fornecer elementos que possam contribuir para a discussão do papel do profissional na sociedade brasileira” (item c) e 3) avaliar em que medida os cursos de Letras estão formando profissionais dotados de repertório cultural e metalingüístico que lhes permita operar com diferentes questões e problemas de linguagem e atuar como multiplicadores”.
Essa tendência de levantar dados para subsidiar discussão do papel dos letrados na sociedade brasileiras pode ser verificada nos relatórios-sínteses de 1998, 1999 e 2000.
No relatório-síntese 1998, o documento traz as expectativas dos graduandos na área de Letras quanto ao mercado de trabalho. Através do questionário-pesquisa são indagados quanto às expectativas profissionais. Os dados revelam que metade ou mais - com grande destaque para os graduandos da Região Sul(89,7%) - pretendem empregar-se como professores.
Em 1998, a Região Nordeste, com 49,9%, apresentava o menor índice de graduandos de Letras com pretensão de empregar-se como professores. Os índices das demais regiões eram: Norte 56,4%; Sudeste 58,9% e Centro Oeste 60,7%. Cremos que as Regiões que oferecem aos seus formandos uma garantia de educação continuada, com a realização de oferta de cursos de pós-graduação, acabam favorecendo o índice alto de pretensão dos graduandos de empregar-se como professores.
3.1. As Diretrizes Curriculares voltados para o ensino profissionalizante de Letras
Em 1996, com a promulgação da LDB, que estabelece em seu artigo 53 que as universidades devem fixar o currículo de seus cursos, observadas as diretrizes gerais pertinentes, o MEC, através da Secretaria de Ensino Superior, deflagrou uma discussão nacional em retorno das diretrizes curriculares dos cursos de graduação.
A Comissão do Curso de Letras, tendo a frente os professores Carlos Alberto Faraco, Francis Henrik Aubert, Marisa Philbert Lajolo, entre outros, apresentou, em 1998, a primeira versão das DIRETRIZES CURRICULARES PARA O CURSO DE LETRAS. O documento propõe a transformação dos Cursos de Letras, de cunho generalista, em cursos profissionalizantes, através de formação adicional.
O documento faz referência ao potencial acadêmico e profissional da área de Letras. Mostra que, historicamente, os cursos de Letras na universidade brasileira surgiram com o intuito de formar docentes, vindo, a mais das vezes, acoplados à Licenciatura, como habilitação pedagógica para o magistério. Foi por essa razão, segundo documento, que se generalizou a concepção de que o currículo de Letras constitui, essencialmente, o pré-requisito acadêmico para o magistério de línguas (materna e estrangeiras).
Todavia, a Comissão constata que o profissional de Letras, formado a partir um currículo voltado preponderantemente para o magistério, acaba dispondo de um potencial genérico de atuação profissional em muitos e variados campos das línguas e das literaturas, vernácula e estrangeiras.
Este potencial, com o avento da globalização, veio abarcar praticamente todas as facetas da linguagem humana, como: a) ensino no magistério regular da educação básica, cursos livres, aulas particulares e de reforço, magistério superior (como auxiliar de ensino), instrutor para organizações, ensino instrumental; b) a redação, pela produção e/ou revisão de textos, copidesque, editoração, secretariado e, não fossem certos óbices legais, o jornalismo e o secretariado executivo bilíngüe; c) a terminologia, uma área profissional ainda a ser desenvolvida no Brasil, mas que conta, no Exterior, com uma crescente demanda face às prementes necessidades de descrição e de padronização dos jargões técnicos e científicos, sem o que não será viável levar adiante uma adequada difusão do saber teórico e aplicado; d) a tradução, incluindo sua vertente oral, a interpretação; e e) a pesquisa, quer pela condução de uma carreira acadêmica, nas etapas superiores do mestrado e do doutorado, pelas linhas da teorização e da crítica, quer pela pesquisa aplicada, produtora de
A Comissão recomenda no documento a realização de cursos de Letras de especificamente profissionalizantes, voltados ao mercado de trabalho, levando em conta que os atuais modelos curriculares proporcionam ao aluno um conhecimento aprofundado das diversas facetas da linguagem humana, passível de aplicação em inúmeros campos de atividade, quer como formação básica para o magistério (em suas diversas modalidades, inclusive alfabetização, magistério regular de primeiro e segundo graus, ensino instrumental de línguas, e outros), secretariado, tradução, interpretação, redação, revisão e editoração de textos e terminologia, quer como formação complementar para a comunicação social, documentação, turismo, etc., inclusive com a utilização das novas tecnologias e mídias eletrônicas.
A estratégia sugerida pelo documento para atendimento das diversas demandas sociais na área de Letras é a de os Cursos de Letras passarem a oferecer diversos cursos, a título de formação adicional, com características de formação profissionalizante , sob forma de cursos de extensão (atualização, aperfeiçoamento) ou, ainda, de pós-graduação lato sensu. Tais desdobramentos incluiriam além do magistério (regular e especial), a tradução, interpretação, revisão, crítica literária (em interface com os cursos de Jornalismo ou Comunicação Social), terminologia e ferramentas multimídia.
3.2. O Provão e o Mercado de Trabalho de Letras
Os Exames Nacionais dos Cursos de Letras, no período de 1998 a 2000, traduzem, no conteúdo dos questionários aplicados aos formandos, a preocupação em recolher dados sobre as expectativas e perspectivas de inserção ao mercado de trabalho. As características sócio-econômico-culturais foram delineadas, tendo como fonte a opinião dos graduandos.
Vale, de logo, destacar o seguinte: em 1998, o MEC perguntava aos formandos se pretendiam empregar-se como professores, mas, em 1999, a terminologia da pesquisa era alterada. Em 1999, perguntavam se pretendiam trabalhar ou continuar trabalhando na área de Letras. No contexto da globalização de mercados, emprego e trabalho são termos distintos. O emprego ainda traz lembra muito a idéia, no mercado de trabalho, com vínculo empregatício (efetivo, estabilidade, tempo de serviço, aposentadoria previstos na CLT e no serviço público), herança do século XX, enquanto, no século XXI, onde presenciamos a emergência da sociedade pós-industrial, os empregadores e economistas já começam a falar em trabalho ou novas formas de ocupação. Os dados do MEC vão traduzir um pouco dessa dicotomia no campo de atuação dos profissionais de Letras.
1988 - No primeiro ENC, são indagados aos graduandos sobre suas expectativas profissionais. Os dados revelam que os graduandos do Sul (89,7%) pretendem empregar-se como professores. A Região Nordeste, com 49,9%, apresentava, naquele ano, o menor índice de pretensão de formados para ingresso, no mercado de trabalho, como professores. As demais regiões apresentam os seguintes dados: Norte (56,4%), Sudeste (58,9%) e Centro-Oeste (60,7%).
Podemos levantar a hipótese que as regiões que apresentam maiores de graduandos que pretendiam seguir a carreira docente são as que oferecem, aos egressos, programas de atualização, extensão e pós-graduação (aperfeiçoamento, especialização, mestrado e doutorado). O aumento de expectativas profissionais está diretamente relacionado à educação continuada.
No questionário-pesquisa do ENC-1998, o MEC indaga dos graduandos e graduados inscritos sobre a contribuição do curso, através do estágio obrigatório, para o ingresso dos alunos no mercado de trabalho. Observamos que ao serem perguntados sobre o estágio obrigatório realizado em escolas de ensino fundamental e médio, com a supervisão da instituição, as Regiões Sul, com 76,2% e Centro-Oeste, com 75,2%, apontam, como principal contribuição do estágio, o desenvolvimento da percepção da necessidade de estudo continuado para o eficiente desempenho profissional (INEP: 1998, p.190).
A explicação, portanto, de maior pretensão de graduandos de ingressarem na carreira docente está descrita: a) no primeiro contato com as instituições de ensino, isto, no estágio supervisionado, percebem a necessidade de estudo continuado e b) no segundo, a IES disponibiliza cursos para o aperfeiçoamento e especialização dos seus egressos. (INEP: 1998, P.190)
1999 – No segundo ENC, o MEC volta-se para as perspectivas dos graduandos de Letras com relação ao mercado de trabalho. Os itens da tabela 143 (INEP: 1999) são reveladores da preocupação do MEC de coletar informações sobre as perspectivas dos formandos de Letras, ao perguntarem o seguinte: a) pretendem trabalhar ou continuar trabalhando na área de Letras; b) Têm emprego garantido ou perspectivas favoráveis ao ingresso no mercado de trabalho, na área de Letras; c) pretendem atuar como professores e d) Não pretendem trabalhar fora da área de Letras.
Na busca de sistematizar os dados referentes às perspectivas futuras dos graduandos, o relatório-síntese informava que são predominantes os graduandos (62,7%) que, após a conclusão dos cursos, pretendem trabalhar ou continuar trabalhando na área de Letras. Os que pretendem atuar, preferencialmente, como professores são 63,8%; os que não pretendem trabalhar fora da área (48,2%) e os que já tinham emprego garantido ou perspectivas favoráveis em relação ao mercado de trabalho na área de Letras (60,5%).
Na Região Nordeste, o ENC-1999 traz dados reveladores como: a) 60,3% dos graduandos pretendem trabalhar na área de Letras; b) 50,1% apontam perspectivas favoráveis ao ingresso no mercado de trabalho e 54,9% não pretendem atuar como professores. Vale destacar que este último índice é o menor entre os índices das Regiões. Os graduandos da Região Sul, por exemplo, apresenta um índice de 68,9% de graduandos que pretendem atuar como professores da educação escolar (básica ou superior).
Na análise dos que aspiram à função docente, as instituições federais (64,0%) constituem a maior proporção dos que pretendem trabalhar ou continuarão trabalhando na área de Letras, contra 62,9% das instituições estaduais. As estaduais apontam, com 57,7%, as perspectivas dos alunos de inserção ao mercado, contra 63,7% das privadas, onde há mais, segundo o relatório-síntese, de emprego garantido. As estaduais, com 63,3%, revelam que pretendem atuar como professores.
