Usina de Letras
Usina de Letras
91 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62138 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10447)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10332)

Erótico (13566)

Frases (50548)

Humor (20019)

Infantil (5415)

Infanto Juvenil (4749)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140778)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6172)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->Sempre sinos -- 15/02/2002 - 09:30 (Ademir Garcia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


SEMPRE SINOS

(NADA FALTARÁ)



Não, os sinos não dobraram ontem à tarde,

mas os pardais fizeram imenso barulho.

No escurecer, as moças fugiram das janelas,

enquanto os moços sopravam ouvidos,

e gargalhavam.



A beleza dum sábado de sol amarelado

                   [bulia o peito,

esparramava algazarra de criança por todo lado,

mas na praça a fonte não jorrava, apesar da noite,

apesar do açoite de brisa gelada

                   [nas faces ressequidas.



Ontem, tudo era mudo e valores soavam utopia,

o todo era visto quimera

                   [e a música não era tocada.

Vozes caladas nas roupas descoloridas,

nas feridas que visitam os sonhos

                   [do lacaio sem sono, doridas.



Hoje, a saudade de ontem recebe

                   [o silêncio dos pardais

e revê rostos de moças e moços,

cansados, estúpidos.

As crianças insolentes, ora adolescentes, nos quintais,

e pode apagar o sol quando aquentar o vento,

que aveluda as faces ruborizadas.



Há que se buscar o princípio imerso,

da mãe um universo, e da verdade um precipício,

sem candura, que se perdeu na rima de um verso,

e quiçá na volta, traga a ansiedade de rever as tranças,

os folguedos, danças e banda no coreto.



Hoje os sinos ainda não tocaram,

mas o peito voltou a bulir e o sono cheio de sonhos,

adormeceu com os jovens, calou gritos e coloriu sedas,

preencheu vazios e agitou varais,

só não trouxe de volta aquele pulsar eterno,

de amor materno.



AdeGa/95


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui