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Ensaios-->Liberdade e Angústia -- 13/01/2002 - 13:47 (Taitson Alberto Leal dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Liberdade e Angústia *


Perguntas como “Qual o sentido da vida?” ou “Que haverá para além da morte?”, surgem ao menos uma vez na vida de cada indivíduo, pois este, frente a um mundo que não lhe atende em suas súplicas, desespera-se e questiona-se. Estas indagações vem de longe, a partir do momento em que o homem se viu diante do mundo, podendo refletir sobre o significado de sua presença, mas sem poder justificar sua existência. A filosofia e as religiões já tentaram cada qual responder a estas questões mas a busca prossegue, a inquietação não é amainada e, cada vez mais nos questionamos se estaremos diante de perguntas eternamente sem respostas.

Nada existe de forma isolada, estamos todos enraizados no Tempo, na Sociedade e na História. Quando Aristóteles aborda a liberdade, analisa-a em seu meio, em sua realidade. Da mesma forma o filósofo francês Jean-Paul Sartre irá analisar a liberdade segundo novas lentes; não irá este pensador defender a escravidão como sendo algo natural – conforme o estagirita - mas em decorrência de causas sociais.

O existencialismo é gerado em nosso tempo, e tentará responder às indagações e angústias a que esses indivíduos estão expostos. O existencialismo surge, desta forma, em meio a uma realidade absurda e sem sentido, num mundo em crise, e neste absurdo tenta encontrar o homem e sua identidade (ou a falta de). Como nada existe isoladamente, o existencialismo surge imediatamente após a Segunda Grande Guerra, período no qual todas as esperanças caem por terra, juntamente com os corpos por ela abandonados. O existencialismo tem por característica o retorno ao homem, às indagações referentes a existência do indivíduo, preocupando-se com as relações sujeito e objeto. O existencialismo volta-se para a Realidade Humana, e analisa o homem em suas condutas básicas.

Sartre afirma que o homem está condenado à liberdade e é pelo seu Ser que o nada vem ao mundo. Entretanto, com esta liberdade advêm a angústia. É somente o homem autêntico que se angustia, pois este vê-se como que lançado ao mundo gratuitamente e independente de sua vontade. Este homem não escolheu nascer, contudo, terá de decidir seu destino, agindo conforme sua liberdade, ou seja, por meio de suas escolhas. Enfim, o homem é livre para determinar seu futuro e é justamente esta liberdade que lhe traz a angústia. Assim, apesar de ser livre para determinar seu destino e fazer opções diante das condições do mundo, o homem é um condenado, pois é responsável por tudo o que faz. Daí a angústia.

A angústia agrava-se com o fato de o homem existir num mundo frente ao nada, e em completa falta de perspectiva. Ademais, esta angústia não é passageira, ela tem caráter eterno e, assim como a liberdade, é intrínseca ao homem, revelando-se imediatamente antes e depois de cada escolha. Fator agravante é o concernente à responsabilidade. O homem, ao fazer suas escolhas, percebe que não é somente responsável por si, mas por toda a humanidade. Por esta responsabilidade ser um fardo demasiado penoso, o homem – inautêntico - transfere-a creditando suas escolhas a outro, fugindo, assim, de sua responsabilidade e, também de si mesmo. Uma saída para este conflito, prevista pelo existencialismo, seria o homem lançar-se ao futuro e construir seu próprio destino, assumindo lucidamente esta angústia, bem como sua responsabilidade, pois, de outra forma, sua existência seria tola e vazia.



Taitson A. L. dos Santos



* Texto publicado em 'A Tribuna Piracicabana' - 05/11/2001.
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