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cronicas-->Crimes sem perdão -- 14/08/2002 - 00:37 (Hilton Görresen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CRIMES SEM PERDÃO

Hoje em dia, é comum a compulsão de "procurar seus direitos". Se você despede a diarista, defende-se do marginal, tenta despejar o inquilino, está sujeito a receber uma intimação. Se bobear, acaba sendo preso. Estou falando teoricamente, não riam! Teoricamente, muita gente no Brasil deveria estar presa. Mas na prática a teoria é outra (desgastada esta frase, não?).
Muitas vezes deixei de procurar meus direitos, quando violados. Pra começar, os guardadores de carro costumam me chamar de tio. Fico louco da vida por me atribuírem um parentesco que desconheço. Além do mais , trata-se de uma ofensa a meu irmão. Mas nunca me abalei a pedir um DNA para resolver o caso. Vezes sem conta sofri assédio de uma vizinha: basta me ver e já corre a dar um abraço. É verdade que ainda não completou quatro anos, mas isso não é desculpa. Se ela assiste TV, deveria saber que posso processá-la por assédio sexual.
Outro que deveria estar atrás das grades é o esculápio (expressão surrupiada dos colunistas sociais) que aprisionou meus espermatozóides, mantendo os coitados em prisão domiciliar, sem direito a dar uma voltinha ao ar livre. Mas chamá-lo de esculápio (Esculápio! Esculápio!)já possui um gostinho de vingança. É o mesmo que chamar um jogador de futebol de balipodista (termo que poderia ter vingado se dessem bola aos puristas da língua).
Fora essas ofensas, fui vítima na vida de crimes e violência sem conta: estupraram minha paciência, assaltaram minha geladeira, martelaram meu ouvido, afundaram meus planos, assassinaram minha música, estraçalharam meu coração, cortaram meus pensamentos, desvirtuaram minhas palavras, dilaceraram minhas dúvidas, bombardearam minhas idéias, queimaram meu filme, pisaram meu orgulho, desfizeram meu penteado, desviaram minha trajetória, incendiaram minha imaginação, atingiram meu amor-próprio, extirparam meus temores, envenenaram meu carro, abortaram minhas férias...ufa, nem sei como continuo vivo.
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