2000 – No terceiro ENC, o MEC procura traçar um perfil socieconômico mais completo dos graduandos da área de Letras. O Exame permitiu que pudéssemos agora delinear, a partir das respostas dos graduandos, no questionário-pesquisa, respostas relativas às características sociais, econômicas e culturais.
Os dados mostram as características sociais, econômicas e culturais dos graduandos de Letras, a partir dos seguintes itens: a) renda familiar dos graduandos; b) exercício de atividade remunerada; c) horas trabalhadas; d) bolsas de estudo e e) transporte utilizado.
Na tabela 21.a (INEP: 2000, p.68), verificamos, pela descrição dada, que, quanto à renda familiar, a maioria dos graduandos da área de Letras declarou ter uma renda familiar na faixa de R$ 454,00 a R$ 1.510,00.
Em relação à renda pessoal dos graduandos, o que pressupõe a inserção ao mercado de trabalho como professor ou atuando na área de Letra, a maioria dos graduandos do curso de Letras (31,2%) declarou que trabalhava em tempo integral(dois expedientes) durante maior parte do tempo de duração do curso.
No que se refere ao meio de transporte mais utilizado pelos graduandos para chegar à sua instituição, verifica-se, a partir do relatório-síntese 2000, que a maioria dos graduandos da área de Letras (61,5%) utilizou o transporte coletivo.
Em relação à escolaridade dos pais, observa-se, predominância de graduandos da área de Letras(52,5%) cujo pai não concluiu o ensino fundamental. Nota-se, ainda, que predominam, nos Cursos de Letras (48,9%) os graduandos que declararam que a mãe não concluiu o ensino fundamental.
Em relação à instituição escolar freqüentada durante o ensino médio, a maioria dos graduandos da área de Letras (64,8%) cursou todo o ensino médio em escolas públicas. Os dados mostram, também, que os graduandos de Letras(40,9%) cursaram o magistério e 33,9%, cursos de educação geral (preparatórios para o vestibular.
Veremos, mais adiante, que a maioria das instituições-anunciantes, isto é, escolas que anunciam nos jornais ofertas de trabalho na área de Letras, apontam, como exigência de ingresso, o conhecimento de informática em nível de usuário. Observamos um baixo índice de acesso dos graduandos de Letras aos computadores domésticos. Verificamos, no documento do MEC, que a uma parcela expressiva de graduandos de Letras (34,6%) declarou que não tem computador, mas utilizada fora do ambiente doméstico.
Vale destacar que a maioria dos graduandos de Letras (41,1%) mostram, no relatório-síntese, que não aprenderam a operar o computador sozinhos (por tentativas e por bibliografias especializadas), mas freqüentaram cursos de especialização na área. A procura de cursos para desenvolverem a habilidade de digitação se justifica porque a maioria dos graduandos já utiliza o computador em trabalhos acadêmicos.
Em relação à leitura de livro não-escolar, durante o Curso, os graduandos de Letras declaram que leram de dois a mais de seis anualmente, diferente da maioria dos graduandos de outras licenciaturas (68,7%) que declaram que não leram de dois a três por ano no decorrer do curso.
A atualização dos conhecimentos, a compreensão político-cultural do mundo e o dinamismo, , especialmente, através da leitura de jornais, são atividades que não estão no cotidiano dos letrados. Verificamos, pelo relatório-síntese 2000, que maioria dos graduandos de Letras (32,2%) declarou que raramente lêem jornal.
Ter acesso ao mundo da informação (digital ou não) é um pré-requisito importante para aqueles que pretendem ingressar em instituições educacionais de maior porte.
Ao serem indagados quanto à obtenção de informações sobre os acontecimentos do mundo contemporâneo, os graduandos, de todos os cursos, declaram que o meio de comunicação mais utilizado é a TV, seguido de jornal e da Internet. A TV é o meio utilizado pela maioria dos graduandos de Letras (57,1%), para atualização dos acontecimentos do mundo. A maioria dos graduandos de Letras, quanto ao mundo digital, declaravam acesso à Internet. Entre os graduandos, predominam os que acessam a Internet pelo computador do local do trabalho.
Veremos, mais adiante, que o conhecimento da língua estrangeira é um componente importante na seleção dos candidatos à atuação como profissional de Letras.
O questionário-pesquisa do ENC-2000 pergunta aos formandos de Letras: Qual a situação dos graduandos em se tratando de conhecimento de língua estrangeira? Em relação à língua inglesa, os concludentes de Letras(59,1%) consideram os conhecimentos da língua inglesa, de razoável para fraco. Estes se dividem entre os que: a) o conhecimento de língua inglesa é praticamente nulo (22,0%) e b) lêem, escrevem e falam razoavelmente o inglês. Verifica-se, quanto à língua espanhola, que a maioria dos graduandos da área de Letras (58,1%) declarou que seu conhecimento de espanhol é praticamente nulo.
Na área de Letras, o ENC-2000 revela que os graduandos (44,5%) utilizavam freqüentemente a biblioteca. Quanto à média semanal de horas de estudos durante o curso, predominou o percentual de alunos de Letras (38,1%) que declaram dedicar ao estudo de 1(uma) a 2 (duas) horas semanais.
Quanto à participação em atividades acadêmicas, a maioria dos graduandos de Letras( 50,2%) declarou não ter desenvolvido qualquer atividade além das obrigatórias. Mas, positivamente, verifica-se o engajamento dos graduandos em atividades acadêmicas. De acordo com os dados da tabela 22-b (INEP: 2000, P.76), durante a realização do curso, a maioria dos graduandos da área de Letras (53,5%) participou de atividades culturais (palestras, conferências) promovidas pela instituição.
Pela tabela 23-c (INEP: 2000, p 82), percebe-se que a maioria dos graduandos de Letras (65,7%) declarou ter participado de ventos promovidos pela instituição de ensino.
Apresenta-se como ponte forte a freqüência dos graduandos à biblioteca para a pesquisa acadêmica. Para realizar atividades de pesquisa, a maioria dos graduandos de Letras(64,9%) respondeu que utilizou com mais freqüência a biblioteca da instituição para realização de trabalhos acadêmicos.
Há pequena disposição dos graduandos para atividades extraclasses. Os dados revelam que 36,6% dos graduandos procuraram orientação extraclasse e na maioria das vezes, foram atendidos e 29,7% revelam que sempre houve disponibilidade do corpo docente para orientação extraclasse.
A grade curricular e o estágio obrigatório são de extrema importância para a preparação dos graduandos para o mercado de trabalho. Os dados da tabela 23-a (INEP: 2000, p.78) indicam as características dos cursos relativas ao estágio curricular supervisionado oferecido durante o curso.
No caso de Letras, os dados mostram o seguinte: a) o estágio curricular supervisionado foi oferecido com menos de 200 horas (36,1% dos graduandos); b) o estágio curricular supervisionado teve entre 300 a 399 horas(34,4%); c) a maioria contribuição do estágio curricular supervisionado foi o aperfeiçoamento técnico-profissional (28,3%) e d) a maior contribuição do estágio curricular supervisionado foi revelar aos graduandos a necessidade e estudo contínuo para eficiente exercício profissional (45,4%).
De acordo com os dados da tabela 23-b (INEP: 2000, p.81), predomina, na área de Letras, o percentual de graduandos que consideram que o currículo deveria incorporar novas disciplinas (34,3%) seguido dos que responderam que o currículo necessita de reformulação geral (19,1%).
A tabela 23-b mostra, também, que em relação ao conteúdo e tempo para seu desenvolvimento, nas várias disciplinas do curso de Letras, foi maior o percentual de graduandos que apontaram que há algumas disciplinas com muito conteúdo e pouco tempo, seguido dos que afirmaram, (30,7%) que as disciplinas estão razoavelmente equilibradas.
Na perspectiva da formação profissional, os graduandos revelam a importante contribuição dos cursos para sua inserção ao mercado de trabalho. Os graduandos da área de Letras (52,5%) apontam a formação profissional como a principal contribuição do curso, todavia, não reconhecem a contribuição do curso na: a) aquisição da cultural geral e b) aquisição de formação teórica. Vale destacar, na presente pesquisa, constatamos que estes dois componentes são os mais requisitados no processo de recrutamento de pessoal na área de Letras pelas empresas que anunciam ofertas de trabalho nos jornais.
Em relação à habilidade mais desenvolvida no curso, observa-se nos dados da tabela 23-d (INEP: 200, P.83) que a maioria dos graduandos de Letras(54,7%) respondeu ter sido o raciocínio lógico/análise crítica. Isso significa que outras habilidades (as mais importantes, certamente) para o mercado de trabalho ficaram de fora do processo de formação acadêmica. Entre as habilidades não desenvolvidas no decorrer do curso de Letras, os alunos citam: a) a capacidade de comunicação; b) a capacidade de trabalhar em equipe; c) a capacidade de tomar iniciativa e d) senso ético. (grifo nosso)
4. As ofertas de trabalho nos classificados dos jornais
Nos anos 90 e início deste novo século, observamos, como positivo, o impacto da globalização sobre o mercado de trabalho de trabalho. A globalização não diminuiu ou diminui, ou mesmo inibe, ofertas de trabalho (e emprego) para os profissionais de Letras, e sim, expande ofertas de trabalho e aumenta expectativa de novas formas de ocupação dos letrados na economia globalizada, especialmente com a chegada, no Brasil, nos anos 90, da Internet.
A formação lingüística e pedagógica são hoje ferramentas imprescindíveis para a inserção ou permanência no mercado de trabalho de Letras.
Os dados preliminares da presente pesquisa indicam que o aperfeiçoamento do profissional, através da pós-graduação, lato e stricto sensu, pode ser traduzida como fator de potencialidade da inserção e ascensão ao mercado de trabalho de Letras.
