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Ensaios-->O Existencialismo e a Gratuidade da Existência -- 11/01/2002 - 23:54 (Taitson Alberto Leal dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O Existencialismo e a Gratuidade da Existência



“Ser livre e pronto para acolher a sabedoria é o começo de toda penetração e
do acordo do homem com a harmonia do mundo” – Hermann Hesse


O movimento Existencialista disseminou-se por todo o continente europeu imediatamente após a Segunda Grande Guerra. Ao fim do conflito a Europa viu-se subjugada por uma torrencial crise, percebidas na política, no social, na economia, na moral e assim por diante.

Toda esta vivência trágica da guerra engendrou um ambiente de desânimo, desespero e apatia, sentimentos esses que assolaram de forma mais perceptível a juventude, já “descrente dos valores burgueses tradicionais e da capacidade de o homem solucionar racionalmente as contradições da sociedade” (João da Penha).

É justamente em meio a este ambiente que surge e se desenvolve o existencialismo, que repercutia cada vez mais que suas idéias espelhavam e elucidavam o momento histórico pós-guerra. Todavia, sua repercussão não se deu exclusivamente no meio acadêmico, o existencialismo passou a ser identificado tanto como uma doutrina filosófica como em estilo de vida e de comportamento. Todo tipo de comportamento excêntrico, como cabelos vastos e desgrenhados, mal asseio, amoralidade e aversão às normas estabelecidas passou a ser identificado, erroneamente, como uma postura existencialista.

O termo “existência” remete ao seu contraposto “essência”, oposição esta sendo o princípio fundamental do Existencialismo. Etmologicamente, existência é sinônimo de mostrar-se, exibir-se. Daí conceituar de existencialista qualquer doutrina filosófica que centre sua reflexão sobre a existência humana. Por certo que outras filosofias trataram da existência anteriormente, mas estas não se vinculam ao movimento filosoficamente mais recente, movimento este que surgiu na França há cerca de meio século atrás.

Jean-PaulSartre (1905-1980), um dos maiores nomes do existencialismo, declarou que a “existência precede a essência”. O que tal afirmação significa? Em termos gerais, pode-se dizer que: primeiro existimos, para que possamos, somente depois, ser alguma coisa; não fomos ‘projetados’, o homem é um encontrar-se já no mundo, ele surge espontaneamente. A priori não existe uma natureza humana, é o homem quem constrói sua própria essência (a posteriori). É somente por seus atos que o homem constrói sua essência. Como? Através de suas escolhas, exercendo sua liberdade.

O homem se constrói lançando-se para um futuro, o homem é “um projeto que se vive subjetivamente” (Sartre). Nada existe antes desse projeto; não há um céu inteligível e, tanto faz existir ou não um Deus onisciente. O homem não é nada mais do que o que tiver projetado ser. “O homem tem uma dignidade maior do que uma pedra ou uma mesa”, diz o autor de O Ser e o Nada. Sendo o projeto de si mesmo, o homem torna-se responsável por aquilo que é, o homem é totalmente responsável por sua existência. Eis a Liberdade.


Taitson Alberto Leal dos Santos é graduado em Filosofia pela UNIMEP e participante na pesquisa “O Conceito Sartreano de Liberdade: uma leitura de O Ser e o Nada”, pelo CNPq (2000-2001).


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