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Artigos-->O acme e a ACME -- 27/05/2011 - 17:10 (Jefferson Cassiano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Ao ler a coluna do Júlio Chiavenato, no Jornal A Cidade de quinta-feira,  tomei ciência de que a palavra “acme” faz parte do léxico da língua portuguesa. Assim mesmo:  “acme”, igual à empresa fictícia do Looney Tunes, ACME - A Company that Makes Everything, aquela que fornece de tudo para o Coiote tentar capturar o Papa-Léguas.  Acme, diz o Aurélio, vem do grego “akmé” e significa o ponto mais alto, a culminância, o clímax.  Chiavenato usou a palavra para descrever o momento no qual a sociedade de consumo se encontra, e alertou para o fato de que, em medicina, o termo denomina a fase mais crítica de uma doença, depois da qual ou tudo se resolve ou vem a morte. Ou, por que não?,  tudo se resolve com a morte.

            Não é castatrofismo, mas faz tempo que esse nosso acme pede um desfecho dramático.  A necessidade que o homem tem de comprar assusta. Passou-se do estágio do consumismo para um grau patológico de aquisicionismo. É a compra em si que satisfaz o homem do século XXI e não o consumo do produto, o qual, muitas vezes, depois de comprado, permanece na caixa. Comprar é tão urgente que não sobra tempo para usar os objetos do desejo, natiobsoletos . É preciso comprar novamente, antes que alguém o faça e o item saia de linha.  

            Se eu fosse religioso (troca)... seu eu fosse fundamentalista (troca)...se eu fosse o Bin Laden, acreditaria na vinda do Imã Mahdi e tudo estaria resolvido. Sem essa inclinação para a mecânica do misticismo-geral,  quebro a cabeça tentando imaginar uma forma de devolver  ao homem a capacidade de ver outros sentidos na existência, além do mercado.  Confesso que, sempre que debruço sobre essa questão, acabo pensando em guerras mundiais, em tsunamis monstruosos, em terremotos definitivos que obrigariam a humanidade e rever seu estilo de vida. Depois me lembro de que as guerras, os tsunamis, os terremotos e os apocalipses a granel, religiosos ou seculares, são apenas desculpas para o lançamento de mais produtos: a nova arma, a nova ajuda internacional, a nova cobertura da mídia, a nova bíblia e o novo adesivo para colar no vidro do carro: “Fim do mundo: eu fui!”. 

            Chegamos mesmo ao acme apontado pelo Júlio. Basta visitar o shopping mais próximo ou ligar a TV.   Tirante as soluções que se fixam na mudança interior dos indivíduos (platonismos ou platitudes?), o que nos sobra é esperar pelo fim sabendo que, se ele vier, custará 60 parcelas fixas de duzentos dinheiros. Recordo-me  de que o citado artigo é concluído com a máxima: o capitalismo se reinventa.  Reinvenção após reinvenção, estamos, por toda a curta eternidade da carne, condenados ao vazio do aquisicionismo.       

            Nem o mais alternativo de meus leitores, aquele que só compra produtos verdes, artesanais , orgânicos e customizados,  escapa do acme. Mudam-se as embalagens, mas vai tudo para o mesmo pacote.  Tudo e todos: coiotes em busca de algum Papa-Léguas.  Acme com a benção da ACME, amém.   


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