A análise das ofertas de trabalho na área de Letras, nos anúncios de jornais e sites da Internet, leva-nos a crer que há necessidade de transformar os estágios obrigatórios em estágios supervisionados pela instituição e por professores da área de Letras , tornando-os em instâncias curriculares que despertem habilidades lingüísticas (ler, escrever, escutar e falar com eficácia e eficiência) e pedagógicas (didática, dinamismo e fluência) para enfrentar melhor o processo seletivo das instituições de ensino, públicas e privadas e empresas de comunicação, marketing, telemarketing e teletrabalho, convencionais e eletrônicas (sites).
O Curriculum Vitae Eficiente (CVE) é hoje, para os profissionais não só de Letras mas de educação, em geral, um diferencial competitivo. As coordenação dos Cursos e as disciplinas pedagógicas como Prática de Ensino, Estágio, Estrutura e Funcionamento do Ensino e Didática devem urgentemente reestruturar suas grades curriculares ou ofertas novas modalidades de curso (seqüenciais, extensão, aperfeiçoamento, especialização), de modo a oferecer estratégias para a busca de novos emprego, dentro e fora do magistério escolar e revelar as tendências ocupacionais dos profissionais de Letras para o futuro.
Na análise das ofertas de trabalho para os profissionais de Letras, nos jornais, levamos em conta os seguintes aspectos: a) tipo de oferta, b) local ou anunciante, c) condições de trabalho oferecidas, d) características pessoais dos candidatos, e) qualificação profissional requerida, f) formas de recrutamento, cadastramento ou seleção e g) remuneração ou valor de salário.
O que nos chamou a atenção, tão logo começamos a análise dos anúncios, foi o fato de nenhuma das instituições-anunciantes indicarem, nas ofertas de trabalho, o valor do salário . Dos anunciantes, foram preponderantes (85%) aqueles que não indicaram as condições de trabalho e os 15% dos anunciantes que ofereciam as condições de trabalho eram escolas de idiomas ou escolas de línguas, sendo o que o texto eram redigidos em inglês.
No item tipo de oferta de trabalho, verificamos que, aos profissionais de Letras, são ofertadas vagas para todos os níveis da educação básica (educação infantil, Ensino fundamental e ensino médio) e para a educação superior (IES privadas).
O fato novo é a requisição de profissionais de Letras, vale destacar do sexo feminino, para a educação infantil, nível até reservado às pedagogas ou especialistas em educação infantil. Acreditamos que as abordagens lingüística, sociolingüística e psicolingüística nos documentos oficiais do MEC (Referenciais para a educação Infantil, diretrizes curriculares para educação infantil, Parâmetros Curriculares para o Ensino Fundamental e Médio, entre outros) já comecem a apesar na seleção dos profissionais de atuação na educação infantil.
Entre as características pessoais exigidas aos candidatos, algumas instituições-anunciantes já aceitam, para a educação infantil, professores do sexo masculino, mas outros de estabelecimentos, privados e tradicionalmente destinados à formação das meninas, em particulares os confessionais (Colégio Dorotéias, por exemplo) priorizam as professoras tanto para a educação infantil como para o ensino fundamental.
No item qualificação requerida, os anunciantes apontam os seguintes requisitos imprescindíveis para a deferimento das inscrições dos candidatos ao magistério na área de Letras: a) Curso superior em Letras completo (ou em fase de conclusão); b) Experiência comprovada, entre 1 a 2 anos, o que pressupõe, sem dúvida, a assinatura de carteira de trabalho; c) Curso de especialização na área (língua portuguesa, língua inglesa e suas respectivas literaturas); d) Conhecimento de informática em nível de usuário; e) Visão pedagógica sócio-interacionista; f) Conhecimento da língua inglesa e g) Participação em projetos educacionais ou comunitários.
O dado novo no itens de exigências, certamente, reside nas novas exigências do mercado de Letras, seja para o ensino de língua materna ou língua estrangeira (inglês, espanhol) como conhecimento de informática em nível de usuário (citando inclusive programas como Word. Excel) e a visão pedagógica sócio-interacionista, embasada nas teorias de L.S. Vigotski. (sócio-interacionismo).
No item formas de recrutamento ou seleção, as instituições-anunciantes, de forma muito preponderante, em geral, solicitam o envio, por meio terrestre (endereço postal ou caixa postal própria ou do jornal) ou por meio eletrônico (e-mail ou cadastramento on-line no site da instituição, como acontece com o Colégio Dorotéias), do Curriculum Vitae (CV, como alguns jornais abreviam) juntamente com foto 3 x 4 recente. Outros anunciantes não solicitam a foto, mas, os profissionais de seleção recomendam sempre o envio do CV com a foto do candidato. Das instituições-anunciantes, a Rede Sarah de Hospital do Aparelho Motor recruta profissionais de letras através de curriculum vitae e seleção pública, disponibilizando, pela Internet, o Edital, informações e esclarecimentos complementares.
4.1. Vagas para ensino de idiomas
Como prestador de serviços educacionais e lingüísticos, o profissional de Letras, a partir dos anos 90, ampliou seu campo de atuação. A participação do Brasil no Mercosul, que adota documentos em Português e Espanhol, traça perspectivas favoráveis ao licenciado nesses dois idiomas.
O ensino de Inglês e Espanhol é outro campo que vem se abrindo para o licenciado (e bacharel) em Letras. A demanda por professores especializados vem aumentando na medida em que se intensifica o intercâmbio entre o Brasil e os países onde se falam essas duas línguas. Além disso, por força de lei, nos próximos anos, o espanhol constará da grade curricular de instituições de Ensino Fundamental e Médio.
Outra área de atuação em notável crescimento é o ensino do idioma instrumental. Envolvendo trabalho técnico e multidisciplinar, requer profissionais de Letras com conhecimentos consolidados tanto em Inglês quanto em Espanhol. Nessa área, o profissional de Letras pode, ainda, atuar no tratamento terminológico de dicionários e publicações técnicas.
As escolas de idiomas, em grande expansão, no momento, não só no Ceará, mas em todas as regiões do País, em geral, trazem seus anúncios em língua inglesa (oferta de maior freqüência), oferecendo boas condições de trabalho (bom ambiente de trabalho, registro trabalhista, treinamento etc) e exigem como requisitos imprescindíveis a experiência, a didática e a fluência verbal. O processo de recrutamento tem sido feito por e-mail ou contato pessoal no local da empresa.
Um dado nos chama atenção quanto ao perfil ou titulação dos profissionais de língua estrangeira que atuam nas escolas idiomas. Em geral, por serem cursos livres, não exigem a graduação em Letras dos candidatos. Como adverte o professor Plínio Rogério França Dias, em seu trabalho “ Micro e Macrovisões da área de Letras: da formação à profissionalização”, as escolas de idiomas ( a que chamou de cursos de línguas) não exigem a graduação em Letras para a contratação dos seus professores, e sim, limitam-se a requerer “ muita experiência” dos candidatos para atuação em sala de aula. Daí, nesse campo de atuação, já constatarmos (nas ofertas de serviços) profissionais de áreas diversas (engenheiros, sociólogos, geógrafos, por exemplo) oferecem seus serviços lingüísticos levando em conta unicamente a habilidade lectoescrita.
No tocante às escolas de idiomas e os espaços a serem ocupados pelos profissionais de Letras, uma tendência que se tem verificado é a parceria entre escolas de inglês e instituições de ensino. As instituições privadas de ensino, buscando conquistar a fidelidade dos seus estudantes, agora clientes-escola, buscam oferecer serviços de ensino além da educação curricular. Um dos serviços é a terceirização do ensino de línguas estrangeiras. Uma das vantagens da terceirização é a possibilidade desses estabelecimentos de ensino delegarem tarefas e exigirem resultados
A terceirização do ensino de língua, sob o respaldo da LDB , permite a parceria de escolas particulares com escolas de língua estrangeira, mas obriga as instituições a preservar a autonomia pedagógica e exigir a habilitação dos professores, recomendando, ainda, a avaliação permanente de resultados da parceria. Uma das maiores parceiras com instituições de ensino é a Fund Languages, que atende mais de 12 mil anos por todo o Brasil. Diante dessa tendência, os formandos de letras, com habilitação em língua estrangeira, poderiam cogitar, na fase de estágio ou mesmo anteriormente, formas de cooperativas ou de abertura de empresas de serviços na área de língua estrangeira, tornando-se não empregados mas sócio das instituições de ensino.
4.2. Vagas para serviços educacionais
O atual contexto de globalização de mercados expande as atividades do licenciado em Letras, evidenciando-se uma grande valorização do conhecimento de idiomas, fazendo, doutra sorte, com que o domínio de uma língua estrangeira seja, cada vez mais, condição básica para a inserção do cidadão ao mercado de trabalho, independente de seu campo de atuação.
Dentro desse leque de possibilidades, o licenciando pode atuar no mercado de tradução de texto literários e técnicos e na coordenação de eventos culturais-literários.
O profissional de Letras, nas instituições tradicionais de ensino, ainda são vistos como “professores de português”, mas a cada, os letrados tendem a ser requisitados pelo mercado de trabalho como professores que não apenas ensinam gramática e as regras da língua materna, mas pesquisam e estudam todo o universo psicolingüístico, etnolingüístico, sociolingüístico e ecolingüístico da linguagem
Como lingüistas, os profissionais de Letras podem auxiliar o ensino de línguas, e podem trabalhar em cooperação com as áreas de psicologia e fonoaudiologia. No plano da lingüistica clínica, quem se especializa em lingüística aplicada pode atuar na recuperação (ou reeducação lingüística) de pacientes com problemas de aprendizagem relacionadas à linguagem (dislexia, disgrafia e disortografia) de fluência verbal.
Na Internet, os sites de emprego ou dos Cursos de Letras já revelam novas perspectivas profissionais dos formandos de Letras que vão além da área tradicional do magistério de línguas (materna e estrangeiras). O mercado oferece um leque de atividades e ocupações fora do magistério escolar, como Secretariado-Executivo Bilingüe, que garante boa remuneração ou Tradução e Intérprete de Conferências.
