LAMENTO.

Ana Zélia



Meu Deus! Quis tão pouco da vida.

Meu Deus! Quis filho sem pai, só meus.

Os filhos pertencem ao mundo.



Quis um homem só meu. Nada tenho.

Almejei paz e a perdi ao nascer...

Quis ser estrela no firmamento ou no teatro

Ou na telinha...

Não me chamo estrela.



Sou estrela no céu, a mais bela.

Beneplácito dos Deuses.

Sou ESCORPIÃO.

É um alento ao meu “ego”.



Tenho a escrita em mim como o sangue pálido

Que me corre nas veias.

Se a circulação parar morrerei.

Se deixar de escrever fenecerei...

Na Universidade Aberta chamada mundo aprendi de tudo.

Do amaciar o solo, derrubar árvores, a ser alguém...



Aprendi mais que com a vida do que com a faculdade que cursei.

Mulher! Conquista Fácil!...

Tentem. A vida é busca tentativa de busca, é lida, é luta.



Meu Deus! Te pedi tanta coisa insignificante, esqueci as de valor.



Há gente sem pão, sem [água, sem teto, sem pernas, sem mãos, sem luz...

Há idosos esquecidos, mortos, roubados por filhos ingratos...

Há crianças órfãs de pais vivos, dormindo em sacos de plásticos,

nas portas dos cinemas, nas “esquinas da vida”, nos bancos da praça,

embaixo dos viadutos...



Há mulheres acompanhadas da solidão, da ilusão...

Há casais juntos por força de conveniências sociais,

O amor morreu faz tempo. Faltou o enterro dos ossos...

Há filhos violentados por força da ilusão de ótica.

Obrigados a conviver com a violência em seus lares.



Fui egoísta demais...

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Nota da autora- A vida é uma escola com tantos mestres,

alguns nos ensinam a verdade, outros mentem por conveniências,

tentam ser o que jamais serão, vivem de aparências. Quanta ilusão,

pedimos tanto de Deus, coisas fúteis, encontramos um culpado para

nossas falhas, erros, fugas...

Todos querem se dar bem, hoje ficou fácil, treinem pra política,

Só eles podem legislar em causa própria, determinar seus próprios salários,

Nos enganam antes das eleições dizendo que lutarão pelos interesses da

População, em verdade, a população são eles mesmo, seus parentes e amigos.

Uma vergonha que infelizmente calamos...

Manaus, 18.06.2011 (Ana Zélia)