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Ensaios-->Kierkegaard e o Desespero de(o) Ser Humano -- 09/01/2002 - 18:30 (Taitson Alberto Leal dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Kierkegaard e o Desespero de(o) Ser Humano *



O Existencialismo é mais um filosofar, uma forma de o indivíduo se expor a si mesmo, reconhecendo-se autenticamente neste ato, do que uma doutrina, em seu sentido exato e terminológico. O existencialismo seria, desta forma, uma experiência singular, partindo do particular.

É justamente nesta concepção que se encontra Sören Kierkegaard (1813-1855). Kierkegaard talvez tenha sido o pensador que maior destaque recebeu na corrente existencialista, e não apenas por ser considerado seu precursor, mas por suas análises do homem moderno; além da influência que exerceu sobre os demais existencialistas e fenomenólogos contemporâneos.

O filósofo dinamarquês opõe-se energicamente contra a idéia de Hegel de condensar a realidade num sistema. Para Kierkegaard, o indivíduo não pode ser meramente uma manifestação da Idéia, rejeitando desta forma sua existência concreta, pois esta jamais poderia ser explicada por conceitos ou esquemas abstratos.

O indivíduo tem maior conhecimento é de sua própria realidade, sendo a única que lhe interessa efetivamente. É somente esta realidade singular que lhe é dada a conhecer, somente pela subjetividade é que tal caminho pode ser percorrido, a verdade do indivíduo está na subjetividade. O conhecimento abstrato somente apreende o concreto abstratamente, enquanto que o pensamento centrado no indivíduo busca compreender o abstrato concretamente.

O homem kierkegaardiano é espírito, ou seja, é a síntese entre o finito e o infinito, sendo espírito o Eu. O indivíduo é uma relação onde somente relaciona-se consigo mesmo e não com qualquer coisa que lhe seja alheio. O eu Kierkegaardiano não é uma relação em si, mas sim um voltar-se sobre si mesmo. Para o autor de ‘O Desespero Humano’, o indivíduo é a síntese entre o finito e o infinito, do que é eterno e temporal, da liberdade e da necessidade e, uma vez que não é auto-suficiente, somente se auto-realiza relacionando-se com o Eterno, não conseguindo tal relacionamento, queda-se no Desespero.

O desespero kierkegaardiano é, essencialmente, uma categoria do espírito, suspensa na eternidade. Desesperar de alguma coisa não é ainda o verdadeiro desespero, mas antes, seu início, pois ainda está latente seu desespero. Sendo o indivíduo a síntese do finito e infinito, instaura-se o desespero imediatamente após um desses fatores assumir o predomínio.

Somente o homem desespera-se. O desespero torna-nos cientes de nosso Eu, torna-nos cientes de nossa própria existência. O desespero é o “sinal da nossa verticalidade infinita ou da nossa espiritualidade sublime”, diz o filósofo. O animal não se desespera, não dá-se conta de sua existência, não sofre por ter um eu, ou por não saber que tem um. Somente o homem tem esta consciência, isto é que o torna Humano.

Kierkegaard nos apresenta um pensamento voltado para o individual e particular, abolindo o universal. O homem não pode ser absorvido por um sistema abstrato - como supunha Hegel - deve, sobretudo, ser analisado em sua subjetividade e individualidade, pois, somente na subjetividade humana encontrar-se-á a Verdade.



Taitson Santos
taitson_santos@hotmail.com


* Publicado em 'A Tribuna Piracicabana' - 05/09/2001.

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