As novas e antigas formas de interação do curso com a sociedade compõem um quadro bastante favorável para quem quer trabalhar com as palavras. Nos Cursos de Letras, na Região Sudeste, já se verifica um grupo grande de alunos fazendo Interpretação, que voltou a ter um mercado muito atraente no Rio de Janeiro, com a revitalização dos grandes centros urbanos como centro de seminários e conferências internacionais. E os intérpretes ganham em média de R$ 400 por dia, por seis horas.
Firmas de tradução também absorvem muitos dos fomandos de Letras. Vários graduados de Letras acabam criando suas próprias empresas.
Atualmente, com a vinda da TV a cabo para o Brasil, um campo que tem crescido bastante é o de tradução de legendas ou dublagem de filmes.
No plano das pesquisas, existem linhas de pesquisa que estão extremamente comprometidas com o mercado, como, por exemplo, a que estuda as relações entre linguagem e trabalho. Ela tem oferecido vários produtos para a sociedade, como cursos de treinamento para executivos, ou mesmo assessorias em que são diagnosticados problemas de comunicação dentro das empresas.
O que se verifica nos Cursos de Letras da Região Sul e Sudeste, é que o curso de Letras interage com o mercado de trabalho de uma forma muito mais ampla do que apenas através do ensino de línguas. A partir dos anos 90, especialmente com a chegada da Internet, os Cursos de Letras em São Paulo e Rio de Janeiro, nas instituições privadas, têm criado cursos de bacharelado rápido, em três anos, não profissionalizante, que têm uma procura de alunos muito grande. São pessoas que querem um conhecimento mais amplo para escrever, fazer pós-graduação, trabalhar em centros culturais.
Uma nova área ligada à informática, que é a de consultoria lingüística para softwares, tem sido ocupada por profissionais de Letras que oferecem o suporte lingüístico para a informatização de dicionários, para corretores ortográficos, programas de consulta à Internet.
A abertura econômica, que possibilitou a instalação de novas empresas estrangeiras no país, e o Mercosul fizeram a carreira de letras ganhar novo impulso nos últimos cinco anos. O mercado para tradução e interpretação de textos foi um dos que mais evoluíram como o Mercosul.
Como o domínio de uma segunda língua passou a ser exigido em quase todas as áreas, as oportunidades para professores que dão aulas de inglês e espanhol aumentaram.
A partir dos anos 90, o profissional de Letras deixou de se limitar a dar aulas em escolas convencionais. Surgiram mais escolas de idiomas e Instituições de ensino à distância também passaram a contratar profissionais da área de Letras, que tinham experiência em programas pedagógicos no ensino de línguas estrangeiras.
A área de editoração é uma vertente de mercado de atuação dos profissionais de Letras que oferece chances em publicações de livros científicos e revistas técnicas. A figura do revisor provocou um aumento da oferta de empregos na área de Letras.
Entre as novas ofertas de trabalho para os profissional de Letras do século XXI, podemos assinalar as seguintes ocupações emergentes para atuação na área de Letras:
& 61623; Na área de assessoramento técnico, como revisor e autor de relatórios, manuais roteiros especializados
& 61623; Na área editorial, como autor, tradutor e revisor
& 61623; Na área empresarial, como produtor de discursos e consultor para as diversas modalidades da linguagem orientada para o trabalho.
& 61623; Na TV, como entrevistador
& 61623; No cinema e na TV, como roteirista e redator
O profissional formado em Letras, com ênfase em Tradutor e Intérprete, encontra um mercado de trabalho em expansão, podendo atuar como professor de Inglês e Português no magistério fundamental e médio ou em cursos livres; professor de inglês instrumental junto a empresas; tradutor e intérprete, assessorando diretorias de empresas, setores de compra e venda, empresas de importação e exportação e setor hoteleiro e turístico. Pode também ser tradutor de livros e softwares, tradutor para legendagem de filmes e documentários; revisor de textos em português e inglês; pesquisador na área de línguas.
Considerando o crescente desenvolvimento dos meios de comunicação e dos sistemas de informação, nos quais o texto verbal continua sendo o principal recurso de comunicação, ao profissional de letras abre-se um vasto campo de atividades afins, tais como: redator e consultor de textos em jornais, editoras e agências de publicidade; animador de eventos culturais voltados à literatura e à arte em geral; tradutor e intérprete nos variados contextos de uso das línguas estrangeiras, entre outros.
Os profissionais de letras podem atuar nas áreas de redação, revisão, tradução e versão de textos, com vínculo empregatício ou como profissional autônomo. Vale salientar que a titulação de graduado em Letras é uma exigência requerida para aqueles que vão atuar como professores da educação escolar (básica e superior), mas, ao fazer opção por atividades de revisão, tradução ou interpretação de texto, crítica literária, não há regulamentação obrigatória para o exercício desses profissões, exceto para tradutor juramentado.
Os letrados também podem atuar na área técnica de elaboração, execução e participação em Projetos Técnicos Educacionais. Há trabalho em editoras, na tradução de livros e artigos. Em assessorias para grupos de executivos, para Internet etc.
4.3. Comentários aos anúncios dos jornais
Nos anúncios dos jornais, observamos vários campos de atuação para os profissionais de Letras. Entre os quais, citaríamos os seguintes ofertas de trabalho : a) na área de teletrabalho como redator para Internet, b) nas IES, como professor universitário, c) Nas empresas de marketing e telemarkting, como consultor, d) Nas IEEB como professor de línguas(materna e estrangeira); e) Atividades na área de serviços; f) Professores e instrutores de línguas estrangeiras
a) Redator de textos para Internet
O teletrabalho é uma das grandes áreas de expansão de trabalho para os profissionais de Letras que pretendem trabalhar a domicílio. O Caderno Anúncios Populares, de Jornal O Povo (edição de 30 de maio de 2000), trouxe interessante anúncio para “profissionais e estudantes, com facilidade em redigir, em quaisquer das áreas: concentração memória; esoterismo; etiqueta/comportamento; marketing; 5. Comunicação social/publicidade; 6. Turismo. 7. Iniciação Empresarial e 8. Leitura Dinâmica. Contato: Av. Heráclito Graça, 1505 – Aldeota. CEP 60140-060. E-mail: adm@intertraining.com.br
b) Professor de IES privada
Com a expansão da educação superior, inclusive, com a criação de vários institutos superiores de educação, são muitas as oportunidades no magistério. O Caderno Anúncios Populares, de Jornal O Povo (edição de 30 de maio de 2000), uma instituição de ensino superior recebia curriculum vitae de mestres e doutores com objetivo de selecionar para seus quadros docentes.
Em outro momento, os Anúncios Populares do POVO, edição de 12 de agosto de 2001 (trabalho, p.4), trouxe oferta de trabalho sob o título INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL seleciona educador (doutor/mestre). O perfil desejado é: a) experiência em educação em nível superior; b) visão em gestão de negócios e c) disponibilidade de tempo integral. Os interessados deveriam enviar currículo com pretensão salarial para caixa postal n.º 15 dos Anúncios Populares do Jornal O POVO, Av.. Aguanambi, 282 Joaquim Távora, CEP 60055-402
No Classificados do Diário, edição de 4 de fevereiro de 2001 (p.21), trouxe anúncio de “empresa em vias de implantação na cidade de São Luís? MA”, que seleciona professores universitários, com mestrado/doutorado. Na área de Humanas, a empresa selecionaria docente, com título de mestre, no mínimo, para ministrar aulas nas disciplinas de PEDAGOGIA (As grades curriculares de Letras trazem as disciplinas pedagógicas): A) Metodologia do Trabalho Acadêmico, b) Sociologia Geral, c) Fundamentos Biológicos da Educação, d) Matemática, e) Teoria da Educação, f) Psicologia Geral, g) Sociologia da educação, h) Filosofia da Educação, i) Estatística Aplicada à Educação, j) História da educação I e l) Pesquisa Educacional.
Para o processo seletivo, o candidato deve enviar curriculum vitae, com pretensão salarial, isto é, de valor de hora/aula para o seguinte endereço postal: BR 135, KM 6,5 – Mód I Q-B, Lote 5, Distrito Industial – São Luís – Maranhão CEP 65.095-050. Podendo, ainda, se utilizado, também, o e-mail: acsuper@zaz.com.br. A empresa destaca “garante-se absoluto sigilo”.
c) Nas empresas de marketing e telemarketing
Para os profissionais que não pretendem atuar no magistério escolar, em sala de aula, poderão atuar como consultores de negócios em educação (CNE). O Jornal O POVO, em seus Anúncios Populares, de 6 de maio de 2000, oferece vaga para Consultor de Negócios em Educação. A Empresa é a Expoente – Excelência em Educação cuja missão é “ formar indivíduos competitivos, com alto grau de responsabilidade social, através da transformação de informação em conhecimento, utilizando adequadamente talentos humanos e tecnologia avançadas”. A empresa, que atua no segmento educacional, desde 1985, expande seu mercado como fornecedor de: a) material didático, b) software educacional e c) capacitação de professores.
Os requisitos mais gerais, exigidos pela empresa, são: a) ser profissional de alto nível; b) excelente formação e c) gostar de desafios. Os requisitos mais específicos são: a) formação superior completa, preferencialmente na área educacional; b) Amplo conhecimento ou atuação no segmento de educação infantil a ensino médio; c) 03 anos de experiência comercial, com carro próprio; d) possuir microcomputador/acesso Internet e usuário em Word e Excel e) disponibilidade para viagens em sua região.
