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Artigos-->O fim inexplicável das licenciaturas -- 27/05/2011 - 17:00 (Jefferson Cassiano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Às vezes, a vida nos fornece dados que, de tão conflitantes, nos fazem pensar que há dois mundos diferentes coexistindo. Exemplo: Dado 1) Há um déficit de mais de 200 mil professores no Brasil; dado 2) Em Ribeirão Preto, diversos cursos de formação de professores, as chamadas licenciaturas, estão sendo extintos por falta de aluno.  Ou alguém está mal informado sobre o mercado ou, de fato, eu vivo noutra galáxia de onde lanço a pergunta:  com tal demanda, não seria normal que a procura pelas licenciaturas aumentasse?

            Quem já é professor há muito tempo vai dizer que assim mesmo. Afinal, esses distintos “missionários” da educação não cansam de destacar que são explorados, que ganham salário de fome, que a sala de aula é um campo de batalha, que a sociedade não os respeita e outros quês. Diante de um quadro assim tão desfavorável, não se poderia esperar que um jovem resolvesse encarar a sala de aula como docente.  Esse discurso, já bem cristalizado, pode até servir de alento para a frustração de muitos “prefessores”, principalmente da escola pública. Os números, porém, permitem-me discordar e seguir questionando o fechamento dos cursos de licenciatura.

            Ser professor é, sim,  uma opção de carreira interessante para um jovem. Em São Paulo, o salário de um professor concursado iniciante é de mais de R$ 1.500,00, na Educação Básica I, e R$ 1.800,00, na Educação Básica II, dados da Folha Online. Qual é a outra profissão que remunera um recém-formado com mais de R$ 1.000,00 por mês? Poucas. Que o professor deveria ganhar muito mais e que os mais experientes precisam de um aumento considerável, concordo. Mas que esses não são salários baixos para início de carreira, não são mesmo.

            Quanto aos problemas enfrentados pelos professores em sala, para cada professor que diz que é impossível dar aula nesta ou naquela escola, há sempre um exemplo de profissional que não só consegue tocar sua aula com competência, como se torna um agente de transformação na vida de seus alunos. A verdade é que tem muita gente que está professor, mas deveria ser contador, mecânico, marido de cabeleireira, esposa de magnata. Sei lá. Qualquer coisa, menos professor.  Vocação é um pré-requisito para a docência tanto quanto é para a medicina.

            Mais: há sinais de que os jovens querem ser professores. Um deles: pedagogia foi o curso mais procurado no SiSu deste ano. Diante de tudo isso, parece ilógico fechar cursos de licenciatura. A concorrência do ensino a distância, mais barato, é um dado que deveria levar não à extinção dos cursos presenciais, mas a mudanças no composto de marketing desses cursos. Mudar, não fechar. 

            Razões para a extinção seriam: falta de interesse em oferecer o produto ou, pior, falta de visão sobre o potencial das licenciaturas nas próximas décadas. Razões, permita-me, nada razoáveis.


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