Lúcia atropelava uns e outros. O armário aberto, duas latas de ervilhas e cadê o pote de mel? Mais uma olhadela, o pote desaparecera.
- Mãe!!!
Ainda sem respostas. A impaciência atiça a intolerància e Lúcia esbofeteia uma, duas, três vezes a mãe. A pobre da velha cai sobre o piso gelado e quebra o braço direito. Hospital tumultuado, fila, espera. Mãe se explica e o médico faz o trabalho. À noite a velha descansa no sofá. Tranquila, quase sem dor.
- Mamãezinha, você me perdoa?
Claro que perdoa, mãe possui olhos para enxergar a doçura do arrependimento.
- Toma, mamãezinha.
A sopa vem esverdeada, ervilhas fazem bem. De sobremesa uma xícara cheia de mel para adoçar a boca. |