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Ensaios-->CRÍTICA DA RAZÃO TUPINIQUIM -- 19/02/2002 - 01:49 (Wilson Coêlho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

'Nuestra Grécia es preferible a la Grecia que no es nuestra.'
José Martí

Acabo de ler (creio que aproximadamente em setembro de 1991) a 'Crítica da Razão Tupiniquim', de Roberto Gomes e, mesmo tendo sido catalogado como filosofia, apesar de não debruçar sobre uma questão puramente ontológica, trata-se de uma obra de considerada importância em suas indagações, bem como, na reconstrução de um panorama sociológico. O autor se propõe a questionar sobre a existência ou não-existência da filosofia no Brasil. Afora o manuseio da linguagem do ponto de vista meramente especulativo, o problema é que, na maioria das vezes, cai na dicotomia do 'ser ou não-ser' ou – para melhor representar sua postura 'quase' nacionalista – o 'tupi or not tupi', bem tropical e oswaldianamente ilustrado.
Bem, exceto em seus sociologismos, em momento algum o referido autor aprofunda a discussão do Ser ou mesmo de sua negação, ou seja, denuncia o colonialismo atacando os pressupostos da mentalidade européia com outros pressupostos que se firmam e se afirmam na mesma base do pensamento grego. É dizer que ele reivindica para nós uma filosofia, não como a necessidade de uma filosofia 'made in Brasil', mas como a possibilidade de uma filosofia brasileira, como se a filosofia tivesse pátria. Ainda há momentos em que, também sociologicamente, critica o comportamento dos brasileiros como se a mediocridade fosse uma invenção nossa, ou seja, como se o senso comum tivesse origem e propriedade nos rincões tupiniquins.
É claro que, acertadamente, consegue distinguir entre o despotismo intelectual embasado na 'Razão Conciliadora' e a não mais autoritária 'Razão Ornamental', Daí, de um lado, enfatiza a 'Razão Conciliadora' se sustentando no discurso da 'revolução sem sangue' (ou 'filosofia' do ecletismo) e, do outro, a 'Razão Ornamental' que delimita o espaço do 'homem brilhante' cultivado em nossa terrinha e, é claro, se alimentando no 'mito do importado' e na possibilidade do outro apenas como a verdade na perspectiva daquele que vem do estrangeiro.
- ... mas quem é o outro?
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Wilson Coêlho é dramaturgo, escritor e graduado em Filosofia pela UFES
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