Para participar do processo seletivo, o candidato deveria enviar curriculum vitae (até 10/05/2000), sob o código CONEG, para: e-mail:rhumanos@expoente.com.br. O endereço terrestre é: Administração Geral – Recursos Humanos na Rua Pedro Ivo, 807. 2º andar – CEP 80010-020 – Curitiba – Paraná. O contato:
O Jornal O POVO, uma das grandes empresas na área de comunicação social, em 6 de novembro de 2000, através do seu Anúncios Populares(p.23 e 29), ofertou vagas para OPERADOR DE CALL CENTER destinada aos futuros profissionais de Letras (superior em conclusão). Eram as seguintes exigências: a) Experiência-sistema de Call Center; b) conhecimento em informática com comprovação e Internet; c) excelente digitação (mínimo de 150 toques digitados por minutos); d) fluência verbal; e) Facilidade na comunicação interpessoal; f) Boa dicção e importação da voz; g) Domínio na língua portuguesa; h) Capacidade de argumentação e persuasão; i) Rapidez de raciocínio; j) Dinâmico, comunicativo e objetivo; l) Boa aparência; m) Organização; n) Gostar de vender por telefone; o) Ser leitor do jornal O POVO e p) Disponibilidade imediata.
As condições de trabalho eram assim oferecidas aos candidatos: a) ambiente de trabalho pró-ativo; b) Treinamento; c) salário compatível com a função; d) Estágio inicial de 6 meses, após esse período contratação com fixo + comissão.
Para o processo seletivo, o Jornal O POVO solicitava que o candidato enviasse uma REDAÇÃO (destacava o anúncio em maiúscula e negrito) do próprio punho sobre o Jornal O POVO (certamente, para análise grafológica ).
Ainda no referido anúncio, o Jornal O POVO ofertava vagas para promotor de vendas, utilizando o mesmo processo de seleção e apontando como requisitos: : a) conhecimento em informática com comprovação de curso; b) excelente digitação (mínimo de 150 toques digitados por minutos); c) Excelente fluência verbal; d) Facilidade na comunicação interpessoal; e) Boa dicção e impostação da voz; f) Excelente Domínio na língua portuguesa; g) Capacidade de argumentação e persuasão; h) rapidez de raciocínio; i) Iniciativa, bom senso e objetividade ; j) Bom humor; l) Boa aparência; m) Organização; n) Ser leitor do jornal O POVO(grifos nossos)
d) Professores de línguas na educação básica
Os Anúncios Populares, de O Povo (edição de 03/12/2000) trouxe interessante anúncio sob o título “ O COLÉGIO DOROTÉIAS seleciona para admissão em 2001 os seguintes profissionais:
Educação Infantil: Professora de Alfabetização – Desejável formação superior completa.
Ensino Fundamental I: Professoras de 1ª a 4ª séries – Formação superior com especialização nas áreas de atuação.
Ensino Fundamental II: Professor de língua portuguesa e de Matemática de 5ª a 8ª séries – Formação Superior.
Ensino Médio – Professor de Sociologia e Filosofia para o 1º e 2º anos – Formação superior, desejável pós-graduação na área ou mestrado em curso. Para se ter idéia do grau de exigência dos candidatos, o anúncio destaca o seguinte: o anúncio destaca que seria imprescindível, em todas as áreas, conhecimento de informática em nível de usuário. A instituição-anunciante só aceita e seleciona os currículos que foram enviados através de sua página na Internet. O contato eletrônico é: www.doroteias.com.br
Os Anúncios Populares do POVO, em 24 de junho de 2001 (trabalho, p.7) trouxe mais uma vez anúncio do COLÉGIO DOROTÉIAS para seleção de professores 2001/2002: educação infantil ensino fundamental e ensino médio. No texto, destacou que o cadastratamento de currículos será exclusivamente na sua página na Internet www.dorotéias.com.br. O período de inscrição: 24/06/2001 a 31/08/2001. Como ainda não temo uma cultura digital, muitos candidatos, certamente, não levaram em conta a nova estratégia da escola de recrutar seus professores.
Os Anúncios Populares do O POVO (edição de 5 de agosto de 2001, trabalho, p.2) trouxe anúncio da Casa da Tia Léa (creche escola), que há 13 anos atua na área de educação infantil. A instituição de ensino selecionaria, para o ano 2001, professores de ensino fundamental e educação infantil. Exigia: a) curso superior em Pedagogia ou Letras, concluído em fase de conclusão e b) Experiência comprovada de 1 ano no cargo.
O procedimento para participação no procedimento seletivo era o seguinte: o candidato deve entregar currículo (anexar histórico universitário) com foto ou o candidato preencheria, na escola, ficha cadastral. O endereço terrestre da escola: Av. Pe Antonio Tomás, 2117 – Aldeota. Entrada pela rua lateral – Tratar com Kalina. Inscrições: 06 a 24/08/2001.
Os Anúncios Populares do O POVO, de 26 de agosto de 2001 (trabalho, p.8) trouxeram oportunidade de trabalho sob o título PROFESSORES – Instituição Educacional selecionada: a) Professores para educação infantil; b) professores para toas as disciplinas de: b.1. de 1ª a 8ª série (fundamental) e b.2. De 1ªa 3ª série (médio). São exigências: a) Nível superior; b) Experiência mínima de 2 anos na função e c) Visão pedagógica sócio-interacionista.
Para participar do processo seletivo, os candidatos deveriam enviar curriculum para a caixa postal n.º 15 sob a sigla PROFESSORES Do Jornal O POVO, Av. Aguanambi, 282 – Joaquim Távora. CEP 60.055-402.
Os Classificados do O POVO, edição de 16 de setembro de 2001 (trabalho, p.10), trouxeram anúncio do Colégio Marista Cearense de abertura de “ inscrições para professores de todas as séries /áreas”. O procedimento era simples: entregar currículos com fotos, na Rua Jaime Benóvelo, nº195, à Sra. Cecília Maia.
Os Classificados do Diário, edição de 24 de março de 2001 (p.20), na seção EMPREGOS para Níveis Superior (E 1009), trouxeram anúncio de “Seleção para professores de educação infantil”. São exigidos os seguintes critérios: a) experiência de 2 anos e b) curso de pedagogia, a partir do 6º semestre. O procedimento para a seleção era o seguinte: enviar currículo com foto(do dia 26/03 até 30/03) para Av. Barão de Studart, n.º 826, Aldeota.
Os Anúncios Populares do O POVO, edição de 26 de agosto de 2001 (trabalho, p.6), trouxeram anúncio sob título PROFESSORES com o seguinte texto: “ Selecionam-se p/educação infantil. Enviar currículo p/ Rua Vera Cruz, 1044 – Jurema – Caucaia. 237-1634.
Os Anúncios Populares, de O Povo (edição de 21/05/2000) trouxeram como título: OPORTUNIDADE DE TRABALHO. Ofertavam-se vagas para todas as disciplinas do Ensino Fundamental e Médio. O processo seletivo era assim descrito: interessados enviar, pelo correio postal, currículo com foto para caixa postal n.º 40 dos Anúncios Populares, Av. Aguanambi, 282.
Os Anúncios Populares, de O Povo (edição de 19/11/2000), trouxe oferta de trabalho para professores de 5ª a 8ª série do Educandário Monteiro Lobato (Eusébio) para as disciplina português, Inglês, entre outras. Os requisitos indicados eram: graduação e experiência.
Os Anúncios Populares, de O Povo (edição de 19/11/2000), trouxeram anúncio do Colégio J. Oliveira, sob o título PRECISA-SE DE PROFESSOR, destinado à atuação do professor no ensino médio. As exigências: experiência e habilitação em Português. O procedimento seletivo: apresentar curriculum Vitae (até 01/12/2000). Entrega Currículo, até 01/12/2000, no Colégio J. Oliveira – Av. Senador Virgílio Távora, 1140 – Aldeota (na recepção).
Os Classificados do Diário, edição de 24 de março de 2001 (Seção Empregos de Níveis Superiores), trouxeram novo anúncio do Colégio J.Oliveira. Eis o texto: “ Precisa prof. de Português , ensino médio com experiência”. O procedimento seletivo: o candidato apresentaria curriculum vitae na sede Aldeota (recepção), até 26 de 03, Av. Sem. Virgílio Távora, 1140.
Muitas vezes, registramos modelo de anúncio de oferta de trabalho na área de magistério, se dá de forma muito lacônica, como: PRECISA-SE PROFESSOR – Português e Matemática. 290.3919
ESTAMOS SLECIONANDO universitários p/lecionar. 479-5909.O ideal nesse caso é que, por telefone, o candidato solicite o endereço e faço o contato pessoal.
Os Classificados dos jornais vem anunciando, nos últimos dezesseis meses, ofertas vagas para Monitoras estagiárias na área de Pedagogia e Letras. Algumas instituições de ensino oferecem funções duvidosas como “ monitoras estagiárias” para os profissionais em educação ainda em processo de formação. É o caso do anúncio do Colégio 21 de Abril (Anúncios Populares do O POVO, de 10 de abril de 2001, seção trabalho, p.28) que traz no seu texto “Estamos admitindo alunas do curso de Pedagogia e Letras para monitoras estagiárias” nos seguintes níveis de ensino: a) educação infantil e b) ensino fundamental. O contato é por telefone: 482-0140 e 343-4161.
Vale ressaltar aqui, que o instituto da monitoria , é reservado às instituições de educação superior. A monitoria, no âmbito das instituições universitárias, funciona como mecanismo de motivação à aprendizagem e ao desempenho escolar em geral, como uma experiência indutora de formação para atividades docentes. A monitoria potencializa o aluno para o magistério superior.
e) Atividades na área de serviços
A área de marketing requer profissionais de Letras, especialmente para a função de Promotor de vendas. Os Anúncios Populares, de O Povo (edição de 3/12/2000, p.3), trouxeram oferta de trabalho de Empresa na área de Comunicações/Livraria e Editora.
