EM JERUSALÉM OS CRISTÃOS COMPRAM CAIXÕES DE SEGUNDA MÃO.
Jerusalém é o único lugar do mundo onde os cristãos são enterrados em caixões de segunda mão, vendidos pelos judeus que já os utilizaram. Milhares de judeus que vivem na diáspora (fora de Israel) desejam ser enterrados em Jerusalém, para estarem na linha de frente no dia do Juízo Final. Seus cadáveres, segundo as regras de aviação, são transportados em caixas mortuárias, mas não serão nelas sepultados, pois os judeus são enterrados em Jerusalém envolvidos numa simples manta.
Os custosos caixões utilizados no transporte aéreo dos cadáveres judeus são revendidos depois pelos familiares do morto aos cristãos, única comunidade em Jerusalém que enterra seus mortos em caixões. Os judeus, que não podem ser enterrados em Jerusalém, se preocupam em vida com a obtenção de um pouco de terra de Israel, para que, caso morram na diáspora, esta seja colocada sob sua cabeça, ou sobre os olhos, no túmulo no qual serão enterrados, com o corpo voltado para a direção de Jerusalém.
Os mulçumanos (em Jerusalém) também são enterrados envolvidos num sudário, mas voltados para Meca, apesar de a Mesquita de Al-Aqsa ser considerada no mundo islâmico o terceiro lugar sagrado do Islã.
Para judeu e muçulmano tudo o que se refere ao sepultamento é impuro, razão pela qual seus mortos não podem ser enterrados em caixões, nem flores podem ser colocadas em seus túmulos. No máximo, são colocadas pedras para lembrar o morto. Judeus, muçulmanos e cristãos escolheram o mesmo lugar em Jerusalém para construírem seus cemitérios, isto é, no Vale de Josafá, onde todos querem estar presentes no Dia do Juízo Final.
O Dia do Juízo Final é para os muçulmanos “O dia do Julgamento”; ao passo que para os cristãos é considerado “O Dia do Senhor”. Já para os Judeus, é chamado de “O Dia de Jeová”. E para essas religiões, ele acontecerá em Jerusalém.
Os muçulmanos já têm prontas até mesmo às balanças, onde serão pesadas as boas obras e as más de cada um. Prova disso é a Porta das Balanças ao redor da Mesquita de Omar, (leia-se a Cúpula da Rocha) erguida na Esplanada das Mesquitas. No interior da referida mesquita há escadas que levam ao Poço das Almas, aonde, segundo a tradição muçulmana, as almas vêm pedir aos seus familiares que rezem por ela, de modo que possam ser salvas. As guerras em Israel determinaram até mesmo a localização dos cemitérios.
De 1948 a 1967, o cemitério cristão de Sião ficava na área judaica. Os cristãos tiveram que enterrar seus mortos no Jardim do Getsêmani, em frente à Basílica das Nações, e os padres diretamente no Jardim do Horto. No cemitério de Sião está o túmulo do cristão Oscar Schindler, o “não-judeu justo” mais importante e mais famoso do Holocausto, que salvou centenas de judeus dos campos de extermínio e cujos esforços receberam uma justa homenagem no filme de Steven Spielberg, A Lista de Schindler. Para lá vão os judeus que colocam pedras para lembrar o gentil herói. Os restos dos pais (fundadores) de Israel, como Theodor Herzl e Golda Meir repousam no Monte Herzl, um lugar mais do que agradável. A ONU declarou 27 de janeiro o Dia Mundial das Vítimas do Holocausto, massacre que matou seis milhões de judeus na II Guerra Mundial.
Artigo traduzido do Jornal de Israel, Jerusalém Post.
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