A Fenomenologia ao contrário da psicologia do devaneio proposta por Bachelard,quer restringir a ação da imagem poética.Conforme Gaston,na psicolo-
gia do devaneio o universo sonhado é um devir,a palavra nova,independente de quem o sonhou e o escreveu.
O devaneio poético difere do devaneio onírico.
Nesse há uma intervenção possível da consciência,neste,uma perda da consciência.
O devaneio Cósmico é um fenômeno da solidão.
Basta um pretexto para isolarmo-nos do mundo real
e as recordações surgem como quadros onde os cenários dominam o drama,o tempo para e o eu entra em contacto com o não eu. É um estado da alma, o seu repouso.
Do devaneio nasce o poeta.
Leila Peroni em 'A criação do texto literário'
nos fala do fazer literário como fruto de uma dupla falta.Em todas as épocas o homem sente uma falta que ele não consegue suprir.Em todas as épocas o ato de viver é insatisfatório.A isto o homem reage de diversas formas:ora pela religião,
pela ação social ou pela imaginação.A imaginação
como fuga do real ou a compensação de faltas é exercida por todos os homens.Eles a exteriorizam
expondo-a à persepção de outras pessoas. A literatura surge como forma de suprir a falta,o vazio.Mas reinventar o mundo pela palavra torna o homem mais completo e feliz?
A fala é uma atividade individual e criativa.
Contar uma história é reinventá-la.A linguagem em si é um sistema falso.F.Sassury nos ensina sobre a arbritariedade dos signos.Então a limguagem não pode substituir o mundo,ou seja,o mundo que a linguagem cria nunca será o real do mundo.
A relação entre o leitor e o autor é de sensibilidade e invenção.A leitura da obra literária nos permite ultrapassar o real.Captura-se através do imaginário a verdade da real.Tanto a fuga como o mergulho no real obrigam-nos a vê-lo e reinventá-lo.
E apesar da literatura o mundo nunca será pleno e as palavras estarão sempre em falta.