Oferece a empresa, entre outras “vantagens”, “boa remuneração” e “ bom ambiente de trabalho”. Para a função Promotor de Vendas, exigia os seguintes requisitos: a) sexo masculino; b) Nível superior (preferencia pedagogia ou letras) e c) experiência em vendas e livraria. Para a função de Serviços Gerais, são exigidos: a) Sexo feminino, b) segundo grau ou superior. Um requisito comum às duas funções era a facilidade de comunicação e dinamismo. O procedimento de seleção era o envio de currículo para a Caixa Postal n.º 16 dos Anúncios populares do Jornal O Povo, sob a sigla PAULOS. Avenida Aguanambi, 282.
Na área de serviços, são requisitados hoje profissionais de letras para atuação em Hospital. Os Anúncios Populares do O POVO, edição de 6 de agosto de 2000 (p.5C), trouxeram anúncio de processo de seleção pública para o SARAH (Rede SARAH de Hospitais do Aparelho Locomotor), da Associação das Pioneiras Sociais, para o cargo de Professor (PSP 17/2000). Eis os pré-requisitos: Licenciatura Plena em uma ou mais área s seguir: Letras Pedagogia, entre outras licenciaturas. Exigia-se a experiência profissional de, no mínimo, seis meses na área de educação atuando em sala de aula ou em projetos educacionais e/ou comunitários e conhecimentos da língua inglesa. Entre os documentos para inscrição, é exigido um curriculum vitae resumido. Os editais completos foram disponibilizados na Internet: http://www.sarah.br e nas portarias dos Hospitais SARAH.
O mercado de trabalho para redator publicitário também cresce muito como oportunidades para os profissionais de Letras. Os Anúncios Populares do Povo, de 4 de março de 2001 (trabalho, p.6), trouxeram interessante e original anúncio de oferta de trabalho para redator de agência de propaganda. Sob o título PROCURA-SE REDATOR, o texto do anúncio apresentava-se com redação muito original: “Agência de Propaganda procura um redator que esteja antenado com os mais modernas técnicas de propaganda da atualidade, não se importe de trabalhar ouvindo boa música, aceite sorrindo as “sacanagens” dos colegas, goste de carregas pianos, se conforme com um pequeno salário, seja bem humorado e não saia dançando quando ouvir um funk do tigrão”.
O processo seletivo, da referida empresa, ainda era ainda mais original: “ Faça um anúncio sobre você e envie um foto para Caixa Postal nº9, dos Anúncios Populares do Jornal O Povo, Av. Aguanambi, 282, sob o código: REDATOR”.
Na área de Letras, são, com muita freqüência, serviços lingüísticos dos letrados, como, por exemplo, a revisão de textos. Os Anúncios Populares do O POVO, em sua edição de 1º de abril de 2001 (trabalho, p.8), trouxeram anúncio do SESC-FORTALEZA de SELEÇÃO de Profissional de Nível Superior em Letras.
No anúncio, o SESC destacava logo os requisitos:
& 61623; Experiência com revisão de textos
& 61623; Conhecimento amplo de Língua Portuguesa
& 61623; Disponibilidade para trabalhar 40 h/semanais
& 61623; Habilidade e conhecimento em informática (Windows, Word e Excel)
& 61623; Boa comunicação.
& 61623; No anúncio, é feita a seguinte observação quanto às etapas do processo seletivo:
& 61623; Análise curricular
& 61623; Avaliação escrita e prática
& 61623; Entrevista.
& 61623; A documenta exigida para a inscrição é:
& 61623; Curriculum Vitae
& 61623; Foto 3 x 4
& 61623; Documentos para comprovação (do currículo)
Com larga experiência em seleção de profissionais e estagiários, o anúncio do SESC era particularmente organizado: traz dias (02 de 03 de abril de 2001), horário (das 9 h às 12 h e das 14 às 18h) e local (SESC FORTALEZA – Av. Duque de Caxias, 1701 – Centro – CEP 60035-111 – Tel. (85) 288-1111 Fortaleza- CE. E-mail: adh@sec-ce.com.br
Um campo de atuação em expansão é de redator de biografia. Observemos o anúncio publicado em O POVO, na edição de 6 de junho de 201, em maiúsculas: “ ESVREVA SUA BIOGRAFIA. ESCREVA SEU LIVRO. SE VOCÊ PREFERIR, EU ESCREVO POR VOCÊ”. O contato: 262-7667.
Os profissionais de Letras podem atuar como técnicos para prestação em serviços de consultoria. Os Anúncios Populares do O POVO, de 19 de agosto de 2001, trouxeram oportunidade de trabalho no Projeto PNUD/bra/98/017. Refere-se a um Projeto de Organismo Internacional, que seleciona técnicos para prestação de serviços de Consultoria.
O perfil do candidato era o seguinte: a) Formação de Nível Superior em Ciências Humanas e/ou Sociais, e/ou Pós-Graduação em Área de Desenvolvimento Social; b) Mais de o5(cinco) anos de experiência em Projetos de Desenvolvimento, e Organização Comunitária e c)Experiências em áreas rurais
O Organismo Internacional trazia ainda duas condições fundamentais:
a) Disponibilidade do interessado para viagens pelo interior do Nordeste e b) Estar sediado em qualquer da área de abrangência da extinta SUDENE.
O procedimento para a participação no processo seletivo era o seguinte: os interessados deverão as seguintes providências para poder participar do processo seletivo: Enviar CURRICULUM VITAE (destacado pelo próprio anúncio, tudo em maiúsculas), detalhado, indicando pretensão salarial, até 25 de agosto de 2001.Em envelope fechado, e identificado externamente, para a CAIXA POSTAL N.º 7873, CEP 50740-970 – RECIFE – PE.
Outro anúncio, publicado na mesma edição do jornal, com as mesmas características, anunciava um perfil para o Projeto pnud/BRA/98/017, com as seguintes características: a) Formação de Nível Superior em Educação, e/ou Ciências Sociais, e/ou Pós-Graduação na Área de Desenvolvimento Social; b)Atuação há pelo menos 05 (cinco) anos em elaboração e avaliação de Programas e Projetos em Desenvolvimento de Recursos Humanos; em Monitoramento e Orientação de atividades de ensino-aprendizagem, em coordenação de ações de instrutoria e motivação do ensino.
f) Professores de línguas(estrangeiras e materna)
Tomando como referência o mês de setembro de 2001, ao analisarmos os anúncios publicados nos Classificados n’O POVO e na Folha de São Paulo, observamos que de forma preponderante foram ofertadas vagas para as seguintes funções: a) professor de inglês; b) professor de espanhol ; c) professor de francês e c) professor de italiano. Os anunciantes mais freqüentes eram as escolas idiomas.
Os profissionais de Letras tem requisitados para atuarem como Professores e instrutores de línguas estrangeiras. Os Anúncios Populares do O POVO, edição de 2 de julho de 2000 (p.3C), trouxe oferta de trabalho da professores de inglês, em inglês. O título: ENGLISH TEACHERS. Texto: English school seeks for qualified English teachers. We requie full availability and native-like fluency. Experience abroad is a plus. We offer a good pay and a great working atmosphere. Applicants should take a teste at 610 Pe . Antonio Tmas avenue this Monday or Tuesday from 9 AM to 8 PM and bring along your resume”.
Os Anúncios Populares do O POVO, edição de 19 de novembro de 2000, ofertava oportunidade de trabalho instrutores de inglês. Sob o título ENGLISH INSTRUCTORS, traz o seguinte texto em inglês: Multinational founded in 1878, present in 50 countries, and recognized as tlhe world leader in languaje services. We offer: a) Competitive rates, b) Training course, c) full-time or part-time employment, d) Legal work registration, e) Professional working enviroment e f) Possibity or career in a global company. Requirements: a) Native fluency in English, b) Brazian Citiuzewn or permanent resident, c) Dynamic, outgoing personality, d) Ideally candidate should have lived abroad”. O Contato pode ser feito por e-mail: alereis@secrel.com.br. Telefone: 264-5968/9986-4277. Rua Maria Tomásia, 560 – Aldeota.
Destacamos, a seguir, as exigências dos anunciantes do Folha de São Paulo:
& 61623; Formação superior
& 61623; Fluência
& 61623; Qualificação profissional.
& 61623; Experiência profissional
& 61623; boa apresentação pessoal
& 61623; Dinamismo
& 61623; Curriculum Vitae
& 61623; vivência no exterior.
Também têm sido muitas as vagas ofertadas para professores da língua portuguesa. Nos Anúncios dos Classificados da Folha, publicado em 02 de setembro de 2001, foram oferecidas duas vagas para professores de Português para atuação em cooperativa educacional. O início de trabalho, se selecionado, era imediato. Exigências: a) trabalho em turno da manhã e b) muita experiência com ginásio e ensino médio. O candidato deve comparecer com Currículo Vitae (C.V). Eis o texto: “Professor Português - 2, coop. educ. seleciona início imediato., período manhã, muita exp. c/ ginásio e médio. Comp. c/ C.V. 2ª f., 03/09, às 8h, falar c/ Louzane à Rua Tito, 1.175, Lapa”. (publicado em: 02/09/2001)
Surge vaga para atuação no ensino pré-vestibular, no Sudeste do País, chamado preparatório. Exigências: a) didática e b) experiência em cursinhos. O valor da hora/aula é de R$ 20. É dado o e-mail para contato: leqs@sti.com.br (publicado em: 02/09/2001)
Como podemos observamos até aqui, as escolas de idiomas, diferente das instituições convencionais de ensino, divulgam o valor da hora/aula, em média R$ 20,00

5. Estratégias para busca e permanência no mercado de trabalho de Letras
5.1. Criação de escritório-escola do Curso de Letras
Uma das experiências interessantes de contribuição do Curso para inserção dos formandos de Letras ao mercado de trabalho é a Escritório Escola de Letras e Pedagogia, no Maranhão. O escritório-escola do Curso de Letras e Pedagogia do UNICEUMA veio permitir aos alunos do curso uma qualificação completa no que compete a realização plena deste profissional. Dentre os seus projetos, estão os vários de capacitação, envolvendo jogos didáticos,.

Entre os objetivos do projeto, são citados:
& 61623; Criar um espaço apropriado para o aperfeiçoamento didático - pedagógico do aluno dos Cursos de Letras
& 61623; Oportunizar um trabalho conjugado entre teoria e prática;
& 61623; Prestar serviços à comunidade nas áreas de Letras
& 61623; Participar ativamente no mercado de trabalho, em caráter de treinamento, nas diversas funções do profissionais de Letras,
& 61623; sempre com respaldo técnico de profissional competente;
Firmar parcerias com empresas ou individualmente, buscando, sempre a excelência dos serviços prestados;
& 61623; Valorizar alunos e professores no mercado de trabalho e no âmbito acadêmico;
& 61623; Ser um espaço de formação empreendedora de estudantes, propiciando condições de empregabilidade;
& 61623; Captar recursos que possibilitem a ampliação da oferta dos serviços - minimizando receitas - e as práticas profissionais vinculados aos Cursos de Graduação, nas áreas de Letras e Pedagogia.
Serviços
& 61623; Prestação de Serviços à comunidade, tais como: tradução, versão, revisão e similares;
& 61623; Prestação de Serviços a instituições de ensino, no que tange à atualização do corpo docente, com cursos, palestras, seminários, workshops, minicursos;
& 61623; Incentivo à produção científica com a elaboração de antologias escolares, livros didáticos e literários, artigos científicos, textos em língua estrangeira e outros;
& 61623; Produção de vídeos e fitas de cunho didático e literário;
& 61623; Aulas de reforço a nível de ensino fundamental e médio, na área de língua literatura;
& 61623; Prestação de serviços a instituições de ensino para a atualização do corpo docente, com a oferta de cursos, palestras, seminários, minicursos, oficinas e outros;
& 61623; Incentivo e produção cientifica com a elaboração de revistas apostilas e textos didáticos pedagógicos;
& 61623; Produção de material didático, através de Oficinas Pedagógicos, como instrumento de apoio ao trabalho em sala de aula;
5.2. Conhecimento dos direitos dos professores
Como profissionais de educação, os letrados podem ser insertos no mercado de trabalho em instituições públicas ou privadas. Em ambas, devem seguir as orientações, de ordem legal, para um ingresso no mercado de trabalho, sem transtorno trabalhistas ou exploração profissional.
Para os que pretendem atuar nos estabelecimentos privados de ensino, é de grande importância o conhecimento da Legislação do Trabalho (Consolidação das Leis Trabalhistas) durante as buscas de inserção no mercado de trabalho. A Seção XII, da CLT, é reservada aos direitos dos professores.
Como vimos, no presente trabalho, os estabelecimentos privados de ensino, nos anúncios, não divulgam a remuneração proposta para os propostas. A omissão deve levar os candidatos a ter uma atitude de cautela na hora de assinar o contrato, através da carteira de trabalho ou de um contrato de prestação de serviços.
A CLT, na Seção XII, trata dos seguintes tópicos: a) Habilitação ( art. 317); b) Jornada de Trabalho (Arts. 318,319, e c) Remuneração (320, 321, 322).
No tocante à habilitação para o exercício de magistério, a Lei determina que exercício remunerado do magistério, em estabelecimentos particulares de ensino, exigirá habilitação legal e registro no Ministério da Educação. (Art. 317).
A jornada de trabalho deve ser levada em conta pelo candidato na hora de analisar sua admissão no estabelecimento de ensino. A Lei diz que num mesmo estabelecimento de ensino não poderá o professor dar, por dia, mais de 4 (quatro) aulas consecutivas, nem mais de 6 (seis), intercaladas (Art. 318).Aos professores é vedada, aos domingos, a regência de aulas e o trabalho em exames (Art. 319)
Quanto à remuneração, em geral, não divulgada pelas instituições-anunciantes, os candidatos ao magistério dos estabelecimentos de ensino devem seguir a regra da CLT, que são as seguintes:
& 61623; A remuneração dos professores será fixada pelo número de aulas semanais, na conformidade dos horários (Art. 320)
& 61623; pagamento far-se-á mensalmente, considerando-se, para este efeito, cada mês constituído de quatro semanas e meia. (§ 1º., do art. 320)
& 61623; Vencido cada mês, será descontada, na remuneração dos professores, a importância correspondente ao número de aulas a que tiverem faltado. (§ 2º., do art. 320)
& 61623; Não serão descontadas, no decurso de 9 (nove) dias, as faltas verificadas por motivo de gala ou de luto em conseqüência de falecimento do cônjuge, do pai ou mãe, ou de filho. (§ 3º., do art. 320)

& 61623; Art. 321. Sempre que o estabelecimento de ensino tiver necessidade de aumentar o número de aulas marcado nos horários, remunerará o professor, findo cada mês, com uma importância correspondente ao número de aulas excedentes. Remuneração (Art. 321)
& 61623; No período de exames e de férias escolares, é assegurado aos professores, o pagamento, na mesma periodicidade contratual, da remuneração por eles percebida, na conformidade dos horários, durante o período de aulas. (caput, 322)
& 61623; Não se exigirá dos professores, no período de exames, a prestação de mais de 8 (oito) horas de trabalho diário, salvo mediante o pagamento complementar de cada hora excedente pelo preço correspondente ao de uma aula. ( § 1º, art.322)

& 61623; No período de férias, não se poderá exigir dos professores outro serviço senão o relacionado com a realização de exames. ( § 2º, art.322)
& 61623; Na hipótese de dispensa sem justa causa, ao término do ano letivo ou no curso das férias escolares, é assegurado ao professor o pagamento a que se refere o caput desse artigo.( § 3º, art.322)
& 61623; Não será permitido o funcionamento do estabelecimento particular de ensino que não remunere condignamente os seus professores, ou não lhes pague pontualmente a remuneração de cada mês. (Caput, Art. 323)
& 61623; Compete ao Ministério da Educação fixar os critérios para a determinação da condigna remuneração devida aos professores bem como assegurar a execução do preceito estabelecido no presente artigo (Parágrafo Único, art. 323)
Para os que vão atuar no magistério publico, devem exigir dos sistemas de ensino (federal, estadual e municipal, principalmente do último) os direitos que lhes são assegurados na LDB, a saber: a) ingresso, exclusivamente, por concurso de provas e títulos; b) Aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; c) Piso salarial profissional; d) Progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho; e) Período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho e f) condições adequadas de trabalho.
A LDB, no parágrafo único do referido artigo, diz que a experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional de quaisquer outras funções de magistérios, nos termos das normas de cada sistema.
No serviço público, os profissionais de educação não devem abrir mão, por ser princípio do ensino, da realização do concurso público. A LDB, no artigo 85, diz que “ Qualquer cidadão habilitado com a titulação própria poderá exigir a abertura de concurso público de provas e títulos para cargo de docente de instituição pública de ensino que estiver sendo ocupado por professor não concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos assegurados pelos Arts. 41 da Constituição Federal e 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias”.
5.3. Elaboração do Curriculum Vitae Eficiente (CVE)
No decorrer da Pesquisa “ O MERCADO DE TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DE LETRAS”, verificamos que as instituições e empresas que recrutam os letrados, exigem, no primeiro momento do processo seletivo, o Curriculum Vitae.
Dada a importância do Curriculum Vitae no processo de seleção de profissionais de letras, graduados ou graduandos, propomos uma orientação para a elaboração, com eficiência, de um currículo considerado ideal.
O primeiro ponto a considerar é o seguinte: os profissionais de Letras, formados ou em processo de formação, isto é, com o curso superior completo ou em conclusão, não precisam mencionar as escolas de ensino fundamental e médio. Quem chega à Universidade, passa a Ter um grau de instrução a educação superior, claro, como estudante, a educação superior é incompleta.
Se os candidatos possuem conhecimento de línguas estrangeiras é apropriado que informe o grau de fluência (lê, escreve, fala) ou outras habilidades lingüísticas (tradução e interpretação).
Pela análise dos anúncios publicados nos jornais, avaliamos que é muito importante que o candidato coloque, anexada, ao curriculum vitae, um foto recente 3 x 4, pretensão salarial e uma carta de apresentação.
As partes do Curriculum Vitae, nos jornais, abreviado por CV, são variadas, de diversos formatos, mas para os profissionais de educação, em especial os profissionais de Letras, sugerimos levar em conta os seguintes tópicos abaixo na hora de elaboração do CV.
Atualmente, o Curriculum Vitae Eficiente possui as seguintes características básicas: a) No máximo, 2 ou 3 páginas b) Variam de acordo com a extensão da experiência do candidato ou da necessidade de inclusão de itens técnicos, por exemplo. C)- Na primeira página um cabeçalho contendo:

1. Dados Pessoais: · O nome do candidato deve vir em destaque (maiúsculas e em negrito, por exemplo). Em seguida, endereços.terrestre e eletrônico para contato. Ainda no mesmo bloco de informações, os dados pessoais: · idade, estado civil, número de filhos, nacionalidade etc. (a decisão pela inclusão de um ou de outro item varia de acordo com o candidato e as características das instituições de ensino). A naturalidade só deve ser mencionada ser for para uma vaga em região de sua origem. Não deve confundir nacionalidade (qual seu país) com naturalidade (onde nasceu).
2. Na Internet, alguns sites como http://www.hpg.com.br oferecem gratuitamente a possibilidade de elaboração de home page e e-mail, mesmo que não tenham conhecimentos técnicos na elaboração de sites.
3. Objetivos pretendidos (quais as disciplinas ou áreas ou ainda serviços que pretende atuar como profissional de Letras)
4. Formação (IES, Faculdade, Curso, ano e, de preferência, se graduando, as disciplinas já cursadas com êxito em folha à parte) – Para os graduados, devem colocar dados sobre a formação superior, cursos de especialização, pós-graduação, especiais, técnicos etc. (a escolha das informações incluídas vão variar de acordo com o candidato).
