Num domingo que começa irónico, eu com minha modéstia coloquei o relógio pra despertar à s 7h30, na verdade nem dormi.
Parecia uma criança, avisada na noite anterior que iría viajar para a praia, a emoção e a excitação era tanta que quase não preguei o olho.
Despertei um pouco mais cedo do que o pretendido, por causa de mais de 170 milhões de crianças, que também excitados pelo início da grande final, festejaram durante a noite toda esta final de Copa, cornetas, rojões, música.
Ao invés do cheiro de um bom cafezinho logo cedo, o cheiro da brasa queimando na churrasqueira.
Eu já sei que não tenho nervos pra assistir a jogos decisivos, corria da sala pra cozinha da cozinha pra fora de casa, a cada lance de perigo contra nosso gol. Nessas carreiras uma olhadela de relance pra TV.
O conforto era saber que não estava sofrendo sozinho, numa das idas pra cozinha ouço alguém dizer que prefere descascar as batatas pra salada do que ver o jogo. Olhei assustado, pois o nervoso era tanto que não notou, que na verdade, ela descascava cenouras! Tudo bem, vai pra salada também!
A cada som do apito daquele juiz com cara de chefe do Homer Simpson, para mim era um alívio, o alívio de poder compartilhar novamente a telinha da TV com amigos e parentes na sala.
Um gol, uma emoção, não consigo conter essa força, essa alegria de ser brasileiro, a alegria de um povo que sempre busca heróis para sua nação.
Temos 22 novos heróis, há 30 dias atrás, eles foram para o outro lado do mundo desacreditados, eles sabiam disso, e com certeza isso era uma injeção de vontade de mostrar que estávamos errado.
Que bom que eu estava errado.
Como é bom acertar nos nossos erros.
O mais gostoso ainda é comer um sanduíche no Mac Donalds, gostoso e irónico, pois no domingo é dia de Mac Alemanha.
(Por Jair Xavier) |