5. Qualificação profissional (experiência na área de Letras, fluência verbal, habilidade em computação e anexar, se possível, os documentos que comprovam a experiência como declarações ou certificados). É importante assinalar, aqui, que os candidatos evitem realizar cursos, seminários ou mesmo oficinas, com carga horária menor do que 60 horas/aula. O ideal é que faça cursos de extensão ou atualização em instituições de educação públicas ou privadas, mas reconhecidas como universidades pelo MEC.
6. Experiência profissional (empresa, função, período). Para o mercado de trabalho é negativo , na apreciação do currículo do candidato, experiência com menos de 12 meses no local de trabalho, exceto em situações de estágio ou substituições eventuais ( afastamento por motivo de doença, morte ou aposentadoria do titular)por tempo determinado.
7. Outros cursos e atividades (congresso, local, período e carga horária). Um curso de digitação terá algum valor se, na prática, por exemplo, comprovar que pode digitar mais do 150 palavras por minuto.
8. Referências pessoais (nome, função, telefone para contato). Aqui, o candidato não pode confundir com apadrinhamento ou clientelismo. Pode, como monitor ou bolsista da CAPES/CNPq/FUNCAP, solicitar uma recomendação do seu orientador para atividade no mercado de trabalho.
9. Pretensão salarial (valor em real). Como não há piso salarial profissional estabelecido nacionalmente para a categoria de professor, o ideal é verificar, junto aos sindicatos da categoria de professores (ou mesmo nos sindicatos patronais) qual o valor da hora/aula pago aos professores das redes pública e privada de ensino.
10. Local, data e Assinatura: Como profissionais e como pessoas nos revelamos na escrita. A assinatura é retrato escrito da pessoa. Assinatura não é rubrica, daí ser necessariamente legível.
Orientamos, agora, mais detalhadamente, o processo de confecção do Curriculum Vitae Eficiente
& 61623; Linguagem clara e objetiva e a apresentação, 'enxuta', não ultrapassando três páginas.
& 61623; Nome completo do profissional - preferencialmente no alto da página.
& 61623; Endereço residencial completo - não esquecer de números como CEP, DDD, e caso não tenha telefone, coloque o número para recados e o nome da pessoa que irá ser responsável pela comunicação.
& 61623; Dados pessoais - Exemplo: Brasileiro, casado, 1 filho, 30 anos.
& 61623; Objetivo - Este item merece uma atenção especial, pois além de escrever o cargo que se pretende ocupar, deve-se enfatizar a área de atuação do profissional.
& 61623; Formação e cursos de aperfeiçoamento - Neste item o importante é o nome do curso e a instituição em que foi realizado. Os cursos de aperfeiçoamento devem seguir a mesma regra, tendo, porém, o cuidado de não serem relacionados cursos em excesso ou fora do perfil profissional.
& 61623; Idiomas - Caso o profissional conheça algum, ele deve ser mencionado com o grau de conhecimento. Ex: Inglês - Nível básico.
& 61623; Experiência profissional - Inicia-se a descrição pela mais recente, contendo: ¨ Ano de entrada e saída , Nome da empresa , cargo ocupado, breve descrição da atividade desenvolvida e dos resultados obtidos é necessária para que não surjam dúvidas quanto ao perfil.

6. Bibliografia compulsada

1. BRASIL. Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Fundamental. (1999). Referenciais para formação de professores. Brasília: SEF.177P.
2. CASTRO, Magali de. (2001). Curso de pedagogia: novos questionamentos em torno de uma velha identidade. In Ensaio – Avaliação e Políticas Públicas em educação. Rio de Janeiro, v.9, n.31, p.167-192, abr/jun.2001.
3. FURTADO, Elizabeth Bezerra, JIMENEZ, Susana Vasconcelos (orgs). (2001). Trabalho e educação: uma intervenção crítica no campo da formação docente. Fortaleza: Democrático Rocha.
4. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS. (1998). Exame Nacional de Cursos: relatório-síntese 1998.Brasília: INEP. 254p.
5. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS. (1999). Exame Nacional de Cursos: relatório-síntese 1999.Brasília: INEP. 602p.
6. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS. (2001). Exame Nacional de Cursos: relatório-síntese 2001.Brasília: INEP. 565p.
7. LANDIM, Teoberto. (1996). “Letras: instrumento de humanização”. O Povo. Caderno Opinião. Fortaleza, 26 de maio de 1996, p. 7A.
8. MARTINS, Vicente. (1997). “ Letras e computadores”. O Povo, 1º de junho de 1997.
9. MARTINS, Vicente. (1997). “ Letras no século XXI”. O Povo, 13 de julho de 1997
10. MARTINS, Vicente. (1997). “ O futuro dos letrados”. O Povo, 16 de março de 1997.
11. OFFE, Claus. (1990). Capitalismo desorganizado. SP: Brasiliense.
12. PESQUISA IDENTIFICA O PERFIL DOS ALUNOS DE LETRAS DA UVA. O Povo, 12 de setembro de 1999, p 12 A
13. ROSZAK, Theodore.(1990). O culto da informação. SP: Brasiliense.
14. SCHAFF, Adam. (1991). A sociedade informática. SP: Brasiliense.
15. SILVA, Christina Marília Teixeira, AZEVEDO, Nyrma Souza Nunes de. (2001). Mudanças na formação de professores: proposta de estratégia em relação às tecnologias de informação e comunicação. In Ensaio – Avaliação e Políticas Públicas em educação. Rio de Janeiro, v.9, n.31, p. 193-204, abr/jun.2001.
16. VIEIRA, Sofia Lerche, ALBUQUERQUE, Maria Gláucia Menezes. (2001). Estrutura e funcionamento da educação básica. Fortaleza: Democrático Rocha.
17. WERNECK, Vera Rudge. (2001). Globalização e educação: uma proposta para a avaliação. In Ensaio – Avaliação e Políticas Públicas em educação. Rio de Janeiro, v.9, n.31, p.205-222, abr/jun.2001.

6.1. Webliografia capturada

1. Carreira Letras ganha impulso. Disponível na Internet: http://www.uol.com.br/folha/fovest/papel050900_letras.htm. Capturado em 28 de agosto de 2001.
2. Curso de Letras. Disponível na Internet: http://www.metodista.br/Cursos/Graduacao/Letras/letras.php 2. Capturado em 28 de agosto de 2001.
3. Curso de Letras. Disponível na Internet: http://www.puc-campinas.br/~iletras/historico.html. Capturado em 28 de agosto de 2001.
4. Curso de Letras. Disponível na Internet: http://www.urisan.tche.br/cursos/342/omerc.htm. Capturado em 28 de agosto de 2001.
5. Curso de Letras. Disponível na Internet:http://www.estacio.br/letras/mercado.htm. Capturado em 28 de agosto de 2001.
6. DIRETRIZES CURRICULARES PARA O CURSO DE LETRAS. Disponível na Internet: http://www.inep.gov.br/enc/diretrizes/letras.htm. Capturado em
7. Escritório Escola de Letras e Pedagogia. Disponível na Internet:
8. HORTA, Wagner. (2001). “Guia Oficial do Ensino”
9. http://www.ceuma.br/extensaoesceducar.html. Capturado em 28 de agosto de 2001.
10. http://www.manager.com.br/mc_cvideal.asp. Capturado em 29 de agosto de 2001.
11. http://www.puc-rio.br/jornaldapuc/junho97/lidao.html. Capturado em 28 de agosto de 2001.
12. http://www.terra.com.br/educacao/profissoes/2000/09/27/009.htm. Capturado em 28 de agosto de 2001.
13. http://www.unaerp.br/Ensino/GRADUACAO/cursos/LETRAS.HTML. Capturado em 28 de agosto de 2001.
14. Letras – Mercado de trabalho. Disponível na Internet: http://www.upf.tche.br/graduacao/letras/. Capturado em 28 de agosto de 2001.
15. Letras - Mercado de trabalho. Disponível na Internet:http://www.univag.com.br/graduacao/letn.htm. Capturado em 28 de agosto de 2001.
16. Letras. Disponível na Internet: http://enciclopedia.zip.net/med2000/pedia98a/prof57jo.htm. Capturado em 28 de agosto de 2001.
17. LIS, Nuno (pseudônimo). “ O lingüística: abá-pe aîpó”. In Concurso Nacional “ O que é ser lingüista”. Disponível na Internet: http://sw.npd.ufc.br/abralin/concurso_venc_nuno.html. Capturado em 23 de setembro de 2001.
18. MIRANDA, Neusa Laim. “ Uma proposta curricular para a formação de professores de português”. In Boletim da ABRALIN (edição 25) - Atas do I Congresso Nacional da Abralin. Disponível na Internet: http://sw.npd.ufc.br/abralin/boletim25_tema12.html. Capturado em 23 de setembro de 2001.
19. NASCIMENTO E SILVA, Daniel do. (2001). Mesa-redonda do III ECE. Disponível em:dnsfortal@yahoo.com.br> em 5/Oct/2001 – 12:13
20. PORTARIA N.º 1.793, de 17/12/99 - Publicada no D.O. de 20/12/99, pág. 27, Seção I-E. Disponível na Internet: http://www.inep.gov.br/enc/provao2000/portarias/portaria_1793.htm. Capturado em 30 de setembro de 2001.
21. Professores de Educação Especial. Disponível na Internet: http://guiadeprofissoes.globo.com/. Capturado em 2 de outubro de 2001.
22. Professores do Ensino Fundamental e Médio. Disponível na Internet: http://guiadeprofissoes.globo.com/. Capturado em 2 de outubro de 2001.
23. Professores Universitários. Disponível na Internet: http://guiadeprofissoes.globo.com/. Capturado em 2 de outubro de 2001.
24. Seu novo emprego começa com um bom currículo. Disponível na Internet:
25. Site de empregos . Disponível na Internet: http://www.empregos.com.br/carreiras/carreira/comunique_se/chat/wagner_horta.shtm. Capturado em 28 de agosto de 2001.
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